21 de set. de 2025

PRIMAVERA: Recomeços e novos ciclos

Fiquei algumas semanas sem postar aqui no blog, o que coincidiu com meus longos dias na USP, crises de ansiedade e existenciais, ciclos se encerrando, repensando carreira acadêmica, novos estágios da vida, e provavelmente voltar à sala de aula como professora. Consigo me comunicar melhor com alunos de cursinho independente da idade, inclusive, estou pensando em fazer uma espécie de "portfolio" de aulas de literatura no youtube. 

Muitas ideias e poucas execuções no momento...Porém, há esbouço. Esse texto é quase um fluxo de consciencia, quase uma conversa informa comigo mesma e você cara leitora ou leitor, pode ser que em alguma momentos eu não seja tão coerente na escrita. 



Muitas caraminholas na cabeça e poucas leituras finalizadas. Em meio a esse caos, o qual não dei conta e estava vivendo por aparelhos, não dei conta inclusive de cuidar do blog e postar com tanta assiduidade como estava postando antes, o que resulto em um agosto sem postagem e um setembro um tanto triste! O bom que hoje é primavera, é sabbat de Ostara, momento de renovação, ano novo das bruxas! E estou sentindo que esse é o momento para me agarrar as coisas que mais amo e dou valor! 

Primavera é tempo de inovar, renovar, jogar o que não serve mais fora, é tempo de buscar a verdadeira felicidade e significado de uma vida particularmente encantadora e satisfatória. Nesse intuito, eu busco meus momentos e realizações. Esse ano, acredito que já tinha comentado por aqui, que me descobri mais como uma fada artesã, algo que tenho amado demais esse lado tão aflorado meu! Estou dando vida, cores, estilo e personalidade para tudo o que me cerca, isso tem sido mágico. Tenho feito tantas coisas incríveis!! 

Estou com muita esperança, e aceitando que certas coisas tenham chegado ao fim, e outras que não irei cumprir no tempo próximo, e aceitando também que novos caminhos precisam ser seguidos. A primavera trás esperança, força e vontade de continuar viva e manter tanto alguns sonhos antigos, e começar a sonhar outros tantos novos. Ah, logo mais volto com o projeto 30 livros antes dos 30, caso você queira ver algo a respeito, é só clicar no link para saber mais.

27 de jul. de 2025

Atualizando o blog e organizando meus pensamentos

Nem sei bem como começar esse post, tive tantas ideias para essa postagem, para esse texto...porém, sentei agora e comecei a escrever (sábado a noite)...Faz quase três semanas que não publiquei nada. Nem preparei  nada para ser publicado nesse meio tempo. Tanta coisa aconteceu nesses últimos dias, inclusive fiquei de recuperação em uma disciplina da faculdade e precisei reestudar e fazer mais uma prova, no final quase não consegui descansar nessas férias, além disso, estava trabalhando, a maior parte do tempo foi home office, mas minha cabeça já estava mega cheia. 



Ultimamente tenho me sentido velha de alma e cansada. Estou em um momento em que me sinto um teco perdida, não sabendo mais para que lado ir, o que fazer da minha vida profissional e acadêmica. Não sei se volto a lecionar, penso em pegar aulas particulares, mas voltar a sala de aula, na qual há muitos alunos em sala amontoados...talvez não. "Estou cansada de estar cansada" é o que sempre ando dizendo e escrevendo, e entendendo que estou passando por uma sobrecarga sensorial, algo que um psiquiatra me disse que ficaria cada vez mais intenso. Sempre que estou perto do cerne do meu ser, dos perrengues sociais, mentais e afins que tenho vivido...eu fujo da terapia e dos psiquiatras por conta do medo que tenho de confirmarem as suspeitas que amigos próximos e familiares possuem a respeito da minha saúde mental e peculiaridades. Não sei exatamente o por quê desse medo, mas sei que fica sempre a espreita e nos cantos fundos da minha mente.

Hoje, eu tirei um momento do dia para dar uma olhada nos meus diários, pois eu estava achando que não estava escrevendo o suficiente, que não estava reservando tempo para poder me debruçar sobre meus pensamentos...Em resumo, até que não estou escrevendo tão pouco, mas confesso que não estou tão dedicada quanto estive em anos anteriores, exceto 2024...Sinceramente, não gostei de muita coisa que eu escrevi por lá, há várias versões minhas que nem reconheço mais. Pegar um caderno pautado com linhas e uma caneta esferográfica para escrever e escrever tem sido cada vez mais catártico.

Enfim, para me encontrar nessas últimas semanas tenho escrito, pintado com vários materiais diferentes, ouvido bem mais música, feito vários DIY e vários artesanatos, sei fazer muita coisa e tenho me reconectado com esse lado meu que a vida adulta e inseguranças tinham me "tirado" de forma tão estranha. Finalmente tenho me reaproximado da subcultura gótica de forma mais "ativa" e de tudo que gosto de fazer!! De uns tempos para cá tenho pensando o quão importante é eu ser quem realmente sou, fazer o que realmente quero e deixar transparecer quem realmente sou. A única coisa que estou sentindo falta esses dias é ler o suficiente para conseguir terminar minhas leituras atuais, mas faz parte do processo do mundo literário e da vida. 

Tenho novas aventuras para começar como tirar minha CNH, voltar a fazer terapia, passar no neuro, começar mais um semestre na faculdade, encerrar meu estágio nas próximas semanas, enviar minha ic para aprovação...enfim, várias aventuras para viver e não saber exatamente por onde começar ou se vou conseguir dar continuidade, mas começar já é um passo grande. 

Obrigada leitor(a) que chegou ao fim desse texto tão intimo e terapêutico para mim....



1 de jul. de 2025

Leituras dos anos anteriores (2017-2019): Diários e afins

Eu costumo escrever muito desde muito nova, sempre tive vários diários, no entanto apenas em 2019 que comecei a guardá-los e não jogar fora ou destruí-los. Infelizmente o diário que escrevi sobre minha primeira graduação não sobreviveu! Me arrependo tremendamente disso, pois eu anotava e escrevia com detalhes tudo o que eu fazia, todas minhas sensações, inclusive o que estava estudando no momento e como estavam meus avanços acadêmicos em algo que não "conversava" em nada com meu espírito.



Em 2020 ano de pandemia, escrever e ler foram minhas salvações, foi nesses momentos que senti o quanto estava a beira de um colapso e a literatura me resgatava, me devolvia minha sanidade e me fazia olhar com um certo maravilhamento minha loucura.

Quando entrei na USP em 2021 realmente senti a importância de guardar meus diários, de revisitá-los, de escrever mais e mais e continuar a sustentar meus pensamentos e textos sem medo de ser feliz. Inclusive, fiz uma postagem, lá em 2023 sobre o quão bom e necessário é ter um diário! Caso você queira ler: Por que ter um diário?| Eu tenho um diário e acho que você também deveria!

Ter esse blog aqui me ajudou durante muitos anos e tem me ajudado de uma forma magnifica! Inclusive por aqui tem vários registros das minhas conquistas, tristezas, leituras, filmes, atividades e lugares que visitei. Nada se compara em ter um blog, escrever um post sem limite de caracteres e finalmente publicar! É realmente um pedacinho de quem sou, do que penso e sinto. O blog não é mais um lugar onde as pessoas estão com tanta frequência, e a maioria dos jovens nem têm ideia do que é esse espaço ou da importância dele para nós nascidos no século passado, ou nós necessitados de escrever e "salvar" nossos registros no mundo infinito virtual.

Bom, enquanto eu mexia em uns diários e reorganizava o blog, me deparei com minhas listas de livros lidos nos anos anteriores...antes eu salvava aqui no blog em uma aba de leituras feitas ao longo do ano, e no Good Reads. No entanto por não saber mexer direito no aplicativo, acabei excluindo tudo por acidente. Porém, muitas leituras eu salvei aqui mesmo no blog, fazendo listas, ainda penso em voltar com elas, para deixar tudo organizado e de fácil acesso para mim. Atualmente estou usando o Skoob, uma rede social brasileira para leitores, e depois das atualizações mais recentes, o app ficou MUITO melhor!

Abaixo você vai  ler todos os livros que li ao longo dos anos, de 2017 até 2019, os outros anos não achei ainda, não lembro onde os registrei e guardei. Me arrependo de não ter deixado aqui no blog, iria me poupar muito trabalho que terei que fazer nas minhas férias, espero conseguir encontrar todas minhas elas e separar em uma página especial aqui no blog! Enfim, quais livros você já leu dessas litas? 




2017
1. Tristão e Isolda  
2. Assassin's creed A cruzada secreta, de Oliver Bowdem  ♥
3. Assassin's creed Bandeira Negra, de Oliver Bowdem  ♥
4. Rangers Ordem dos Arqueiros- Ruínas de Gorlan-Livro 1°, de John Flanagan  ♥
5. O Hobbit, de J. R. R. Tolkien ♥
6. O mundo Assombrado pelos demônios, Carl Sagan ♥
7. O grande Sol de Mercúrio, de Isaac Asimov 
8. Arquivo X a terrível simetria 
9. Um estudo em vermelho, Sir. Arthur Conan Doyle 
10. Star Wars: Um Novo amanhecer, de John Jackson Miller  ♥
11. A noite das Bruxas, Agatha Christie 
12. O cortiço, Aluísio de Azevedo


2018
1. Ao cair da noite, de Stephen King 
2. Entrevista com o vampiro, de Anne Rice  ♥
3. 1356, de Bernard Cornwell  (Não terminado)
4. A revolução dos Bichos, de Geord Orwell   ♥
5. Mary Curie e a radioatividade, cientistas em 90 minutos  ♥
6. A maquina do tempo, de H.g wells 
7. O cubo das eras, de Alec Silva 
8. O simarillion, de J.R.R Tolkien    
9.  As cronicas marcianas, de Ray Bradbury  
10. Yargo, de Jacqueline Susani 
11. Um teto todo seu, Virginia Woolf 
12. Aniquilação, de Jeff Vandermeer 
13. Perdido em Marte, Andy weir   ♥
14. Star wars: A arma de um Jedi, de Jason Fry 
15. Star wars:A missão do contrabandista, de Greg Rucka   ♥
16. O Alienista, de Machado de Assis  ♥ 
17. História do cerco em lisboa, de José Saramago  ♥
18. Alice no páis das maravilhas, Lewis Carro 
19. O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson  ♥
20. Assassinato no expresso do Oriente, de Agatha Christie
21. Trono de Vidro, de Sara J. Mass  ♥
22. Arquivo X: Ponto de impacto, de Kevin J. Anderson
23. O mundo assombrado pelos demônios, de Carl Sagan ♥ 
24. Fahrenheit 451, de Ray Bradbury ♥
25. O lado mais sombrio, de A. G Howard
26. Guerra justa, Carlos Orsi
27. A seleção, de Kiera Cass
28. A maldição do tigre, de Collen Houck
29. Abandonados em Andrômedra, de  Clark Ashton Smith
30. A metamorfose, Franz Kafka 
32. Lágrimas na chuva, Rosa montero 
33. Romeu e julieta, William Shakespeare  
34. A ilha do Dr. Moreau, H. G. Wells 
35. A hora da estrela, Clarice Lispector 
36. Alvo em movimento, Cecil Castellucci & Jason Fry 
37. A arte da guerra, Sun Tzu 
38. Solaris, Stanislaw Lem
39. As Brumas de Avalon, Marion Z. Bradley ♥
40. Histórias para ler sem pressa
41. Estilhaça-me, Tahereh Mafi
42. Coroa da Meia-noite (série Trono de vidro), Sara J. Maas ♥
43. Sherlock Holmes: O signo dos quatro, Sir. Arthur Conan Doyle
44. Contos da Russia
45. Noite na taverna, Alvares de Azevedo
46. O Salmão da Dúvida, Douglas Adams
47. Fábulas de La Fontaine
48. O morro dos ventos uivantes, Emily Bronte♥
49. Frritt-Flacc, Julio Verne 
50. O universo em uma casca de noz, Stephen Hawing ♥

2019
1. Teoria King kong, Virginie Despentes
2. O sol e o peixe, Virginia Woolf
3. Hamlet, William Shakespeare
4. Snotgirl (Inglês)
5. Renascimento - Coleção folha: O mundo da Arte, Victoria Charles
6. Herdeira do fogo (Trono de vidro vol.3), Sarah J. Maas
7. O Morro dos ventos uivantes 
8. Platão em 90 minutos
9. O corvo, Edgar A. Poe 
10.O coração das trevas, Joseph Conrad
11. A outra volta do parafuso, Henry James
12. A vida de nosso senhor, Charles Dickens
13. Vampire Knight (mangá)
14. Love in Hell, vol. 1 (mangá)
15. O esquadrão das drags, Roseli Tardelli & Fernanda Teixeira
16. O Assassinato de Roger Ackroyd, Agatha Christie
17. Aristóteles em 90 minutos, Paul Strathern
18. O retrato de Dorian Gray, Oscar Wide ♥
19. A cama na varanda, Regina Navarro
20. O que o sol faz com as flores, Rupi Kaur
21. O poder do Hábito, Charles Duhigg
22. A cura de Schopenhauer, Irvin D. Yalom
23. Lolitas, Maurício Nunes & Fernando Bernado (HQ)
24. Robin Hood, A lenda de um foragido, Tony Lee (HQ)
25. A cura de Shopenhauer, Irvan D. Yalom
26. O ladrão de Raios (Graphic Novel), Rick Riordan, robert Vendutti
27. Crepúsculo, Stephenie Meyer
28. Nietzsche em 90 Minutos, Paul Strathem
29. Ricardo III, Willian Shakespeare
30. O alquimista, Paulo Coelho ♥
31. Maktub, Paulo Coelho
32. A cartomante, Machado de Assis
33. Sejamos todos feministas , Chimamanda Ngozi
34. A terceira margem do rio, João Guimarães Rosa♥
35. Orixás: Do Orum ao Ayê (Graphic Novel)
36. Oxumaré, O arco-íris, Reginaldo Pradi
37. A lenda de Pemba, Marcia regina da Silva
38. A casa de Vidro, Anna Fagundes
39. Confissões do crematório, de Caitlin Doughty
40. O príncipe, Maquiavel ♥
41. O guarani, José de Alencar
42. Manual de metodologia da pesquisa científica
44. Todos contra todos: O ódio nosso de cada dia, Leandro Karnal
45. Frankenstain, Mary Shelley
46. Marília de Dirceu, Tomás Gonzaga
47. A lâmina da Assassina, Sarah J. Maas
48. Escrito em algum lugar, Vitor Martins
49. Breve respostas para grandes questões, Stephen Hawking
50. O menino do dedo verde Mairice Droun
51. O lado bom da vida, Mathew Quick
52. Querido vizinho, Penelope Ward.
53. Um hora e 59 contos-minutos.
54. 365 dias, Demi Lovato


27 de jun. de 2025

Pensamentos vegetarianos, Voltaire

Levei alguns dias para terminar esse livro, mas apenas porque era meu livro de ônibus e metrô e nem sempre estava tão disposta a ler durante meu trajeto por conta de uma série de coisas como cansaço mental, aliás é o que eu mais sinto ultimamente. 



Bom, dentro da minha experiência de leitura senti-me profundamente tocada! Por ser vegetariana/ovolacto senti a revolta nas linhas escritas, a forma como o filósofo se posiciona diante de uma sociedade hipócrita e como dialoga com o leitor apenas me mostrou o quanto ainda hoje se faz necessário essa discussão, é quase como se eu me visse, de certo modo, refletida nos recortes filosóficos.

Ao longo da obra, é evidente esse esforço de Voltaire em articular razão, sensibilidade e justiça, sua crítica não é apenas contra o consumo de carne, mas contra todo tipo de violência institucionalizada e naturalizada pela cultura. Algo que devemos refletir sobre os nossos dias também! Ao refletir sobre nossos hábitos alimentares, ele nos convida a pensar sobre a forma como tratamos os seres vivos e, por consequência, sobre a própria natureza da humanidade em si. A fluidez dos textos é notável, o que me deixou embasbacada: Voltaire tem uma escrita afiada, direta e, ao mesmo tempo, profundamente reflexiva. 

A leitura é uma experiência provocadora e intelectualmente revigorante, de fato é quase um deleite para leitores e amantes de um exercício filosófico-moral. De forma mordaz o filósofo ilumina as contradições morais de uma sociedade que naturaliza o consumo de carne ao mesmo tempo em que se diz civilizada e ética, seu estilo também é impregnado de ironia e lucidez, o que torna a leitura não apenas informativa/didática, mas também intensamente reflexiva.

O que mais impressiona é a capacidade do autor de antecipar, em pleno século XVIII, debates que ainda hoje dividem as pessoas: a ética alimentar, o sofrimento animal, o especismo, e a moral seletiva que concede alma e dignidade a uns, e nega a outros. Voltaire desnuda, também, a hipocrisia religiosa e filosófica, em especial a justificação cristã de que “os animais foram feitos para serem comidos”, essa sem dúvida é uma das "justificativas" que me revolta muito! A revolta de Voltaire diante dessa ideia é não apenas filosófica, mas visceral e encontra eco no leitor moderno, sobretudo em quem se sente desconfortável com os alicerces frágeis de nossa tradição alimentar.

A crítica voltairiana não se limita à denúncia social; ela propõe, inclusive, uma reeducação do olhar e da consciência, o autor nos desafia a abandonar a passividade moral e a refletir sobre os hábitos herdados sem questionamento. Sua argumentação é ao mesmo tempo lógica e sensível: a violência contra os animais, diz ele, não é justificável pela ausência de uma “alma” nos moldes humanos, muito pelo contrário, é um ato de brutalidade que revela a própria limitação espiritual do homem.

Como leitora, fui profundamente tocada pelo texto. Além da admiração pelo domínio estilístico de Voltaire, senti também uma revolta compartilhada (como eu disse no começo do texto) diante das ideias absurdas que, incrivelmente, ainda hoje persistem. A leitura não apenas confirma a atualidade de seu pensamento, como também reacende a urgência de retomar, com coragem, uma discussão ética sobre aquilo que colocamos em nossos pratos  e, mais profundamente, sobre como tratamos os seres com quem dividimos o planeta.

24 de jun. de 2025

Recebidos de junho [Livraria UNESP]

Faz algumas semanas que não posto aqui no blog. Esse mês tem sido cheio de atividades para fechar o semestre na faculdade; muita coisa para lidar ao mesmo tempo, e até mesmos perda na família também. É tanta coisa que tem acontecido! Sinto que vivi várias vidas nesse meio tempo entre maio e esse fim de junho! O tempo corre, corre e não olha para trás...Só me faz lembrar a música "O tempo não para", do Cazuza por conta da sobreposição de fatos e acontecimentos em um "flash" de história. 

Nesse post trago mais recebidos (book haul) em parceria com a  Livraria Unesp, localizada no número 108, Praça da Sé, Centro, São Paulo. Como sempre digo por aqui, é sempre com muita alegria e empolgação que trago os livros dessa parceria, poder escolher os títulos é extremamente importante para mim. Lembrando que temos cupom de desconto de 15% com: jessica15. Aproveitem para adquirirem seus exemplares com desconto!


A Letra EscarlateNathaniel Hawthorne

Publicado em 1850, o romance se passa na Nova Inglaterra puritana do século XVII e gira em torno de Hester Prynne, uma mulher condenada por adultério. Como punição, ela é obrigada a usar uma letra "A" escarlate no peito, símbolo de "Adúltera", tornando-se alvo do desprezo público. Hester se recusa a revelar o nome do pai de sua filha, protegendo-o mesmo sob sofrimento. Ao longo da obra, questões como culpa, hipocrisia religiosa, repressão moral e o papel da mulher na sociedade são exploradas com profundidade. É um clássico da literatura norte-americana que critica os valores puritanos e propõe uma reflexão sobre liberdade, julgamento e redenção.



Por Que EscrevoGeorge Orwell

Essa coletânea reúne quatro ensaios autobiográficos e políticos escritos por Orwell, sendo o primeiro  que dá título ao livro, uma espécie de manifesto literário. Nele, Orwell narra sua trajetória como escritor e afirma que toda escrita é, de certa forma, política. Expõe suas motivações (egoísmo, entusiasmo estético, impulso histórico e propósito político) e critica a manipulação da linguagem pelo poder. Nos demais ensaios, como "A política e a língua inglesa", ele defende uma prosa clara e direta, opondo-se ao uso retórico e obscuro da linguagem por regimes autoritários. Acredito que será uma leitura interessante, inclusive pra quem se interessa por ética na escrita, jornalismo crítico e o papel social da literatura. Tenho muitas, muitas criticas a Orwell, desde ao viés político a como ele abordava a história política em seus escritos...Porém, a curiosidade me levou a escolher esse título com nossa parceira, certamente terá resenha aqui no blog.

7 de jun. de 2025

Orange Vol. 5, Ichigo Takano

Quando terminei de ler essa história foi como se eu tirasse um peso dos meus ombros...Foi uma narrativa que me intrigou, deixou questionamentos e me fez teorizar muito e analisar os personagens e suas decisões. Sim, julguei muito algumas partes, outras detestei e outras foram realmente interessantes. Foi uma saga que não gostei, porém não conseguia parar de ler por conta da curiosidade que estava me incomodando. 


O quinto volume de Orange, da mangaka Ichigo Takano, encerra a história principal com um tom de esperança: Kakeru é salvo, os amigos sorriem sob o pôr do sol e o futuro parece, finalmente satisfatório e o amigo está a salvo. Mas por trás desse final sereno, há camadas emocionais e simbólicas que merecem um olhar mais atento — e talvez menos romântico. 

3 de jun. de 2025

Orange Vol. 4, Ichigo Takano

 Está quase acabando... Mais um post falando de Orange e só falta mais um volume para finalizar a série, quero dizer aqui nos posts mesmo, pois não me aguentei e já li tudo e cheguei a conclusão de que essa série definitivamente tem sim data de validade e certamente um público alvo para alcançar e definitivamente não me enquadro, não sei se me sinto muito velha ou aceito a passagem do tempo sem precisar me "cobrar" a gostar de uma série de mangás que alguns amigos gostam.




No quarto volume de Orange, a história atinge um ponto crucial. Naho e Kakeru finalmente reconhecem seus sentimentos um pelo outro, mas a sombra do destino ainda paira sobre eles. A tensão aumenta à medida que o grupo de amigos, agora ciente das cartas do futuro, unem forças para mudar o trágico desfecho que se aproxima para o amigo. Este volume é marcado por momentos de ternura e angústia entre os personagens e o desenrolar (mais doido possível) da trama. 

O festival esportivo se torna um símbolo de esperança, com os amigos se esforçando para criar memórias felizes para Kakeru. No entanto, a preocupação com os sentimentos de Suwa adiciona uma camada de complexidade emocional, já que ele também recebeu uma carta do futuro e sabe que, ao salvar Kakeru, pode estar abrindo mão de seu próprio futuro com Naho, porém é algo que ele mesmo não tem certeza do que pode acontecer. Suwa é o grande herói silencioso da história. Abrir mão da mulher que ele ama, sabendo o que no futuro aconteceria com eles, é MUITO pesado. É o tipo de gesto que carrega maturidade emocional, altruísmo real — quase um anti-herói romântico, porque ele ama em silêncio e age pelo bem do outro. Essa parte, confesso, me abalou muito, pois eu não sou do tipo boazinha e que abre mão das coisas pelos outros, e sempre acho que tudo tem várias vias e alternativas.

A narrativa de Ichigo Takano continua a explorar temas profundos como amizade, arrependimento e a luta contra o destino. No entanto, as coisas se desenrolam de um jeito totalmente estranhos e cheio de heroísmos e auto sacrifício por parte dos personagens. Orange tenta equilibrar entre o drama emocional e uma leve pitada de ficção científica, mas quando força a explicação do tempo com Triângulo das Bermudas e buraco de minhoca, quase derruba o que estava construindo. Enfim, foi um volume intenso, cheio de cargas emocionais e explicações forçadas sobre viagem no tempo, como alguém que ama ficção científica...fiquei doida com essa parte.

1 de jun. de 2025

Recebidos de abril e maio [Livraria unesp]

Como eu estive em crise por conta da depressão nessas últimas semanas, não consegui fazer os post durante esse meio tempo. Porém, consegui ir na livraria e fazer um vídeo mega fofo promovendo a livraria e indicando vários títulos lá no instagram. Algo que sempre escrevo nesse blog é o quanto escrever aqui é importante para mim, é parte de quem eu sou! Construir esse "lugar" me fortalece e me transforma, é como se fosse parte do meu diário realmente! Dessa forma, estar longe do blog por alguns dias, o que resultou em poucos posts, me deixou um pouquinho triste.

31 de mai. de 2025

CROWLEY – O MAGO DO NOVO AEON | Minha experiência mágica

No começo do mês de maio, mais especificamente em um sábado da primeira semana, eu assistir essa peça junto com o meu marido. Foi algo espetacular e que nos trouxe muitas reflexões e conversas boas após nossa ida ao teatro e finalmente, depois de digerir essa peça, as sensações e momentos vividos na magia do teatro...trago para você, caro leitor(a)(e) minha experiência.

O espetáculo mergulha na vida de Aleister Crowley, figura emblemática do ocultismo no século XX, explorando desde sua infância marcada por repressão religiosa até sua autoproclamação como "A Besta 666" e profeta da Era de Hórus. Com roteiro e direção de Claudiney Prieto e atuação de Alexandre Jabali, a peça oferece uma experiência imersiva, abordando temas como magia, liberdade pessoal e as complexidades da moralidade humana.

25 de mai. de 2025

O Caçador de Pipas, de Khaled Hosseini [30 livros antes dos 30 anos]

Um livro que não sei muito bem descrever as reações que tive com ele! Desde muito nova ouvia falar desse livro, não de seus por menores, e um dia na casa da minha sogra eu o vi na estante dela, inclusiva ela comentou na ocasião que o livro pertencia ao falecido pai. Durante meses esse exemplar me acompanhou, deixando diversas sensações....

A literatura é algo extraordinário, nosso cérebro deixa-se tomar completamente pelas histórias e mergulhamos em diversas  sensações e pensamentos, tornando as leituras mais ricas e profundas ainda! 

A complexidade dessa história e como me envolveu deixou-me completamente absurdada, acho que um livro não mexeu tão negativamente comigo (até o momento) como esse mexeu. Algo nele me deixou mais que choca, mais que irritada e com uma revolta interna. Uma mistura de revolta social com algo que me tocou profundamente, tocou tão fundo que nem mesmo sei o que tocou exatamente. Falar de O caçador de pipas é falar de um livro que não consegui terminar, avancei um pouco mais do que um terço e, infelizmente, não consegui completar essa história. 



21 de mai. de 2025

Se os gatos desaparecessem do mundo, Genki Kawamura

Mais uma leitura de 2024 que estou postando agora. Apesar de não ter conseguido publicar quase o ano inteiro e ter voltado apenas na última semana de dezembro daquele ano, não parei meus hábitos de leituras, logicamente. Vários e vários livros que foram lidos estou tentando trazê-los aqui para registrar essa leituras marcantes. Se os gatos desaparecessem do mundo foi mais um livro que li pelo Kindle e foi extremamente gostoso e fluido.


Imagine descobrir que tem poucos dias de vida. Agora imagine que uma figura misteriosa — que se parece muito com você — aparece oferecendo um acordo: para cada dia extra que você viver, algo precisará desaparecer do mundo para sempre. É esse o ponto de partida do delicado e emocionante romance Se os gatos desaparecessem do mundo, do autor japonês Genki KawamuraA escrita de Kawamura é leve, quase como se estivéssemos lendo os pensamentos do próprio narrador, um carteiro solitário que nos guia por sua breve e profunda jornada de autoconhecimento. Com uma prosa fluida e honesta, o autor nos convida a refletir sobre as coisas que tomamos por garantidas: o telefone, os filmes, os relógios... e, claro, os gatos.

Sem dúvida é uma obra filosófica que propõe uma profunda reflexão sobre o valor das pequenas coisas e a efemeridade da vida. Narrado em primeira pessoa, o livro acompanha a trajetória de um homem comum diante de um dilema existencial que o leva a revisitar suas memórias, afetos e escolhas. Com uma escrita fluida e envolvente, Kawamura constrói uma narrativa tocante, que mescla leveza e melancolia, convidando o leitor a contemplar o que realmente importa em nossa breve passagem pelo mundo.

O enredo pode parecer simples à primeira vista, mas é justamente essa simplicidade que emociona. Cada capítulo nos aproxima um pouco mais de memórias sutis, de relações quebradas e de reconciliações silenciosas com os outros e consigo mesmo. É um livro sobre perdas inevitáveis, mas também sobre o valor das pequenas alegrias cotidianas. 

Ao final da leitura, portanto, é impossível não deixar de pensar em nossas vidas e em tudo aquilo que construímos sem perceber, e em como os afetos moldam nosso mundo de formas invisíveis. Kawamura não força lágrimas, mas deixa uma saudade agridoce no ar, como quem se despede sem dizer adeus. É um livro que dá um embargo na voz e deixa um quentinho no coração meio amargo, meio doce.

Se você, caro leitor, gosta de histórias curtas, porém marcantes, com uma boa dose de filosofia existencial e ternura felina, esse livro é para você. Prepare uma xícara de chá, um cobertor e talvez uns lencinhos.


18 de mai. de 2025

Antes que o café esfrie, Toshikazu Kawaguchi [Desafio literário 2025]

Mais uma leitura concluída no fim do mês de abril e apenas agora consegui terminar esse texto. Em parte estou feliz por estar avançando nas leituras, ainda que aos poucos. Durante esses dias que fiquei mais off estava passando por uma das minhas crises depressivas. A vida e seus altos e baixos...Esses dias eu tenho passado bem depressiva e me sentindo de cabeça para baixo, bem revirada mesmo, mas acho que aos poucos estou tentando ficar bem.

26 de abr. de 2025

Diário de leitura: O Caibalion para bruxas, Claudiney Prieto

O post de hoje será um diário de leitura. Estou trazendo de volta ao blog o quadro Diário de Leituras, que há tempos não atualizo. Compartilharei algumas das obras que estou lendo no momento — embora ainda não as tenha finalizado, elas já vêm provocando reflexões e impactando a minha vida. Para marcar o retorno desse espaço, começarei apresentando o primeiro livro.

Tenho lido em doses homeopáticas e sem pressa O caibalion para bruxas. Esse livro tem sido meu companheiro de cabeceira, não significa necessariamente que leio ele todo dia, ou que antes de dormi eu esteja especificamente lendo este livro. É uma expressão que tenho usado para dizer que sempre está comigo de alguma forma. 

 

13 de abr. de 2025

Livros de Março [Parceria Livraria UNESP]

O mês de março foi estranhamente longo, com pinceladas de rapidez. Senti que precisei viver várias vidas, e ir na livraria UNESP é um daqueles momentos que o tempo parece parar, ao mesmo tempo que não quer... Não sabia muito bem o que eu iria pegar para ler futuramente, mas apostei nos clássicos e nas edições da Peguin.

Esses livros recebidos são em parceria com a Livraria Unesp, localizada no número 108, Praça da Sé, Centro, São Paulo. Como sempre digo por aqui, é sempre com muita alegria e empolgação que trago os livros dessa parceria, poder escolher os títulos é extremamente importante para mim. Lembrando que temos cupom de desconto de 15% com: jessica15. Aproveitem para adquirirem seus exemplares com desconto!

Escolhi dois grandes clássicos, uma literatura de peso para minha biblioteca particular. Enquanto escrevo essa postagem, está um friozinho delicioso aqui em São Paulo, finalmente, depois de dias a fio com calores e temperaturas elevadas.

 

Até ser expulso de um lindo castelo na Westfália, o jovem Cândido convivia com sua amada, a bela Cunegunda, e tinha a felicidade de ouvir diariamente os ensinamentos de mestre Pangloss, para quem “todos os acontecimentos estão encadeados no melhor dos mundos possíveis”. Apesar da crença absoluta na doutrina panglossiana, do primeiro ao último capítulo, Cândido sofre um sem-fim de desgraças: é expulso do castelo; perde seu amor; é torturado por búlgaros; sobrevive a um naufrágio para em seguida quase perecer em um terremoto; vê seu querido mestre ser enforcado em um auto da fé; é roubado e enganado sucessivas vezes. 

Cândido só começa a desconfiar do otimismo exacerbado de seu mestre quando ele próprio e todos os que cruzam seu caminho dão provas concretas que o melhor dos mundos possíveis vai, na verdade, muito mal. Cândido, ou o Otimismo é um retrato satírico de seu tempo.

Escrito em 1758, situa o leitor entre fatos históricos como o terremoto que arrasou Lisboa em 1755 e a Guerra dos Sete Anos (1756-63), enquanto critica com bom-humor as regalias da nobreza, a intolerância religiosa e os absurdos da Santa Inquisição. Já o caricato mestre Pangloss é uma representação sarcástica da filosofia otimista do pensador alemão Gottfried Leibniz (1646-1716). Antecipando o sucesso desbragado e a carreira de escândalo do livro, Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet, assinou a obra com o enigmático Sr. Doutor Ralph.


Caninos Brancos é um lobo nascido no território de Yukon, no norte congelado do Canadá, durante a corrida do ouro que atraiu milhares de garimpeiros para a região. Capturado antes de completar um ano de idade, é usado como puxador de trenó e obrigado a lutar pela sobrevivência em uma matilha hostil. 

Percorrendo o caminho inverso ao do traçado em O chamado selvagem (1903), em que um cão domesticado é obrigado a se adaptar à vida na natureza, em Caninos Brancos (1906) Jack London narra a história de um animal que precisa suprimir seus instintos para sobreviver na civilização. Grande sucesso de público desde o lançamento, já foi traduzido para mais de oitenta idiomas e adaptado diversas vezes para o cinema, os quadrinhos e a TV.




11 de abr. de 2025

Orange Vol. 3, Ichigo Takano

E mais um post falando de Orange. Esse mangá tem me intrigado com algumas coisa, a forma como a autora constrói e desenvolve seus personagens é uma delas. Ela com certeza tem uma sensibilidade para tratar diversos assuntos, inclusive a falta de tato social de Naho e Kakeru. Porém, algumas coisas na forma de tratar esses dois personagens me irrita durante a leitura, uma delas é essa total falta de traquejo social chegar a ser quase do nível infantil.  

8 de abr. de 2025

Amantes Eternos | Preciso de doses vampirescas


Eu precisava desse filme! Sou intensamente melancólica e solitária que encontro refugio na literatura e filmes sombrios, densos, tristes e melancólicos. Amo vampiros, talvez eu me sinta tão atraída por eles por conta dessa tristeza sem igual. De alguma forma, histórias de vampiros e sua estética me trazem uma sensação de "completude", não sei bem definir direito. É um emaranhado de sentimentos e emoções.

Essa semana assisti um filme que a muito tempo venho "namorando", dirigido por Jim Jarmusch, Amantes Eternos é um drama romântico com toques de fantasia e melancolia. O filme acompanha a história de Adam (Tom Hiddleston), um músico vampiro recluso e desiludido com os rumos da humanidade, que vive em Detroit. Ele é casado há séculos com Eve (Tilda Swinton), uma vampira sábia e serena que vive em Tânger. Quando percebe que Adam está mergulhando em depressão existencial, Eve viaja para vê-lo, reacendendo que algo aconteça com seu amado, seu vínculo profundo e sua paixão.

O longa mostra como o casal precisa lidar com os desafios modernos de viver como vampiros em um mundo caótico — incluindo a escassez de sangue puro (pelo que dá a entender, seria um sangue sem muitas contaminações) e a presença incômoda da impulsiva irmã de Eve, Ava (Mia Wasikowska). Com uma estética sombria, trilha sonora docemente hipnótica e uma atmosfera contemplativa, o filme explora temas como amor, arte, imortalidade e a decadência cultural do mundo contemporâneo. A sabedoria de ambos, a forma como veem o mundo denunciam seus anos de vivencia e tempo que tiveram para contemplar a existência. 

Ao  longo do filme fiquei com uma vontade tremenda de conhecer Tânger, toda a estética, os detalhes que compõem desde figurino, trilha e a própria interpretação dos atores torna tudo muito perfeito. Simplesmente amei cada minuto. 

A cada filme sobre vampiros, bem construído e que conversa de forma extraordinária com a literatura, me deixa sedenta por doses diárias de histórias vampirescas.  

Amantes Eternos é mais do que uma história de vampiros — é uma elegia à arte, ao amor e ao tempo que consome tudo.  Em sua cadência lenta e hipnótica, o filme nos convida a contemplar a fragilidade da cultura em um mundo que esquece da arte, da literatura e das ciências, e a imortalidade como um fardo daqueles que assistem à lenta decomposição do que um dia foi sublime. Adam e Eve, amantes milenares, caminham por ruínas e bibliotecas, agarrando-se à música, à poesia e ao toque do outro como relíquias sagradas. Em um universo que se move rápido demais para sentir, Only Lovers Left Alive é um sussurro eterno dizendo que o amor e a arte ainda importam — mesmo que seja apenas para aqueles que se recusam a esquecer.



5 de abr. de 2025

Orange Vol. 2, Ichigo Takano

Essa foi mais uma leitura de março, um mês que não foi fácil, teve vários momentos de alegrias e felicidade, porém, também teve seus momentos de tristezas intensas. Estou bem deprimida nos últimos dias, e não tenho conseguido falar disso, só escrever sobre. Os processos de viver a vida e suas lutas diárias...

As leituras estão lentas e estou com vários livros acumulados. Estou sentindo que muita coisa do cotidiano não está rendendo tanto quanto eu gostaria, consequentemente me sinto incompetente na vida adulta, mas com a consciência de que é culpa do sistema em que vivemos.

Bom, falando da série propriamente, vou seguir lendo até o volume 5º. Estou curiosa, quero saber até onde as coisas vão chegar, e nesse momento da história mais questionamentos foram abertos. Apesar de ser apenas o volume dois o ritmo aqui foi bem diferente. Ainda não sei se vou ler os novos volumes (6º e 7º), parte de mim só quer terminar essa história o quanto antes, comentei sobre isso na resenha do vol.1.



Conhecemos um pouco mais sobre Kakeru, e descobrimos que ele é bem hesitante quanto as escolhas que precisa fazer para levar a vida de forma geral, inclusive sobre o que sente pela Naho, ele possui um medo de errar que o está assombrando e carrega uma culpa pesadíssima. Na medida em que a distância diminui, a Naho, cada vez mais deseja mudar o “futuro onde Kakeru não existe”. Mas ela acaba percebendo que mesmo alterando o presente, o futuro da Naho de 10 anos depois permanece inalterado. Então, a dúvida surge, será que ela deve continuar seguindo o que as carta dizem?

Ainda continuo tendo uma forte sensação de que já vi algo semelhante à essa obra, mas não consigo lembrar exatamente de onde vêm. Orange aborda e "apela" muito para a relação dos personagens e quão linda e verdadeira é amizade entre eles, o quanto se apoiam e protegem um ao outro. Naho está aos poucos tendo mais coragem para tomar as rédeas da vida dela, o que me assusta é ela se anular muito, o que me fez refletir bastante.

Apesar de não estar 100% conectada com a história e aos personagens, o mangá tem me feito refletir o quanto tenho realmente feito decisões que eu me orgulhe e se realmente eu tenho vivido da maneira que eu quero e não para agradar os outros. A história trás muito isso, não se anular e viver sem se arrepender de não ter feito algo, agido mais e "curtido" mais as pessoas à sua volta.

Acho que meu subconsciente está querendo me mandar uma mensagem, essa é a segunda leitura que faço nesse mês que tem um pouco dessa temática de agir e não ficar entorpecida na vida. Amo o quanto a literatura nos deixa inquietos e "pensando mil pensamentos". 

Essa edição que tenho em mãos em minha biblioteca possui uma novela ao final, Haruiro Astronaut, que estou achando bem chatinha. Os personagens parece caricatos ao extremo, apesar de se passar no mesmo colégio, o tom das histórias são bem diferentes, enquanto uma é bem mais dramática, a segunda é mais espalhafatosa, e com foco no romance das irmãs gêmeas. No geral é uma leitura que está me divertindo e sendo ótima para descansar entre as leituras mais densas e pesquisas da faculdade!

2 de abr. de 2025

Gente pobre, Fiodor Dostoiévski

Comecei a ler Dostoievski por Noites Brancas, e desde então tenho me aventurado em diversos livros e contos. Até mesmo algumas disciplinas que cursei na faculdade em anos anteriores me ajudaram a embarca nos grandes clássicos russos e entender o quão grande são. Não somente isso, eles têm me conectado com dois extremos: Uma parte profundamente íntima minha, e o segundo: me conectado com o outro lado do mundo em épocas diferentes. Sem dúvida nenhuma, ler é viajar no tempo! 

Fiodor Dostoiévski

Esse livro eu li em 2024, porém precisei dar uma relida para fazer essa resenha esse ano de 2025, e ler de forma um pouco menos despretensiosa, já que fiz análise dele durante parte do 1º semestre daquele ano. 

Antes de sua prisão, Dostoiévski deu vida a este romance em uma era em que a Escola literária Naturalista florescia na Rússia do século XIX. Com olhar aguçado e alma inquieta, ele mergulhou nos becos sombrios de São Petersburgo, desvendando a miséria e o desespero que habitavam os subúrbios da cidade, onde a esperança se dissolvia como névoa ao amanhecer.

"E depois a gente rica não gosta de ouvir os pobres se queixando da sua má sorte – dizem que incomodam, que são impertinentes! A pobreza é sempre impertinente mesmo – talvez porque seus gemidos famintos lhes perturbem o sono!"

Esse é o romance de estreia de Dostoiévski, publicado em 1846, foi imediatamente aclamado pelo público, fazendo o autor um escritor consagrado. Por meio da troca de cartas entre um funcionário público de menor cargo de uma repartição de Petersburgo e sua vizinha, uma jovem órfã injustiçada, o autor explora a fundo as variações de tom e tratamento, de saltos e encadeamentos na ação, para criar um texto comovente e, no dizer de Boris Schnaiderman, "marcado pela consciência da injustiça social".

Os personagens vivem uma situação financeira difícil e raramente se encontram, mesmo morando na mesma vila, mas tentam se apoiar mutualmente na medida do possível. Trocam cartas constantemente, e detalham seus pontos de vista, uma mulher pobre e um homem pobre. As cartas vão revelando aos poucos o passado e o presente dos protagonistas. São revelados seus pensamentos mais ínfimos, suas angustias, as pequenas alegrias e seus desejos mais simples.

Ao lermos temos uma rápida empatia por ambos, é difícil não se identificar com os dramas e preocupações financeiras, mesmo que estejamos em um Brasil de 2025 com diferentes realidades em contraste com uma Rússia antes da revolução. É um livro dilacerante, inquietante, e logo de cara já vemos alguns recursos estilísticos e detalhamento que, para um romance de estreia, é de se impressionar. 

O livro possui um tom muito melancólico e dramático, nos mostra a face humana mais desesperada em contraste com a mais abastada, toca no âmago e grita por justiça social. Ler Dostoievski é mergulhar na leitura, ir a fundo na humanidade e se ver, de alguma maneira bem louca, olhando um espelho e vendo parte de si mesmo. 

É uma obra que merece ser lida e relida, é uma obra que arrebata nossa consciência, enquanto uns desfrutam a vida e gozam dela, outros estão em estado de desespero em busca do básico para viver, moradia digna, salário descente que dê para comprar roupas, se alimentar e possuir o mínimo de lazer com um livro. Inclusive, o que vejo nos trabalhos do autor russo é essa paixão pela literatura, ela sempre está lá, de alguma forma ele vai trazer no subtexto. Seja um personagem com estantes repletas, outro que menciona algo, enfim...de alguma maneira está lá. 

Não tem como não se emocionar profundamente com o relato das roupas e botas furadas, a cena do botão da camisa caindo e o protagonista fazendo de tudo para pegar, o quanto esse botão é importante. A descrição dos sentimentos de andar mal vestido por não ter dinheiro suficiente para comprar roupas novas é dilacerante...Enfim, é um livro poética e melancolicamente dilacerante.

Desde que comprei meu kindle ano passado tenho lido bastante nele, inclusive comprando clássicos a preços irrisórios, isso tem me motivado muito a lê-los ainda mais! Eu que fui sempre a defensora dos livros físicos tenho encontrado paz no digital também. 


29 de mar. de 2025

Epílogo e finais abruptos

Não sei por onde começar esse texto. Já escrevi no diário, já fiquei no sol quente e sentindo a pele queimar no calor amarelo. Estou digerindo e pensando, mas meus pensamentos saem confusos, explodem palavras e sensações misturada a lembrança da despedida em um domingo chuvoso no velório. 

Quanto mais penso na morte do meu sobrinho, filho do meu meio-irmão (por parte de pai), mais acho doloroso, penso em tantas coisas. Penso em como a morte pode ser o fim das sensações sensoriais e explosões de cores e afetos, como ela por si evita inúmeros sofrimentos para quem parte, porém, para quem fica deixa marcas profundas, solidões, embaraços e a sensação de incompletude. Penso em quanto não consegui ser forte e me desfiz em chorar, o quanto achei injusto uma criança de 4 anos parti sem ao menos ter provado o que é ser humano e vivenciado todas suas dicotomias. 

Tendemos a ficar mais sensíveis quando uma criança se vai, ficamos ainda mais estarrecidos quando é uma criança-parente se vai. Mesmo que não sejamos próximos o suficiente, mesmo que não tenhamos convivido todos os dias, mesmo que não saibamos todos os gostos, brincadeiras favoritas, comidinhas favoritas, a cor que mais encanta, a temperatura perfeita da água do banho...mesmo assim, somos comovidos, tocados, sentimos o coração dilacerar. Já passei por alguns tantos velórios, me despedi de diversas pessoas...As intensidades mudam muito de acordo com as épocas e outras variantes, porém, ainda sinto que o coração nunca está preparado. 

Porém, toda vez que alguém parte e vamos no velório nos despedimos, nos conectamos com o luto, com os enlutados, com as dores, com a vida perdida e a não vivida, sempre pensamos: E se? Tantos "E ses" passaram por mim nesses últimos dias, tantos "e agora?" Inúmeros pensamentos, sensações, lembranças, cheiros, dores, tudo....Tudo sempre sentido, sempre dolorosamente melancólico. Não sou a pessoa mais próxima ou a mais presente na vida até mesmo de familiares e amigos, mesmo assim, ainda sinto as dores minhas e me compadeço das dores alheias...

Tanta coisa que pensei sobre minha dor e as dores alheias a mim. Estudo literatura, estudo a antiguidade, estudo a língua de poetas e literatos antigos e mesmo assim nada é suficiente, nem mesmo as linhas de um epitáfio grego antigo estão me ajudando. O meu desespero também se encontra quando meu cérebro não consegue decodificar a dor que está no meu peito e o emaranhado de palavras avulsas, emoções, medos e tantas outras coisas...Acredito que dizer adeus seja necessário. Então, esse é meu adeus!  


Considero o blog meu diário de páginas infinitas, sempre estou colocando sentimentos e acontecimentos por aqui, registrando alguns pedacinhos de mim no espaço da internet, amo que aqui tenho uma sensação de segurança que em outros lugares da internet não tenho. 

Leia esse post!

Não pise no meu vazio, Ana Suy

Essa foi mais uma leitura terminada nesse mês de março, a qual me fez bem no geral! O livro possui, em muitos poemas, uma metalinguagem sobr...