7 de jun. de 2025

Orange Vol. 5, Ichigo Takano

Quando terminei de ler essa história foi como se eu tirasse um peso dos meus ombros...Foi uma narrativa que me intrigou, deixou questionamentos e me fez teorizar muito e analisar os personagens e suas decisões. Sim, julguei muito algumas partes, outras detestei e outras foram realmente interessantes. Foi uma saga que não gostei, porém não conseguia parar de ler por conta da curiosidade que estava me incomodando. 


O quinto volume de Orange, da mangaka Ichigo Takano, encerra a história principal com um tom de esperança: Kakeru é salvo, os amigos sorriem sob o pôr do sol e o futuro parece, finalmente satisfatório e o amigo está a salvo. Mas por trás desse final sereno, há camadas emocionais e simbólicas que merecem um olhar mais atento — e talvez menos romântico. 

3 de jun. de 2025

Orange Vol. 4, Ichigo Takano

 Está quase acabando... Mais um post falando de Orange e só falta mais um volume para finalizar a série, quero dizer aqui nos posts mesmo, pois não me aguentei e já li tudo e cheguei a conclusão de que essa série definitivamente tem sim data de validade e certamente um público alvo para alcançar e definitivamente não me enquadro, não sei se me sinto muito velha ou aceito a passagem do tempo sem precisar me "cobrar" a gostar de uma série de mangás que alguns amigos gostam.




No quarto volume de Orange, a história atinge um ponto crucial. Naho e Kakeru finalmente reconhecem seus sentimentos um pelo outro, mas a sombra do destino ainda paira sobre eles. A tensão aumenta à medida que o grupo de amigos, agora ciente das cartas do futuro, unem forças para mudar o trágico desfecho que se aproxima para o amigo. Este volume é marcado por momentos de ternura e angústia entre os personagens e o desenrolar (mais doido possível) da trama. 

O festival esportivo se torna um símbolo de esperança, com os amigos se esforçando para criar memórias felizes para Kakeru. No entanto, a preocupação com os sentimentos de Suwa adiciona uma camada de complexidade emocional, já que ele também recebeu uma carta do futuro e sabe que, ao salvar Kakeru, pode estar abrindo mão de seu próprio futuro com Naho, porém é algo que ele mesmo não tem certeza do que pode acontecer. Suwa é o grande herói silencioso da história. Abrir mão da mulher que ele ama, sabendo o que no futuro aconteceria com eles, é MUITO pesado. É o tipo de gesto que carrega maturidade emocional, altruísmo real — quase um anti-herói romântico, porque ele ama em silêncio e age pelo bem do outro. Essa parte, confesso, me abalou muito, pois eu não sou do tipo boazinha e que abre mão das coisas pelos outros, e sempre acho que tudo tem várias vias e alternativas.

A narrativa de Ichigo Takano continua a explorar temas profundos como amizade, arrependimento e a luta contra o destino. No entanto, as coisas se desenrolam de um jeito totalmente estranhos e cheio de heroísmos e auto sacrifício por parte dos personagens. Orange tenta equilibrar entre o drama emocional e uma leve pitada de ficção científica, mas quando força a explicação do tempo com Triângulo das Bermudas e buraco de minhoca, quase derruba o que estava construindo. Enfim, foi um volume intenso, cheio de cargas emocionais e explicações forçadas sobre viagem no tempo, como alguém que ama ficção científica...fiquei doida com essa parte.

1 de jun. de 2025

Recebidos de abril e maio [Livraria unesp]

Como eu estive em crise por conta da depressão nessas últimas semanas, não consegui fazer os post durante esse meio tempo. Porém, consegui ir na livraria e fazer um vídeo mega fofo promovendo a livraria e indicando vários títulos lá no instagram. Algo que sempre escrevo nesse blog é o quanto escrever aqui é importante para mim, é parte de quem eu sou! Construir esse "lugar" me fortalece e me transforma, é como se fosse parte do meu diário realmente! Dessa forma, estar longe do blog por alguns dias, o que resultou em poucos posts, me deixou um pouquinho triste.

31 de mai. de 2025

CROWLEY – O MAGO DO NOVO AEON | Minha experiência mágica

No começo do mês de maio, mais especificamente em um sábado da primeira semana, eu assistir essa peça junto com o meu marido. Foi algo espetacular e que nos trouxe muitas reflexões e conversas boas após nossa ida ao teatro e finalmente, depois de digerir essa peça, as sensações e momentos vividos na magia do teatro...trago para você, caro leitor(a)(e) minha experiência.

O espetáculo mergulha na vida de Aleister Crowley, figura emblemática do ocultismo no século XX, explorando desde sua infância marcada por repressão religiosa até sua autoproclamação como "A Besta 666" e profeta da Era de Hórus. Com roteiro e direção de Claudiney Prieto e atuação de Alexandre Jabali, a peça oferece uma experiência imersiva, abordando temas como magia, liberdade pessoal e as complexidades da moralidade humana.

25 de mai. de 2025

O Caçador de Pipas, de Khaled Hosseini [30 livros antes dos 30 anos]

Um livro que não sei muito bem descrever as reações que tive com ele! Desde muito nova ouvia falar desse livro, não de seus por menores, e um dia na casa da minha sogra eu o vi na estante dela, inclusiva ela comentou na ocasião que o livro pertencia ao falecido pai. Durante meses esse exemplar me acompanhou, deixando diversas sensações....

A literatura é algo extraordinário, nosso cérebro deixa-se tomar completamente pelas histórias e mergulhamos em diversas  sensações e pensamentos, tornando as leituras mais ricas e profundas ainda! 

A complexidade dessa história e como me envolveu deixou-me completamente absurdada, acho que um livro não mexeu tão negativamente comigo (até o momento) como esse mexeu. Algo nele me deixou mais que choca, mais que irritada e com uma revolta interna. Uma mistura de revolta social com algo que me tocou profundamente, tocou tão fundo que nem mesmo sei o que tocou exatamente. Falar de O caçador de pipas é falar de um livro que não consegui terminar, avancei um pouco mais do que um terço e, infelizmente, não consegui completar essa história. 



21 de mai. de 2025

Se os gatos desaparecessem do mundo, Genki Kawamura

Mais uma leitura de 2024 que estou postando agora. Apesar de não ter conseguido publicar quase o ano inteiro e ter voltado apenas na última semana de dezembro daquele ano, não parei meus hábitos de leituras, logicamente. Vários e vários livros que foram lidos estou tentando trazê-los aqui para registrar essa leituras marcantes. Se os gatos desaparecessem do mundo foi mais um livro que li pelo Kindle e foi extremamente gostoso e fluido.


Imagine descobrir que tem poucos dias de vida. Agora imagine que uma figura misteriosa — que se parece muito com você — aparece oferecendo um acordo: para cada dia extra que você viver, algo precisará desaparecer do mundo para sempre. É esse o ponto de partida do delicado e emocionante romance Se os gatos desaparecessem do mundo, do autor japonês Genki KawamuraA escrita de Kawamura é leve, quase como se estivéssemos lendo os pensamentos do próprio narrador, um carteiro solitário que nos guia por sua breve e profunda jornada de autoconhecimento. Com uma prosa fluida e honesta, o autor nos convida a refletir sobre as coisas que tomamos por garantidas: o telefone, os filmes, os relógios... e, claro, os gatos.

Sem dúvida é uma obra filosófica que propõe uma profunda reflexão sobre o valor das pequenas coisas e a efemeridade da vida. Narrado em primeira pessoa, o livro acompanha a trajetória de um homem comum diante de um dilema existencial que o leva a revisitar suas memórias, afetos e escolhas. Com uma escrita fluida e envolvente, Kawamura constrói uma narrativa tocante, que mescla leveza e melancolia, convidando o leitor a contemplar o que realmente importa em nossa breve passagem pelo mundo.

O enredo pode parecer simples à primeira vista, mas é justamente essa simplicidade que emociona. Cada capítulo nos aproxima um pouco mais de memórias sutis, de relações quebradas e de reconciliações silenciosas com os outros e consigo mesmo. É um livro sobre perdas inevitáveis, mas também sobre o valor das pequenas alegrias cotidianas. 

Ao final da leitura, portanto, é impossível não deixar de pensar em nossas vidas e em tudo aquilo que construímos sem perceber, e em como os afetos moldam nosso mundo de formas invisíveis. Kawamura não força lágrimas, mas deixa uma saudade agridoce no ar, como quem se despede sem dizer adeus. É um livro que dá um embargo na voz e deixa um quentinho no coração meio amargo, meio doce.

Se você, caro leitor, gosta de histórias curtas, porém marcantes, com uma boa dose de filosofia existencial e ternura felina, esse livro é para você. Prepare uma xícara de chá, um cobertor e talvez uns lencinhos.


18 de mai. de 2025

Antes que o café esfrie, Toshikazu Kawaguchi

Mais uma leitura concluída no fim do mês de abril e apenas agora consegui terminar esse texto. Em parte estou feliz por estar avançando nas leituras, ainda que aos poucos. Durante esses dias que fiquei mais off estava passando por uma das minhas crises depressivas. A vida e seus altos e baixos...Esses dias eu tenho passado bem depressiva e me sentindo de cabeça para baixo, bem revirada mesmo, mas acho que aos poucos estou tentando ficar bem.

26 de abr. de 2025

Diário de leitura: O Caibalion para bruxas, Claudiney Prieto

O post de hoje será um diário de leitura. Estou trazendo de volta ao blog o quadro Diário de Leituras, que há tempos não atualizo. Compartilharei algumas das obras que estou lendo no momento — embora ainda não as tenha finalizado, elas já vêm provocando reflexões e impactando a minha vida. Para marcar o retorno desse espaço, começarei apresentando o primeiro livro.

Tenho lido em doses homeopáticas e sem pressa O caibalion para bruxas. Esse livro tem sido meu companheiro de cabeceira, não significa necessariamente que leio ele todo dia, ou que antes de dormi eu esteja especificamente lendo este livro. É uma expressão que tenho usado para dizer que sempre está comigo de alguma forma. 

 

13 de abr. de 2025

Livros de Março [Parceria Livraria UNESP]

O mês de março foi estranhamente longo, com pinceladas de rapidez. Senti que precisei viver várias vidas, e ir na livraria UNESP é um daqueles momentos que o tempo parece parar, ao mesmo tempo que não quer... Não sabia muito bem o que eu iria pegar para ler futuramente, mas apostei nos clássicos e nas edições da Peguin.

Esses livros recebidos são em parceria com a Livraria Unesp, localizada no número 108, Praça da Sé, Centro, São Paulo. Como sempre digo por aqui, é sempre com muita alegria e empolgação que trago os livros dessa parceria, poder escolher os títulos é extremamente importante para mim. Lembrando que temos cupom de desconto de 15% com: jessica15. Aproveitem para adquirirem seus exemplares com desconto!

Escolhi dois grandes clássicos, uma literatura de peso para minha biblioteca particular. Enquanto escrevo essa postagem, está um friozinho delicioso aqui em São Paulo, finalmente, depois de dias a fio com calores e temperaturas elevadas.

 

Até ser expulso de um lindo castelo na Westfália, o jovem Cândido convivia com sua amada, a bela Cunegunda, e tinha a felicidade de ouvir diariamente os ensinamentos de mestre Pangloss, para quem “todos os acontecimentos estão encadeados no melhor dos mundos possíveis”. Apesar da crença absoluta na doutrina panglossiana, do primeiro ao último capítulo, Cândido sofre um sem-fim de desgraças: é expulso do castelo; perde seu amor; é torturado por búlgaros; sobrevive a um naufrágio para em seguida quase perecer em um terremoto; vê seu querido mestre ser enforcado em um auto da fé; é roubado e enganado sucessivas vezes. 

Cândido só começa a desconfiar do otimismo exacerbado de seu mestre quando ele próprio e todos os que cruzam seu caminho dão provas concretas que o melhor dos mundos possíveis vai, na verdade, muito mal. Cândido, ou o Otimismo é um retrato satírico de seu tempo.

Escrito em 1758, situa o leitor entre fatos históricos como o terremoto que arrasou Lisboa em 1755 e a Guerra dos Sete Anos (1756-63), enquanto critica com bom-humor as regalias da nobreza, a intolerância religiosa e os absurdos da Santa Inquisição. Já o caricato mestre Pangloss é uma representação sarcástica da filosofia otimista do pensador alemão Gottfried Leibniz (1646-1716). Antecipando o sucesso desbragado e a carreira de escândalo do livro, Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet, assinou a obra com o enigmático Sr. Doutor Ralph.


Caninos Brancos é um lobo nascido no território de Yukon, no norte congelado do Canadá, durante a corrida do ouro que atraiu milhares de garimpeiros para a região. Capturado antes de completar um ano de idade, é usado como puxador de trenó e obrigado a lutar pela sobrevivência em uma matilha hostil. 

Percorrendo o caminho inverso ao do traçado em O chamado selvagem (1903), em que um cão domesticado é obrigado a se adaptar à vida na natureza, em Caninos Brancos (1906) Jack London narra a história de um animal que precisa suprimir seus instintos para sobreviver na civilização. Grande sucesso de público desde o lançamento, já foi traduzido para mais de oitenta idiomas e adaptado diversas vezes para o cinema, os quadrinhos e a TV.




11 de abr. de 2025

Orange Vol. 3, Ichigo Takano

E mais um post falando de Orange. Esse mangá tem me intrigado com algumas coisa, a forma como a autora constrói e desenvolve seus personagens é uma delas. Ela com certeza tem uma sensibilidade para tratar diversos assuntos, inclusive a falta de tato social de Naho e Kakeru. Porém, algumas coisas na forma de tratar esses dois personagens me irrita durante a leitura, uma delas é essa total falta de traquejo social chegar a ser quase do nível infantil.  

8 de abr. de 2025

Amantes Eternos | Preciso de doses vampirescas


Eu precisava desse filme! Sou intensamente melancólica e solitária que encontro refugio na literatura e filmes sombrios, densos, tristes e melancólicos. Amo vampiros, talvez eu me sinta tão atraída por eles por conta dessa tristeza sem igual. De alguma forma, histórias de vampiros e sua estética me trazem uma sensação de "completude", não sei bem definir direito. É um emaranhado de sentimentos e emoções.

Essa semana assisti um filme que a muito tempo venho "namorando", dirigido por Jim Jarmusch, Amantes Eternos é um drama romântico com toques de fantasia e melancolia. O filme acompanha a história de Adam (Tom Hiddleston), um músico vampiro recluso e desiludido com os rumos da humanidade, que vive em Detroit. Ele é casado há séculos com Eve (Tilda Swinton), uma vampira sábia e serena que vive em Tânger. Quando percebe que Adam está mergulhando em depressão existencial, Eve viaja para vê-lo, reacendendo que algo aconteça com seu amado, seu vínculo profundo e sua paixão.

O longa mostra como o casal precisa lidar com os desafios modernos de viver como vampiros em um mundo caótico — incluindo a escassez de sangue puro (pelo que dá a entender, seria um sangue sem muitas contaminações) e a presença incômoda da impulsiva irmã de Eve, Ava (Mia Wasikowska). Com uma estética sombria, trilha sonora docemente hipnótica e uma atmosfera contemplativa, o filme explora temas como amor, arte, imortalidade e a decadência cultural do mundo contemporâneo. A sabedoria de ambos, a forma como veem o mundo denunciam seus anos de vivencia e tempo que tiveram para contemplar a existência. 

Ao  longo do filme fiquei com uma vontade tremenda de conhecer Tânger, toda a estética, os detalhes que compõem desde figurino, trilha e a própria interpretação dos atores torna tudo muito perfeito. Simplesmente amei cada minuto. 

A cada filme sobre vampiros, bem construído e que conversa de forma extraordinária com a literatura, me deixa sedenta por doses diárias de histórias vampirescas.  

Amantes Eternos é mais do que uma história de vampiros — é uma elegia à arte, ao amor e ao tempo que consome tudo.  Em sua cadência lenta e hipnótica, o filme nos convida a contemplar a fragilidade da cultura em um mundo que esquece da arte, da literatura e das ciências, e a imortalidade como um fardo daqueles que assistem à lenta decomposição do que um dia foi sublime. Adam e Eve, amantes milenares, caminham por ruínas e bibliotecas, agarrando-se à música, à poesia e ao toque do outro como relíquias sagradas. Em um universo que se move rápido demais para sentir, Only Lovers Left Alive é um sussurro eterno dizendo que o amor e a arte ainda importam — mesmo que seja apenas para aqueles que se recusam a esquecer.



5 de abr. de 2025

Orange Vol. 2, Ichigo Takano

Essa foi mais uma leitura de março, um mês que não foi fácil, teve vários momentos de alegrias e felicidade, porém, também teve seus momentos de tristezas intensas. Estou bem deprimida nos últimos dias, e não tenho conseguido falar disso, só escrever sobre. Os processos de viver a vida e suas lutas diárias...

As leituras estão lentas e estou com vários livros acumulados. Estou sentindo que muita coisa do cotidiano não está rendendo tanto quanto eu gostaria, consequentemente me sinto incompetente na vida adulta, mas com a consciência de que é culpa do sistema em que vivemos.

Bom, falando da série propriamente, vou seguir lendo até o volume 5º. Estou curiosa, quero saber até onde as coisas vão chegar, e nesse momento da história mais questionamentos foram abertos. Apesar de ser apenas o volume dois o ritmo aqui foi bem diferente. Ainda não sei se vou ler os novos volumes (6º e 7º), parte de mim só quer terminar essa história o quanto antes, comentei sobre isso na resenha do vol.1.



Conhecemos um pouco mais sobre Kakeru, e descobrimos que ele é bem hesitante quanto as escolhas que precisa fazer para levar a vida de forma geral, inclusive sobre o que sente pela Naho, ele possui um medo de errar que o está assombrando e carrega uma culpa pesadíssima. Na medida em que a distância diminui, a Naho, cada vez mais deseja mudar o “futuro onde Kakeru não existe”. Mas ela acaba percebendo que mesmo alterando o presente, o futuro da Naho de 10 anos depois permanece inalterado. Então, a dúvida surge, será que ela deve continuar seguindo o que as carta dizem?

Ainda continuo tendo uma forte sensação de que já vi algo semelhante à essa obra, mas não consigo lembrar exatamente de onde vêm. Orange aborda e "apela" muito para a relação dos personagens e quão linda e verdadeira é amizade entre eles, o quanto se apoiam e protegem um ao outro. Naho está aos poucos tendo mais coragem para tomar as rédeas da vida dela, o que me assusta é ela se anular muito, o que me fez refletir bastante.

Apesar de não estar 100% conectada com a história e aos personagens, o mangá tem me feito refletir o quanto tenho realmente feito decisões que eu me orgulhe e se realmente eu tenho vivido da maneira que eu quero e não para agradar os outros. A história trás muito isso, não se anular e viver sem se arrepender de não ter feito algo, agido mais e "curtido" mais as pessoas à sua volta.

Acho que meu subconsciente está querendo me mandar uma mensagem, essa é a segunda leitura que faço nesse mês que tem um pouco dessa temática de agir e não ficar entorpecida na vida. Amo o quanto a literatura nos deixa inquietos e "pensando mil pensamentos". 

Essa edição que tenho em mãos em minha biblioteca possui uma novela ao final, Haruiro Astronaut, que estou achando bem chatinha. Os personagens parece caricatos ao extremo, apesar de se passar no mesmo colégio, o tom das histórias são bem diferentes, enquanto uma é bem mais dramática, a segunda é mais espalhafatosa, e com foco no romance das irmãs gêmeas. No geral é uma leitura que está me divertindo e sendo ótima para descansar entre as leituras mais densas e pesquisas da faculdade!

2 de abr. de 2025

Gente pobre, Fiodor Dostoiévski

Comecei a ler Dostoievski por Noites Brancas, e desde então tenho me aventurado em diversos livros e contos. Até mesmo algumas disciplinas que cursei na faculdade em anos anteriores me ajudaram a embarca nos grandes clássicos russos e entender o quão grande são. Não somente isso, eles têm me conectado com dois extremos: Uma parte profundamente íntima minha, e o segundo: me conectado com o outro lado do mundo em épocas diferentes. Sem dúvida nenhuma, ler é viajar no tempo! 

Fiodor Dostoiévski

Esse livro eu li em 2024, porém precisei dar uma relida para fazer essa resenha esse ano de 2025, e ler de forma um pouco menos despretensiosa, já que fiz análise dele durante parte do 1º semestre daquele ano. 

Antes de sua prisão, Dostoiévski deu vida a este romance em uma era em que a Escola literária Naturalista florescia na Rússia do século XIX. Com olhar aguçado e alma inquieta, ele mergulhou nos becos sombrios de São Petersburgo, desvendando a miséria e o desespero que habitavam os subúrbios da cidade, onde a esperança se dissolvia como névoa ao amanhecer.

"E depois a gente rica não gosta de ouvir os pobres se queixando da sua má sorte – dizem que incomodam, que são impertinentes! A pobreza é sempre impertinente mesmo – talvez porque seus gemidos famintos lhes perturbem o sono!"

Esse é o romance de estreia de Dostoiévski, publicado em 1846, foi imediatamente aclamado pelo público, fazendo o autor um escritor consagrado. Por meio da troca de cartas entre um funcionário público de menor cargo de uma repartição de Petersburgo e sua vizinha, uma jovem órfã injustiçada, o autor explora a fundo as variações de tom e tratamento, de saltos e encadeamentos na ação, para criar um texto comovente e, no dizer de Boris Schnaiderman, "marcado pela consciência da injustiça social".

Os personagens vivem uma situação financeira difícil e raramente se encontram, mesmo morando na mesma vila, mas tentam se apoiar mutualmente na medida do possível. Trocam cartas constantemente, e detalham seus pontos de vista, uma mulher pobre e um homem pobre. As cartas vão revelando aos poucos o passado e o presente dos protagonistas. São revelados seus pensamentos mais ínfimos, suas angustias, as pequenas alegrias e seus desejos mais simples.

Ao lermos temos uma rápida empatia por ambos, é difícil não se identificar com os dramas e preocupações financeiras, mesmo que estejamos em um Brasil de 2025 com diferentes realidades em contraste com uma Rússia antes da revolução. É um livro dilacerante, inquietante, e logo de cara já vemos alguns recursos estilísticos e detalhamento que, para um romance de estreia, é de se impressionar. 

O livro possui um tom muito melancólico e dramático, nos mostra a face humana mais desesperada em contraste com a mais abastada, toca no âmago e grita por justiça social. Ler Dostoievski é mergulhar na leitura, ir a fundo na humanidade e se ver, de alguma maneira bem louca, olhando um espelho e vendo parte de si mesmo. 

É uma obra que merece ser lida e relida, é uma obra que arrebata nossa consciência, enquanto uns desfrutam a vida e gozam dela, outros estão em estado de desespero em busca do básico para viver, moradia digna, salário descente que dê para comprar roupas, se alimentar e possuir o mínimo de lazer com um livro. Inclusive, o que vejo nos trabalhos do autor russo é essa paixão pela literatura, ela sempre está lá, de alguma forma ele vai trazer no subtexto. Seja um personagem com estantes repletas, outro que menciona algo, enfim...de alguma maneira está lá. 

Não tem como não se emocionar profundamente com o relato das roupas e botas furadas, a cena do botão da camisa caindo e o protagonista fazendo de tudo para pegar, o quanto esse botão é importante. A descrição dos sentimentos de andar mal vestido por não ter dinheiro suficiente para comprar roupas novas é dilacerante...Enfim, é um livro poética e melancolicamente dilacerante.

Desde que comprei meu kindle ano passado tenho lido bastante nele, inclusive comprando clássicos a preços irrisórios, isso tem me motivado muito a lê-los ainda mais! Eu que fui sempre a defensora dos livros físicos tenho encontrado paz no digital também. 


29 de mar. de 2025

Epílogo e finais abruptos

Não sei por onde começar esse texto. Já escrevi no diário, já fiquei no sol quente e sentindo a pele queimar no calor amarelo. Estou digerindo e pensando, mas meus pensamentos saem confusos, explodem palavras e sensações misturada a lembrança da despedida em um domingo chuvoso no velório. 

Quanto mais penso na morte do meu sobrinho, filho do meu meio-irmão (por parte de pai), mais acho doloroso, penso em tantas coisas. Penso em como a morte pode ser o fim das sensações sensoriais e explosões de cores e afetos, como ela por si evita inúmeros sofrimentos para quem parte, porém, para quem fica deixa marcas profundas, solidões, embaraços e a sensação de incompletude. Penso em quanto não consegui ser forte e me desfiz em chorar, o quanto achei injusto uma criança de 4 anos parti sem ao menos ter provado o que é ser humano e vivenciado todas suas dicotomias. 

Tendemos a ficar mais sensíveis quando uma criança se vai, ficamos ainda mais estarrecidos quando é uma criança-parente se vai. Mesmo que não sejamos próximos o suficiente, mesmo que não tenhamos convivido todos os dias, mesmo que não saibamos todos os gostos, brincadeiras favoritas, comidinhas favoritas, a cor que mais encanta, a temperatura perfeita da água do banho...mesmo assim, somos comovidos, tocados, sentimos o coração dilacerar. Já passei por alguns tantos velórios, me despedi de diversas pessoas...As intensidades mudam muito de acordo com as épocas e outras variantes, porém, ainda sinto que o coração nunca está preparado. 

Porém, toda vez que alguém parte e vamos no velório nos despedimos, nos conectamos com o luto, com os enlutados, com as dores, com a vida perdida e a não vivida, sempre pensamos: E se? Tantos "E ses" passaram por mim nesses últimos dias, tantos "e agora?" Inúmeros pensamentos, sensações, lembranças, cheiros, dores, tudo....Tudo sempre sentido, sempre dolorosamente melancólico. Não sou a pessoa mais próxima ou a mais presente na vida até mesmo de familiares e amigos, mesmo assim, ainda sinto as dores minhas e me compadeço das dores alheias...

Tanta coisa que pensei sobre minha dor e as dores alheias a mim. Estudo literatura, estudo a antiguidade, estudo a língua de poetas e literatos antigos e mesmo assim nada é suficiente, nem mesmo as linhas de um epitáfio grego antigo estão me ajudando. O meu desespero também se encontra quando meu cérebro não consegue decodificar a dor que está no meu peito e o emaranhado de palavras avulsas, emoções, medos e tantas outras coisas...Acredito que dizer adeus seja necessário. Então, esse é meu adeus!  


Considero o blog meu diário de páginas infinitas, sempre estou colocando sentimentos e acontecimentos por aqui, registrando alguns pedacinhos de mim no espaço da internet, amo que aqui tenho uma sensação de segurança que em outros lugares da internet não tenho. 

28 de mar. de 2025

Naturalmente bruxa, de Gabi Violeta [Livros sobre bruxaria]

Nos últimos tempos se posicionar, ter um lado, falar de fé e política aliado a filosofia, sociologia e linguagem passou-se a ser tão importante quanto beber água ao longo do dia, principalmente para mim. Há muito tempo venho pensando em falar sobre os livros de bruxaria por aqui, mas sempre fiquei com medo ou receio de sair do armário das vassouras por uma série de motivos que não convém listá-los. 

O mais importante nesse momento para mim é agarrar minha identidade e dizer com convicção: Sim, essa sou eu! Desde uns messes para cá venho falando mais abertamente sobre isso na internet e não poderia ser diferente nesse post. Trago hoje uma resenha de um livro bem fluido, leve e um ótimo introdutório para quem está começando no oficio.

Essa resenha é em parceria com a Livraria UNESP, apoiadora do Exploradora de páginas desde 2023! Aproveito para dizer que você, caro leitor, tem desconto de 15% com o cupom: jessica15. Tanto para as compras online, quanto para as compras na própria livraria física.



Esse livro é mágico pois traz informações que ajudam mudar a sua forma de enxergar o mundo e de lidar com os seus problemas (de diversas natureza, aliás). A Gabi violeta nos propõem que usando este livro corretamente transformaremos as nossas vidas e essa sim é a verdadeira magia! 

Todo mundo conhece as bruxas dos contos de fadas com aquele estereótipo de uma mulher velha, feia e maldosa. Pronta para envenenar uma pessoa branca, rica e se opor a família real dessa princesa. 

Porém, as bruxas e bruxos verdadeiros não são assim e estão por aí, no dia a dia, buscando na natureza energia do equilíbrio e do bem-estar para as suas vidas. Em Naturalmente bruxa, a autora trás seu sentido de ser bruxa com dicas práticas, rituais e elementos que irão despertar o poder que já existe em cada um de nós. Nossa força de vontade, a mudança da mente, a forma como enxergar a natureza e o mundo ao nosso redor trás riqueza de pensamento e ajuda a aguçar nosso olhar para os detalhes da vida.

A autora, Gabi Violeta, é praticante da bruxaria natural, residente de São Paulo, é blogueira e youtuber para divulgar a bruxaria e seu caminho mágico ao longo dos anos. 

O livro possui uma narrativa leve, divertida, quase como uma conversa que a própria autora trás em seus vídeos do youtube. Além disso, a narrativa me pareceu quase algo fabular, muito encantador, você sente o amor que o livro foi escrito. O intuito do livro é ser leve, desmistificar as crenças alheias às tradições da bruxaria, e mostrar um possível caminho para jovens bruxas de modo abrangente. O livro possui magias para o amor, cura, saúde, proteção e prosperidade. 

Dentre os temas temos um pouco de numerologia, sobre os sabbats, a fase das luas, runas das bruxas, círculo mágico, incensos, cristais e afins. Com toda certeza eu recomendo esse livro para toda bruxa iniciante, ou para aquelas que estão distantes de suas práticas magísticas e estão precisando se reconectar. 

Enfim, a edição é bonita, a fonte, diagramação e ilustrações são bem delicadas e bem feitos. Foi um livro que li muito rápido, levei no máximo duas semanas, pois era minha leitura de metrô, então li no transporte público durante meu trajeto da zona norte para a zona oeste para a faculdade, foi uma companhia muito prazerosa e senti quase como se fosse momentos de descompressão total da rotina pesada e exaustiva. Um livro mágico, como a própria autora diz na sinopse. 

25 de mar. de 2025

Não pise no meu vazio, Ana Suy

Essa foi mais uma leitura terminada nesse mês de março, a qual me fez bem no geral! O livro possui, em muitos poemas, uma metalinguagem sobre o ato da escrita, o quão importante é o ato de escrever para autora. Em diversos momentos senti que estava lendo um diário, ou textos extremamente íntimos, muitas vezes até tive a sensação de que estive invadindo a privacidade da autora, roubando suas confissões, seus sentimentos, seus desesperos e tomando-os durante um tempo.



Segundo a própria autora, os textos reunidos neste livro foram escritos ao longo de uns dez anos ou talvez mais, em sua maioria, sem pretensão alguma de publicar incialmente. Foi a partir do surgimento da expressão “não pise no meu vazio”, que chegou repentinamente para a autora em 2017, que nasceu a vontade e uma misteriosa urgência de publicá-los em formato livro.

O livro é dividido em três partes – do que preenchedo que esvazia e do que preenche e esvazia ao mesmo tempo –, da psicanalista e escritora best-seller Ana Suy. A obra fala fundamentalmente sobre o amor, e, também, sobre os demais sentimentos que o coadunam. "É um livro sobre excessos, sobre faltas, sobre o vaivém da vida, sobre o amor, o ódio e a dor." É justamente isso para mim, tudo sobre excesso e como o emaranhado de sentimentos podem nos consumir por dentro. Minha impressão variou muito entre os textos, alguns não gostei de todo, outros me senti muito conectada, outros achei bem malucos, mas todos achei muito verdadeiros...



Algo que vamos encontrar em todos os poemas em prosa nesse livro é a temática do vazio e os diferentes significados para eles...Como nós (mulheres) costumamos nos preencher muito mais do outro quando estamos nos relacionamentos, principalmente os amorosos. Os textos parecem vivências e experiência da autora, principalmente quando ela descreve as condições sociais femininas, quando priorizamos tanto outra pessoa aponto de esquecer quem realmente somos, ou nos moldamos tanto para caber no ideal romântico daqueles que estão conosco. 

Vários poemas achei dolorosos, mas não uma dor em mim, e sim na voz poética, ou até mesmo uma dor que parte da autora. São textos muito íntimos, quase confessionários de diversas situações, muito me tocaram bastante, e com toda certeza valeu cada momento a sua leitura. 

Poder ler uma obra que é quase um diário é intenso, é extraordinário pois estamos no íntimo de um ser humano e de suas experiências.

21 de mar. de 2025

Me aventurando na academia (de novo)!

 Como sou uma pessoa depressiva, passo por altos e baixos emocionais constantemente por conta da minha companheira, esse ano precisei retornar a academia. Desde quando sai do colégio em 2014 tentei ser ativa e evitar o sedentarismo. Contudo, entrei na academia pela primeira apenas em 2022, não durei muito, apesar de ter gostado. Mas esse ano a rotina de exercícios necessitam estar ativamente no meu cotidiano!!


De alguma forma maluca estou encaixando a academia, junto com o trabalho, minha segunda faculdade, iniciação cientifica, leituras, vida social, casamento, blog e muito mais outras coisa da vida adulta minimamente saudável ou agitada. Acredito que seja uma dádiva e uma maldição ser paulista, a vida agitada e cheia de compromissos vem incluso no pacote de morar em São Paulo. 

Já estou sobrevivendo a quase meu primeiro mês completo, e tem sido bem interessante. A melhor parte é que não estou tão dolorida quanto estive na primeira vez na academia. Hoje sou bem mais resistente, e só nesse meio tempo já estou sentindo diferença até mesmo no animo de levantar da cama! 

Venho gostando muito de ser ativa, de estar sozinha nessa rotina. Conheço muita gente que não gosta de fazer/ter programações solitárias, já eu simplesmente amo, acredito que isso aconteceu comigo por ter sido quase sempre e a maior parte do tempo de minha existência solitária. 

É interessante que cada vez mais venho descobrindo meu corpo, descobrindo novos músculos. As dimensões do meu eu físico estão cada vez mais claros. 

Descobri que odeio abdominais e fazer um exercício muito específico para o antebraço em um aparelho que tenho quase certeza já foi usado como instrumento de tortura na idade média.

Sentir que posso aguentar mais tempo na esteira cada dia mais tem sido motivo de alegria. Sentir que a máquina extraordinária do corpo humano que possuo está sendo melhor utilizada e tendo a manutenção necessária me dá uma sensação de recompensa. 

Claro, não é fácil! Minha mente me prega muitas peças, às vezes quero simplesmente não ir. Às vezes me olho no espelho e vejo vários pontos negativos e coisas que quero mudar fisicamente, coisas que me sensibilizam e me deixam doida. Outras vezes, quando estou na academia e consigo realizar as séries fico com a autoestima de quem já está a anos na academia, sim chega a ser um pouco cômico.

Enfim, por enquanto estou sendo preenchida com essa felicidadezinha e tem sido interessante como vem me mudado em tão pouco tempo...


18 de mar. de 2025

Orange, Ichigo Takano, Vol. 1

Esse mangá ganhei de um amigo, na verdade os cinco volumes! E atualizando minhas leituras, descobri pelo Skoob que tem mais dois, os quais foram lançados bem posteriormente. Essa resenha levei alguns dias para escrever, pois tive uma mistura de rejeição com o mangá e com o fato de ter que escrever essa resenha (não costumava fazer resenha de livros que não gosto), porém quero segui com o objetivo de fazer resenha de todos os livros lidos esse ano, então vai ter livros muito aleatórios por aqui. 

15 de mar. de 2025

Não gosto de pessoas vazias!!

Não gosto de pessoas vazias. Não gosto de pessoas que não possuem várias paixões, aquelas que não são interessantes e só tem um única coisa que as definem. Não gosto delas, e não gosto de ser assim também, por isso busco várias definições, maneiras de ser e viver e coisas para fazer. 

Não quero ser linear, muito menos um personagem sem desenvolvimento na série tragicômica da vida. Onde se esconde as pessoas interessantes? Talvez só com um olhar atento podemos observá-las pelo trânsito da vida e ao longo das horas em nosso cotidiano....


Hoje, compartilho pensamentos tirados do meu diário, momentos intimistas para a internet. Enquanto terminava de ler "Não pise no meu vazio", esse livro pode não ser um dos melhores, mas foi uma leitura muito gostosa para mim, me trouxe diversas reflexões até sobre meus hábitos de escrita. Parei para observar que tudo têm ficado "vazio". Claro, esse vazio é bem diferente do sentido do livro, aqui trago meu próprio sentido e definição. 

Enfim, ando observando pelas redes a moda do "clean girl", além de todos os problemas envolvidos nessa estética, o que me deixa ainda mais embasbacada com essa gente é ver que elas estão dispostas até mesmo higienizar suas personalidades, seja apagando tatuagens antigas, seja em uma estética minimalista, ou tentando alcançar rotinas irreais e objetivos que nem faz sentido para a vida individual delas. 

Como sou da geração do final da década de 1990, que viveu em uma vila pequena e afastada do centro, onde todo mundo conhecia todo mundo, tive que lutar muito e aguentar muito mais do que um olhar torto por ser alternativa, e não vai ser agora que vou abrir mão de tudo isso!

São muitas histórias, cargas emocionais e muito DIY feito. Lembro de vários post pela blogosfera sobre como customizar roupas, fazer acessórios, makes góticas e afins...O artesanato sempre me acompanhou durante todos esses anos, para poder criar meu estilo. 

Vejo que, atualmente, tudo está ficando cada vez mais cinza, limpo, sem personalidade, sem cor, sem vida e sem histórias. As pessoas estão ficando vazias. Vazias de personalidade, consequentemente de sentido e proposito. Aliás, depois se sentem cada vez mais infeliz e pressionadas socialmente, pois vivem apenas para seguir uma trend, algo efêmero e que não encaixa nas individualidade. Qual o papel social de uma estética? Tudo contém ideologias e possuem discursos.  

Higienizam suas personalidades e abstraem suas ambições e depois não sabem o porquê de estarem vazias. Sou tão intensa quanto o romantismo, tão fatalista quanto Álvares de Azevedo, tão introspectiva quanto Clarice Lispector. Sou uma mistura de todas minhas vivências, todos meus livros, e todo meu universo que construo e reconstruo. Tenho necessidade de vida, de música, de composição estética, tenho necessidade de absorver cada página que a vida escreve.

14 de mar. de 2025

Livros que ganhei de presente de aniversário em fevereiro

Demorei para escrever esse post por uma série de questões, como tempo e tinha me esquecido da existência dos post de "book haul" - lembro que em anos anteriores eu trazia com uma certa frequência aqui no blog! Bom, apresento três livros de diferentes temáticas que ganhei das minhas amigas, elas me enviaram pelos correios. 

Sabe quando você não espera presentes e de repente chega algo na sua casa? Bom, foi isso, sou muito grata pela surpresa maravilhosa! Vou falar um pouco de cada livro, destacar alguns pontos da edição e falar qual deles está sendo minha leitura atual e o que estou achando até agora. A qualidade das fotos ultimamente tem sido duvidosa, mas como tenho que fazer algumas coisas com certa pressa não estou conseguindo entregar a qualidade como eu queria. Mas como diz o ditado popular: antes feito do que não feito.

11 de mar. de 2025

A divina comédia, Inferno, Dante Alighieri

Essa resenha comecei a escrever junto com a minha leitura de Inferno, porém acabei esquecendo de terminar de redigir o texto e publicá-lo. Só agora em 2025, arrumando os posts, verificando os rascunhos que encontrei esse texto perdido e finalmente trago para você caro(a) leitor(a)! Fiz apenas uma revisão de texto, e ajeitei algumas coisas, porém quis preservar o texto o máximo possível.

"uma vez dentro, deve-se abandonar toda a esperança"

Enfim terminei essa leitura! Levei umas três semanas (ou quase) para ler e mais um tempinho para redigir essa resenha, pois achei bem difícil fazê-la, afinal escrever algo a altura desse monumento da literatura, é quase uma tarefa homérica. 

A primeira parte de um dos grandes clássicos dos clássicos da cultura ocidental, sendo uma obra que trás o encontro da cultural clássica e a medieval. A propósito a viagem de Dante é uma alegoria através do que é essencialmente o conceito medieval de Inferno, e ao longo dessa jornada ele é guiada pelo poeta romano Virgílio.

7 de mar. de 2025

Futuro ancestral, Ailton Krenak

Nos últimos anos tenho procurado mais literatura decolonial, claro que ainda estou longe de onde eu queria estar conhecendo e consumindo mais esse tipo de literatura, porém acho que Krenak é um ponto de partida. É um livro pequeno de 122 páginas publicado pela Companhia das Letras, e minha aquisição foi através da parceria com a Livraria Unesp. Esse não é o primeiro livro do autor que leio, mas é o primeiro que trago aqui no blog! 

Uma foto minha um tanto antiga, 2023

Ailton Krenak é um líder indígenaambientalistafilósofopoetaescritor brasileiro da etnia indígena krenaque e Imortal da Academia Brasileira de Letras. Ailton é também professor honoris causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e é considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, possuindo reconhecimento internacional. Só pelo histórico do autor ler ele é muita mais que imprescindível, ainda mais nos momentos sombrios que nos encontramos no campo político, social e intelectual. 




A ideia de futuro por vezes nos assombra com cenários apocalípticos, podemos ver isso na prórpia ficção científica, por exemplo, com as distopias. Por outras, ela se apresenta como possibilidade de redenção, como se todos os problemas do presente pudessem ser magicamente resolvidos, "o amanhã vai ser melhor". 

Em ambos os casos, as ilusões nos afastam do que está ao nosso redor, no momento presente, como o próprio livro nos aponta. Nesta nova coleção de textos, produzidos entre 2020 e 2021, Ailton Krenak nos provoca com a radicalidade de seu pensamento insurgente, que demove o senso comum e invoca o maravilhamento. Diz ele: “Os rios, esses seres que sempre habitaram os mundos em diferentes formas, são quem me sugerem que, se há futuro a ser cogitado, esse futuro é ancestral, porque já estava aqui.”

O livro trás um conjunto de ensaios o qual demonstra que meio ambiente, política ancestralidade e revoluções estão juntos. Além disso estão, atualmente, tão intrinsicamente aliados que política não se faz mais sem pensar o meio ambiente, ou deveria ser assim. O quanto o capitalismo está matando não somente a memória de vários povos indígenas, sua cultura, crenças e modo de vida, mas poluindo e ultrapassando espaços naturais, destruindo vida selvagens que são protegidas pelos povos originários. O sagrado é a terra, a fauna e a flora, e o homem vem apenas consumindo desenfreadamente visando o lucro bilionário de suas empresas...

Como podemos aprender com a própria natureza? Rios, lagos, fauna e flora possuem suas sabedorias, e todo o ecossistema tem uma forma sustentável de existir e de ser...O planeta se renova, se reinventa, tudo o que há nele é mais antigo do que a própria humanidade, como podemos observar e tirar lições de uma das maiores ancestralidades que temos?
"Para começar, o futuro não existe - nós o imaginamos. Dizer que alguma coisa vai acontecer no futuro não exige nada de nós, pois ele é uma ilusão. Então, pode-se depositar tudo ali, como em um jogo de dados. Infelizmente, desde a modernidade, fomos provocados a nos inserir no mundo de maneira competitiva." - pág 97

Pensar soluções ambientais, é pensar que a forma de consumo atual deve acabar, que a forma de se viver precisa se modificar completamente, o mundo precisa se transformar! O brasil precisa deixar de vender matéria prima como se fosse uma colônia 2.0 e investir em se renovar e transformar completamente, para isso o sistema socioeconômico deve mudar. 

Portanto, é um livro que nos faz pensar e repensar, uma leitura válida e ótima para nos fazer meditar no momento presente, pensar no futuro de forma a não depositar esperanças vãs ou medos irracionais, mas ficar desperto no presente para lutarmos pelo futuro que queremos de forma sóbria. Acredito que é um pé na "fé" de que as coisas podem ficar bem, com o outro pé na realidade. Que a luta de classes e busca por igualdade social e liberdade possam ser guias e ferramentas para esse futuro tão sombrio como a maioria de nós o vemos. 

Leia esse post!

Não pise no meu vazio, Ana Suy

Essa foi mais uma leitura terminada nesse mês de março, a qual me fez bem no geral! O livro possui, em muitos poemas, uma metalinguagem sobr...