Resenha: A metamorfose, Franz Kafka

Por diversos motivos adoro a cultura alemã,  e finalmente pude ler esse clássico da literatura, que foi uma experiência incrível,  já digo de antemão, é maravilhoso e essencial. Um dos meus livros favoritos do mês, e uma forte recomendação para você ler. ❤

Nome original: Die Verwandlung
Autor: Franz Kafka
Número de páginas: 100
Editora: Companhia das letras
Tradução: Modesto Carone
 

Gregor Samsa é um caixeiro viajante que trabalha ininterruptamente, não tem muitos amigos. Pressionado pelo emprego, apenas se mantém no cargo porque é o único que pode sustentar a família. Inesperadamente em uma manhã, que deveria ser como qualquer manhã de trabalho, Gregor se transforma num inseto monstruoso, por conta disso passa por diversos problemas como se adaptar ao novo corpo, entender o que pode comer, e lhe dar com a rejeição/decepção de sua família. No primeiro momento, a família de Gregor sente medo, ao desenrolar do enredo eles vão começando a  aceitar sua condição, contudo o esconde do mundo e com o tempo eles "simplesmente" vão o odiando. Veem ele como um peso desnecessário e querem livrar-se dele, do filho que se sacrificou inteiramente pela família, e isso me deixou indignada!! Apesar de ter poucas páginas, a obra não é rasa, pelo contrário, é cheia de conteúdo e reflexão, a cada página é um novo desconforto, uma nova aflição, uma nova descoberta social/filosófica para o leitor(a). 

Exemplar da biblioteca municipal da minha cidade =D 

É difícil falar dos personagens em si, já que praticamente os conhecemos muito pouco, haja vista, o livro é narrado em terceira pessoa e temos uma aproximação da perspectiva de Gregor, e como o mundo reage à ele. Gregor se preocupa muito com a família e como eles vão viver, já que ele está incapacitado de trabalhar. Ele é tão autorista  ao ponto de não se preocupar como ou por que se transformou  em inseto, mas na condição financeira de sua família.
Uma das coisas mais impressionantes nessa obra é a possibilidade de ser fazer diversos paralelos com a realidade, muitas situações podem ser usadas como analogias para situações reais, como lidar com diferenças, preconceito, sociedade conservadora e etc. A obra carrega diversas críticas à sociedade do final do século XIX para o começo do século XX; visto que essa obra é parte do movimento expressionista, ela descaracteriza o homem, e mostra-o em formas não tão agradáveis, e nas palavras do próprio autor uma "história repulsiva".  

O livro possuí 3 partes, um posfácio e uma mine biografia do autor. Foi impresso em papel Pólen Bold, as páginas são amareladas e  têm uma textura grossa (que adoro de mais), a fonte é grande e a diagramação está okay. Essa edição da Companhia das letras é bem caprichada na qualidade das páginas e não encontrei nenhum erro de impressão.

(Páginas)