Resenha: Lágrimas na chuva, Rosa Montero

A primeira vez que vi esse livro foi na livraria em São Paulo, e fiquei louca para ler logo de cara, visto que é baseado no universo de Blade Runner, estava tão ansiosa para ler que peguei o livro na biblioteca mesmo. Esse livro além de ser a minha estreia com Rosa Montero, é minha estreia na literatura espanhola.


Título original: Lágrimas en la lluvia
Autora: Rosa Montero
Número de páginas:364
Editora: Nova Fronteira
Tradução: Celina Portocarrero
Replicantes e humanos convivem, até certo ponto, de forma pacífica na cidade de Madri dos Estados unidos da Terra . Os replicantes foram criados para auxiliar os seres humanos em suas funções, os replicantes são androides orgânicos designados principalmente aos trabalhos mais perigosos. Foi assim que a replicante Bruna Husky passou anos em combate, até se aposentar e se tornar detetive particular.
Após ter sida atacada por outra replicante, que era sua vizinha, Bruna é contratada por uma líder politica replicante, Myriam Chi, para investigar a ameaça que recebeu, no meio dessa investigação, outro caso cai em suas mãos ligado ao de Myriam que é as mortes suspeitas e inexplicáveis de outros reps (replicantes) que foram muito brutais. Com certa relutância, Bruna começa a investigar o caso, e toda a investigação segue-se de forma lenta, faltando pistas, tendo muitas lacunas para Bruna, que descobre-se dentro de algo maior, algo que envolve pessoas de diferentes escalões políticos e financeiros desse futuro distante e meio distópico e  além dos replicantes estarem em perigo, o governo mundial dos Estados unidos da terra, também estão.
Exemplar maravilhoso da biblioteca municipal
Vou falar apenas dos personagens que são mais interessantes e principais do livro, começando por Bruna Husky, uma replicante de combate, que é uma personagem complicada,  independente e marcada por diversos traumas, e o medo da morte sempre paira em sua mente, já que os reps tem data de validade. Gostei bastante dela, apesar de  achar um pouco forçada sua estupidez em algumas passagens, tipo não havia necessidade dela ser estúpida em certas situações.
Lizard é um investigador federal que irá trabalhar com a rebelde Bruna no caso, ele é calmo em diversas situações e adora provocar a protagonista, não gostei dele, alguma coisa nesse personagem.. que não fui com a cara.
Pablo Nopal é um memorista, ou seja, um escritor de memórias para replicantes, é como se fosse um roteirista para criar as lembranças passadas dos androides. Ele é bem interessante e misterioso na maior parte do livro. Conquistou meu coração logo de inicio.
(capítulos)
O livro trás diversas questões bem delicadas e discutíveis para a nossa sociedade como intolerância e supremacia racial , nacionalismo, sexualidade, depressão e ansiedade, e várias filosofias como o medo da morte e o próprio significado da existência, o que podemos fazer para nos aperfeiçoar, etc. Esse é o tipo de livro que todo mundo deveria ler, torna-se uma leitura indispensável. Todavia, esse livro é o tipo de leitura demorada pela autora ser descritiva de mais, contar cada detalhe do cotidiano da rep.

A história é bem envolvente e a narrativa oscila um pouco, as vezes por ter um "arquivo/relatório" para ficar explicando como funciona o mundo da história e mostrar como a sociedade se encontra, isso tem uma justificativa ao decorrer do enredo. Acho que foi um dos fatores nesse livro que me fez demorar com essa leitura, eu ficava horas lendo e parecia que não chegava ao fim. Achei que tem algumas partes extremamente detalhadas, ficando tanta coisa para ler, que muita coisa não parecia ser tão relevante para a investigação, o que tornou a leitura um pouco lenta em algumas partes e me fez perder um pouco do interesse. Até mesmo as cenas de ação, não me chamaram tanta atenção.

Dessarte, é um livro repleto de críticas sociais, faz você parar para pensar na sociedade atual, e como encaramos o mundo, traz personagens bem interessantes e é um universo bem trabalhado e detalhado, mostra a situação do mundo todo e até mesmo de alguns planetas. A leitura foi lenta em algumas partes e outras foram extremamente rápidas, para vocês terem uma ideia, fiquei tanto tempo com esse livro que havia me enjoado de toda a história, e tive que pegar outras leituras antes de acaba esta, do meu ponto de vista a história não precisava se alongar tanto.


O livro é dividido em capítulos não numerados, por isso não sei quantos são (sorry), que são intercalados com um relatório histórico do mundo. Impresso em papel Chambril, a textura é levemente grossinha, as páginas são meias amareladas e a fonte é okay. 

Adorei essa capa, e "lagrimas na chuva" é referencia obvia ao monologo do replicante no final de Blade Runner


Comentários

  1. Não conhecia esse, mas achei bem interessante a resenha. Essa ideia de juntar os países é bem legal, deveria de fato acontecer XD
    Gosto de obras que tratam de questões sociais também, então sempre fico curiosa para ler livros do tipo.

    Adorei a resenha, beijão!

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    Respostas
    1. esse livro é incrível de diversas maneiras, tem muita representividade e muita crítica social, recomendo=D
      que bom que gostou da resenha <3 fico muuuiito feliz em saber ^^

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  2. Eu ainda preciso tomar vergonha na cara e ver Blade Runner haha Autores espanhóis costumam ser bons.

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    1. Sei como é haha Ainda espero ler mais autores espanhóis.
      Obrigada pela visita <3

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