13 de dez. de 2025

Hair | Uma peça envolvente e comovente

Devido ao final do semestre na faculdade, não consegui ter energia para esse espaço, tão maravilhoso que é esse pedacinho da internet, nessas semanas. Peço desculpas para minhas leitoras e leitores. Aqui me faz tão feliz e realizada!! Enfim, vamos falar de uma peça que assisti em novembro com o pessoal da faculdade...Eu Nem sabia do que se tratava a priori e foi uma grata surpresa! 

 No final de semana do dia 15/11 assisti ao musical Hair, e me surpreendi demais!! Precisei digerir tudo o que vi, as músicas, tudo o que senti e a pura arte e emoção que é esse espetáculo. Simplesmente me apaixonei pelo elenco e suas potências e presenças de palco. Hair é um clássico da contracultura dos anos 60 (estreou na Off-Broadway em 1967, então me senti absolutamente realizada por poder assistir depois que entendi sua dimensão)!


Hair’ é mais do que um espetáculo de teatro. Ao longo das últimas décadas, se tornou um ícone e uma das principais referências do movimento cultural e comportamental que mudou o mundo nas décadas de 60 e 70. Após estrear em um pequeno teatro off-Broadway em 1967, o musical se tornou um acontecimento teatral sem precedentes, deu origem a um filme homônimo, a uma série de montagens ao redor do mundo e gerou uma legião de fãs de diversas gerações. Quase 60 anos se passaram e essa  nova versão brasileira de ‘Hair’ comprovar que, realmente, esse fenômeno não tem data de validade!


Sob direção de Charles Möeller & Claudio Botelho e produção da Aventura, de Aniela Jordan e Luiz Calainho, o espetáculo, que é apresentado pelo Ministério da Cultura e BTG Pactual, via Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da B3Riachuelo e Odontoprev, e apoio da Beyond The Club São Paulo, Águas Prata e Levi's, foi escolhido para inaugurar o BTG Pactual Hall, antigo Teatro Alfa, espaço icônico da capital paulista, dentro Beyond The Club. 

Simplesmente é mágico! É a magia do teatro impregnada em cada movimento dos atores, no texto, na construção dos personagens, enfim, é uma peça que nos faz mergulhar em absolutamente em nós e nos deixa encucadas sobre identidade, liberdade, sociedade, desejos e "obrigações". O cerne da peça é uma celebração da contracultura dos anos 1960, com foco na busca por essa liberdade pessoal, expressão individual (diga-se que extremamente forte) e uma vida fora das convenções sociais rígidas da época. A estética hippie (cabelos longos, roupas coloridas, e muita dança) está no centro da narrativa e cria uma atmosfera festiva, mas também contestadora, e resistente, pois é uma cultura ativa politicamente.

Outro elemento extremamente forte do musical é sua oposição à Guerra do Vietnã e a crítica ao militarismo. Os personagens, em sua maioria jovens (hippies), lutam contra o alistamento forçado e questionam as instituições sociais e governamentais que enviam os jovens para lutar, levantando reflexões sobre os custos humanos da guerra. Além disso tudo que já expus, Hair também explora a revolução sexual, ou seja, encontramos os temas de liberdade amorosa e expressão sexual sem culpa, sem repressão, rompendo com valores tradicionais cristãos sobre o comportamento íntimo e relações afetivas, inclusive essa temática ainda hoje pode parecer ousada ou provocadora, e está presente de forma explícita em várias cenas e músicas. Uma coisa que me chocou foi ainda na primeira meia hora um grupo de mulheres (com estética clean e pareciam evangélicas/cristãs) se levantaram e foram embora em uma cena que o personagem Berger faz uma crítica aos modos cristãos de vida....Mesmo hoje as pessoas estão cada vez mais conservadoras e intolerantes. Eu nem sei colocar em palavras o que sinto sobre isso... 

Bom, o debate racial está desde sua criação, então, sim o musical abordou integração racial e igualdade. Pelo o que pude entender em minhas pesquisas sobre a peça, o elenco da peça original contou com proporção significativa de artistas negros, e músicas/cenas que refletem questões raciais numa época em que isso ainda era incomum no teatro musical comercial, e a peça que está em São Paulo não foi diferente, abordou bastante a integração racial e inclusão. 

Enfim, foi uma peça que me fez chorar, rir, refletir e ficar viciada nas músicas, me senti na "obrigação" de escrever sobre esse musical tão potente e que fez me conectar demais com o meu próprio signo. Bem místico eu sei, sou sensível e mega artística, encantada com os signos. Se você, leitora, estava em dúvida sobre a peça, espero ter incentivado a assistí-la e mergulhar nessa aventura maravilhosa.




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