21 de nov. de 2021

Primeiras Estórias, Guimarães Rosa

 Esse ano passou tão rápido, parece que foi ontem que eu estava fazendo a FUVEST, mas não...Foi em janeiro, assim como já estou acabando o segundo semestre, o primeiro foi muito lindo e bem animado, o segundo tem sido muito trabalhoso, mas extremamente gratificante e menos desesperador também. Cresci tanto desde que entrei na faculdade, e tem me mudado ainda mais, para melhor!

Neste post vamos falar de Guimarães Rosa um dos meus autores favoritos e até agora não foi resenhado aqui, por um bom motivo, não havia terminado nenhum livro dele. Apesar de já ter lido alguns contos do Primeiras Estórias, é a primeira vez que termino e além disso, estudei-o durante algumas aulas de IEL II (introdução aos estudos literários II), então estou super empolgada. 

Autor: João Guimarães Rosa
Título original: Primeiras Estórias
Número de páginas: 238
Editora: Editora Nova Fronteira

Primeiras Estórias é um livro de contos publicado em 1962. Contém 21 contos que se passam, em sua maioria, em um ambiente rural não específico, espelhando situações e temas particulares e universais, que extrapolam o cotidiano, apesar de o retratar. É como o conto Amor da Clarice Lispctor, um momento de epifania, um desabrochar da mente e que em um dado momento faz com que os personagens transcendam esse cotidiano e experimentem algo que beira o sobrenatural. 

Esse livro é perfeito em cada sentença, é perfeito em cada vírgula, é magnífico em cada conto. Primeiras Estórias é uma reunião de contos, que não se ligam em enredo, mas trazem elementos semelhantes, como o real versus o mítico, um mundo transcendente, que apesar de flertar com o sobrenatural, não procura as respostas em deuses, mas nos próprios casos e epifanias. 

Trazem, também, formas breves e intensas, há, assim como em Sarapalha (conto do livro Sagarana) aspectos modernos experimentais. O conto "Nas margens da alegria", é um bom exemplo disso, contraste entre o surgimento de Brasília -que representa a modernidade- versus  a natureza, vida versus morte, alegria versus o contato com a desilusão, e tudo demonstrado por um narrador onisciente próximo ao olhar do protagonista, que é uma criança. 

Ora, os contos têm esse contraste entre alguns elementos como "Nas margens da alegria", são regionalistas, no entanto com histórias bem universais e que qualquer leitor pode se identificar. Assim também como em Amor da Clarice Lispector, que nos identificamos com o momento de epifania e despertar no meio do cotidiano, Guimarães tem uma maneira única de tocar seus leitores, nos fazendo mergulhar profundamente em seus estórias e transcender juntamente com o personagem. Ademais, vale ressaltar que cada conto tem seus próprios temas, uma "maneira" única de abordar as características comuns em cada um deles, personagens ricos e profundos mesmo para a brevidade do conto.

Como leitora, e agora como estudante de letras, portanto, considero que Primeiras Estórias é um ótimo livro introdutório para o autor, tanto para se acostumar ao regionalismo, escrita e outras formas que as obras roseanas trazem, são surpreendentemente tocantes e gostosas de serem lidas. Um conto que me arrepia toda vez que releio é "A terceira margem do rio", algo nele me deixa em um transe literário ( acontece no livro todo esse "transe literário")...É assombroso!! 

2 de out. de 2021

Antígona, Sófocles (teatro grego)

Antígona perante a morte de Polinice

Os dias passaram tão rápidos, nem nas minhas férias de 2 semanas (que foi em agosto) consegui fazer os posts no blog, levou uns dois dias para este post ficar pronto, só por conta do tempo super curto para fazer tudo o que devo fazer. Aqui me faz um bem incrível!! É super importante para mim, estar aqui!!

Bom, vamos a resenha do dia, um clássico da literatura, e deveras antiguíssimo. Estou falando de Antígona, um dos livros estudados no curso de letras nesse segundo semestre. Essa é uma das obras da literatura que desperta o ser humano, que nos faz criar e construir um mundo melhor. Sim! não é exagero quando dizemos isso, essa obra é uma das que nos fez criar os direitos humanos, ou ao menos nos inspirou, tendo em vista o debate das leis naturais (leis dada pelos deuses). 

Antígona Auxilia édipo 

Dentre os diversos temas debatidos ao longo da obra, o direito do morto receber os ritos fúnebres é um dos principais e que irá permear questões principais da tragédia. O direito do morto ser enterrado e não deixado aos cães e as aves rapinas.

Entre as sete tragédias de Sófocles (c. 496-406 aC) preservadas em sua totalidade, Antígona sem dúvida ocupa um lugar privilegiado. Como figura heróica, a transcendência da protagonista levou a inúmeras releituras ao longo dos séculos (com excelente recepção no teatro contemporâneo) e deu origem a especulações filosóficas de todos os tipos. A personagem, a encarnação do conflito entre o indivíduo e a sociedade, consente e o anima.

A leitura é bem fluida e rápida, afinal trata-se de uma tragédia que tinha um tempo bem defino para ser encenada, Aristóteles fala a respeito disso em A poética. Ao ler Antígona, o leitor se emociona e para ler essa peça deve-se ler "Édipo Rei", tendo em vista que se passa após o exílio de Édipo e a regencia passa para Creonte. A história tem início com a morte dos dois filhos de Édipo, Etéocles e Polinices, que se mataram mutuamente na luta pelo trono de Tebas. Com isso sobe ao poder Creonte, parente próximo da linhagem de Jocasta. Seu primeiro édito dizia respeito ao sepultamento dos irmãos Labdácidas. Ficou estipulado que o corpo de Etéocles receberia todo cerimonial devido aos mortos e aos deuses. Já Polinices teria seu corpo largado a esmo, sem o direito de ser sepultado e deixado para que as aves de rapina e os cães o dilacerassem. Creonte entendia que isso serviria de exemplo para todos os que pretendessem intentar contra o governo de Tebas

Não há como não se emocionar e envolver com a peça, a maneira como toda a trama se deslancha, como cada ação se desenrola e estão entrelaçadas é incrível. Esta ai uma das características da tragédia, uma ação desencadeia uma série de ações e consequências, já que as personagens envolvidas sedem as suas pulsões (termo freudiano). No entanto, as tragédias gregas são diferentes das romanas, enquanto a primeira mostra que os personagens estão intrinsicamente ligadas ao destino e não consegue fugir dele, quanto a segunda, o caráter dos personagens influenciam suas ações e o desencadeamento das ações. 

Ora, tendo isso em mente, sabe-se que o trágico é inevitável, irá vir como um tsunami que arrasta tudo à sua frente com forte violência. Porém, ao terminar a peça, ainda introspectivo, o leitor sai como um sobrevivente de um turbilhão de emoções, e fica extasiado ao ver a cartasse tão falada pelo mestre Aristóteles. Enfim, como é chegar no momento catártico e "sentir", ao longo do enredo, toda a espinha da tragédia e seu desenvolvimento e nuances é esplendido. Por isso, caro leitor deste blog singelo, recomendo que leia um pouco sobre as tragédias gregas e suas características para ter uma experiência mais completa possível. 

25 de jun. de 2021

PASSEI NA USP!!!!!!!!!

 Eu só iria liberar esse post depois da semana de boas vindas aos calouros, e nem acredito que esse ano estou na USP, é um sonho que permeava meus planos quando mais nova, contudo apenas em 2018 que comecei a me imaginar na universidade e a estudar para tal meta. Vou fazer esse post porque se até sobre FATEC eu registrei aqui, imagina sobre a USP!! 

Sou eu com minha estante nova ao fundo

2020 foi um ano péssimo, a pandemia me desestabilizou completamente, e até hoje não me acostumei com a rotina de fazer tudo de casa, sinto falta de andar por SP, principalmente agora que estou morando na capital do estado. Quando perdi o emprego, um ano atrás, foquei meus planos em passar na USP, estudei muito, principalmente humanas, me aprofundei na matéria o tanto que conseguia  em meio as minhas crises de ansiedade e depressão. 

Entrar na USP sempre foi meu sonho, mesmo inconsciente e só notei isso despois que passei e vou explicar ao longo desse post. Após terminar o ensino médio (todo em escola pública) em 2014, fiz um cursinho pré-vestibular, bem meia-boca, não foi nenhum desses famosos como Objetivo, Etapa, Poliedro etc. No entanto, foi nesse cursinho que comecei a aprender estudar, entender que terminei o ensino médio sem saber um terço do que deveria ter aprendido.

Desenvolvi um amor enorme por exatas, e aos poucos fui me entendendo, encontrando o que funcionava ou não para mim, o que melhorava meu desempenho ou me prejudicava., enfim o processo de você estudar para o vestibular também é um processo de autoconhecimento, sendo assim celebre cada momento de estudo, celebre cada pequeno detalhe que você vai aprendendo e lembre-se sempre que você é sua motivação, NÃO DEPENDA DA MOTIVAÇÃO EXTERNA, pois muitas vezes não temos um amparo de amigos, familiares ou do sistema como gostaríamos e como é necessário.

Tentado ver o que queria da minha vida, e só descobri aos 22 anos, quando estava cursando exatas em uma universidade pública, FATEC. Em síntese, não foi "apenas" o que aprendi e os exercícios que resolvi em 2020 que me ajudaram a entrar na Universidade, mas foi algo somado de 5 anos de aprendizado e estudos contínuos aliados a práticas saudáveis de estudos, leituras constantes, resumos eficientes, conhecimento da prova e como o conteúdo é cobrado e também tive um rotina de exercícios físicos e uma alimentação mais equilibrada na medida do possível.

Como foi meu primeiro dia e meus primeiros meses

Eu ainda não acredito que passei, estou quase no fim do primeiro semestre e só agora que decidir fazer o post, posterguei até hoje, muito feio isso!! O ritmo de estudos da USP são bem mais intensos, mais dinâmicos e os professores estão passando muito mais trabalhos e dissertações acadêmicas para fazer, além de leituras. Se você percebeu este é um blog de literatura, óbvio que escolheria letras; como a USP tem uma grade super ampla e com várias possibilidades vou direcionar meus estudos para a literatura e fazer quantas optativas que eu puder. 

Ora, a Universidade de São Paulo tem um método bem diferente de administrar esse curso, sendo que há um ano a mais para ser feito, conhecido como o ciclo básico que compreende todo o primeiro ano de calouro, nesse ínterim estou estudando Introdução aos estudos clássicos, introdução aos estudos literários, elementos de linguística e introdução aos estudos de língua portuguesa. São quatro matérias fundamentais, amplas e afuniladas ao mesmo tempo, isso na minha concepção. 

Todos os dias, de segunda a quinta-feira levando 7h ou 7:30 da manhã para as aulas, tomo café antes e/ou durante as aulas síncronas, na parte da tarde deixo para estudar todo o conteúdo que é passado, texto para ser lidos, poemas para analisar, fichamentos e resumos para  fazer e me preparar para as próximas aulas, às vezes faço leituras adicionais. Tudo isso leva o dia todo, além disso tento tirar um tempo para outras leituras, o canal no youtube e minha vida mesmo. Nenhum curso de letras se compara ao da USP; se você quiser pode acompanhar meus estudos pelo meu canal no youtube, para ver como é um pouquinho da minha vida universitária, recomendações e métodos de estudos!

Estou bem empolgada com meu curso, amando cada dia, me sentindo super motivada, bom na medida que dá para se sentir motivada em meio a instabilidade política, crise sanitária e uma pandemia que assola o Brasil e o mundo. As sextas-feiras não tenho aula, porém ainda há o que estudar, ler e pesquisar, e sempre tem trabalho para fazer, toda semana, apesar de ser estressante ainda é divertido, de certa forma. 



5 de abr. de 2021

Leituras de fevereiro 2021

Pela situação atual em que nos encontramos da pandemia, já estou me esquecendo do que li em Fevereiro, tive que consultar meu caderninho de leituras. Todo esse momento que vivemos está mexendo desde o início comigo, sou grata pelas pessoas maravilhosas ao meu redor e as possibilidades de poder ficar em casa. Enfim, vamos falar dos livros, que se não tem resenha aqui no blog, ainda.


Fevereiro li muitos mangas, quatro ao todo, um clássico e um de não ficção. Desses foram, um 3 estrelas, três 4 estrelas, dois 5 estrelas. Ah, só lembrando que em breve vou postar as leituras de março e finalmente os posts de leituras estarão certinhas!!

O velho da horta de Gil vicente
Estava estudando sobre a escola literária barroca e quis muito ler algo desse autor, li ano passado o Auto da barca do inferno, ainda pretendo ler A Farsa de Inês Pereira. É um livro super rápido com 29 páginas, mas tem todo um conteúdo de crítica moralizante que fiquei bem impressionada, e claro, li em português de Portugal. Foi uma experiência bem diferente de linguagem e leitura, adoro clássicos, mas não estou muito acostumada com a escrita do autor.

Esta seguinte farsa é o seu argumento que um homem honrado, já velho, tinha uma horta, e andando uma manhã por ela espairecendo, sendo o seu hortelão fora, veio uma moça de muito bom parecer buscar hortaliça, e o velho em tanta maneira se enamorou dela, uma alcoviteira que um dia fora comprar ervas e vendo que o velho estava passando por um sofrimento perguntou o que haverá acontecido? Vendo que o velho parecia estar realmente apaixonado se ofereceu para ajudar a conquista-la, a alcoviteira ia até a um lugar, falava para o velho que tinha ido até a mulher desejada, e toda vez que voltava falava que precisava de algo, e o velho gasta todas as suas economias. Será que a esposa do velho descobre que ele está apaixonado por outra? Como termina essa história de mais de dois séculos? Leia para saber 

A cultura no mundo líquido moderno, Zygmunt Bauman

Estudei o sociólogo para o Enem 2020, tomei diversas notas a respeito desse livro, me ajudou a dar aquele gás nos estudos de sociologia e dar aquele incentivo. Me ajudou muito, fiz diversas redações à base desse tema, me ajudou também a ser muito mais crítica com a sociedade e modo de vida que levamos. 

Um dos mais brilhantes e influentes pensadores da atualidade, Zygmunt Bauman rememora os deslocamentos históricos do conceito de cultura e examina seu destino num mundo marcado pelas novas e poderosas forças da globalização, da migração e da coexistência bélica de populações. Em nossa era líquido-moderna, na qual todas as hierarquias se dissolvem e os indivíduos passam de produtores a consumidores, a cultura já não é humana, mas de grupos, de guetos, e a agenda contemporânea põe na ordem do dia temas como cidadania, direitos humanos e convivência. Contudo – alerta-nos Bauman -, mais que lutar pelos direitos da diferença, deveríamos nos empenhar pelo direito à igualdade.


Mieruko-chan Vol.1 até o 4. Tomoki Izumi

Uma garota que pode ver espíritos horríveis ao seu redor. Fora ela, ninguém mais pode vê-los. Não há como fugir do mundo espiritual, afinal ele nos cerca; ela simplesmente reúne toda sua coragem e os ignora. E assim, ela segue sua vida cotidiana, tentando sempre ignorar estes seres que insistem ficar perto dela e de sua amiga, que vê, porém reage à a eles.

 

Eu sou incrivelmente apaixonada por enredos que falam sobre bruxaria, mundo espiritual no geral, magia e ocultismo, então seria uma história de prato cheio para mim, além disso estou começando a entrar nesse mundo de leitura de mangas e já estou preparando um post para recomendação para você leitor!

Li os quatro volumes em uma sentada, foi extremamente fluido, história super interessante, com personagens carismático e um mistério enorme, a mediunidade da nossa protagonista. Que mesmo com o decorrer dos quatro volumes, ainda não sabemos muito o que está acontecendo e se é normal ter tantas criaturas espirituais andando por ai. É uma história que vou adorar continuar acompanhando, e ao decorrer dos volumes irei fazendo resenhas. 

Fevereiro não foi um mês perfeito em leituras como gostaria, mas fico feliz em ver que o andamento das minhas leituras tem melhorado, espero estar nesse ritmo mesmo depois que as aulas na faculdade começarem.

28 de mar. de 2021

Casa de bonecas, Henrik Johaqn Ibse

Finalmente trago essa resenha, que posterguei uns bons dias dessa semana, li esse livro em uma sentada de tão fluida que a peça é, além disso têm 102 páginas, é um livro curtinho. Assim como Franz Kafka, são 100 páginas muito bem aproveitadas e cheias de significado. E se o leitor reparar...Toda a semana estou postando mais e mais resenhas, além disso quero trazer mais post sobre a cultura pop, como eu fazia à uns anos atrás.

Foto do instagram do blog

É um drama em três atos, em que Ibsen questiona as convenções sociais do casamento. A tragédia retrata a hipocrisia e convencionalismos da sociedade do final do século XIX. Na época, mediante as tentativas de emancipação feminina, foi uma peça revolucionária, com grande repercussão entre feministas, a Europa inteira a discutiu. Houve, inclusive, censuras violentas lançadas contra a personagem principal, Nora. Com essa peça, os críticos acreditam que Ibsen abriu caminho para a tragédia, tendo o final inesperado para época.

Henrik Johaqn Ibse foi um dramaturgo norueguês, considerado um dos criadores do teatro realista moderno. Foi também poeta e diretor teatral, sendo considerado o “pai" do drama em prosa e um dos fundadores do modernismo no teatro. Entre seus maiores trabalhos destacam-se Brand; Um Inimigo do Povo; Imperador e Galileu, Casa de Bonecas entre outras obras.

Muitas de suas peças foram consideradas escandalosas, como Casa de Bonecas, na época em que foram lançadas, mediante o fato de o teatro europeu estar sujeito ao modelo determinado pela vida familiar e pela propriedade, o verniz dos bons costumes e falso moralismo. Os trabalhos de Ibsen analisavam a realidade contida por trás das convenções e costumes, o que trouxe muita inquietação para seus contemporâneos.

Com toda a certeza é uma história que vai fazer a leitora (principalmente as mulheres) se questionar sobre absolutamente tudo, mesmo que você conheça e entenda o sistema patriarcal em que viva, ainda irá perguntar-se quão verdadeiro são seus gosto, personalidade, a relação que tem com os homens do círculo social em que pertence, até mesmo o que sente em relação a você mesma e ao que te cerca. Apesar de ser um livro de fácil leitura e rápido, por conta da extrema fluidez da peça, é uma história que deixará um gosto um tanto amargo e fará o leitor reler algumas passagens ao finalizar a história.

Ademais, Nora é uma personagens que pare tão irreal no inicio da trama, contudo as coisas vão fazendo sentindo, e repentinamente a personagem se mostra altamente sóbria e concisa de que sua vida está errada e que, de certa forma, foi manipulada e sua personalidade "mutilada", uma personagem que adorei de mais ter conhecido, embora no início eu tenha torcido o nariz para a sua personalidade.

Destarte, é um livro para todos os tipos de leitores, não somente os caçadores e amantes de clássicos, e também é um excelente teatro, talvez seja até um bom começo para que ainda não se acostumou com esse estilo de texto.

23 de mar. de 2021

Canto geral, Pablo Neruda

Trago finalmente, hoje, a reseha do livro que me levou mese, me incomodou por estar tanto tempo ao lado da minha cabeceira, não é um livro fácil de ser lido, por haver tantas palavras cruas para citar a desolazção causada pelos colonizadores as americas, por tanta brutalidade e caos deixados pelos ditadores sul-americanos durante o século XX. Vamos agora embarca à uma resenha satisfatória de Canto geral de Pablo Neruda.

Canto geral foi elaborada em circunstâncias adversas, quando Neruda, perseguido, foi obrigado a transpor os Andes e refugiar-se no estrangeiro. Testemunha um grande amor ao Chile e ao seu povo e, por extensão, a todos os povos latinos-americanos, frequentes vítimas do despotismo, considerado um livro de combate e de ternura. Consiste em quinze seções, 231 poemas e mais de quinze mil versos, lançados em 1950

Foto do instagram do blog

Para ser sícera não sabia bem como começar essa resenha, tendo em vista os altos e baixos dessa leitura, e os diferentes impactos que esse livro me causou. Estou começando a ler escritores latinos americanos (além dos escritores brasileiros) e ao gênero poema/poesia, já que minha bookshelf estava muito defasada nesse sentido, você caro leitor pode pecerber que desde o ano passado venho me empenhando mais nesse gênero.

O livro trás uma crítica muito profunda a toda formação da america latina, ou seja, todo o processo de colonialismo, o escritor cita nomes importantes da resistência indígena contra os europeus, e também cita os principais massacres aos habitantes destas terras, e líderes responsáveis. Além disso tudo, as primeiras 200 páginas, também são dedicadas à exaltação da beleza da fauna e da flora de toda america latina, e lendas indígenas de cada região.

Para evidênciar esse fato, temos toda a segunda parte do livro, "Alturas de Macchu Picchu" o ato da  valorização das mitologias pertencentes aos povos latinos, sempre citando a fauna e a flora, destacam a beleza e sua "antiguidade". Também há o uso da sexualidade para mitos, e crencas antigas, além de destacar a efemeridade da vida, tudo isso em uma história poetica com trechos voltado as questões sociais dos povos.

Ademais, o livro não é um memorial apenas ao passado colonialista, mas também a contemporaneidade  do autor, então novamente há muitas críticas sociais as ditaduras, torturas durante essa época, a corrupção social e política, também refere-se a injustiças sofidas pelos amigos de Neruda, jornalistas, escritores e intelectuais no geral, os quais foram presos ou exilados, mas também à homenagens e exporessão de respeito e companherismo. 

Canto geral é um livro mais profundo do que essa resenha possa expressar, tendo em vista que são um pouco mais de 600 páginas de uma ótica da história, seja de séculos passados ou do século XX, o eu lírico expressa sua opinião, deixa claro o quão repugnante foi muitas situações, e nos lembra que nas aulas de história são esquecidos de mencionar o quanto o povo desta terra sofreu e sofre. 

Destarte, para fechar  todo esse conjunto de poesisas, o final é voltado para Neruda e suas relações com o mundo e sensações, até mesmo há um momento de testamento, pode-se dizer que esta obra, nitidamente, é o que ele considerava A obra prima de sua vida, pois em cada verso vê-se o quanto o escritor dedicou-se como se fosse o último. 

18 de mar. de 2021

Mulheres, autoras de grandes clássicos | Parte #1

Ao longo das semanas farei postagens aqui no blog, e não iriei citar ou reforçar os casos sobre a pandemia, eu acredito que eu e você, meu leitor(a) precisamos de momentos leves. Precisamos nos manter sãos para não enloquecer; Não esqueça: fique em casa!! Saia se for extremamente necessário.

Ah, mais uma atualização que queria fazer... No post anterior eu disse que tinha feito a segunda fase da FUVEST e o quão difícil foi...Enfim, ontem saiu o resultado, passei na primeira chamada, na posição 24 do curso de letras, concorrência escola pública (EP). Estou muito, muito feliz...mas ao mesmo tempo fico pensando no contexto que nosso país se encontra, além de diversas coisas estarem acontecendo na minha vida pessoal, não sei bem o que sentir. Talvez seja melhor não entrar nesses méritos. 

Enfim, vamos ao post.. Não é novidade para o leitor que acompanha o blog, que sou extremamente apaixonada por clássicos e dia 08 foi o dia internacional da mulher fato que "comemorei" no instagram do blog, no qual fiz um post especial com as principais autoras de clássicos, que mudaram minha experiência como leitora. Os livros resenhados aqui, vão estar lincados!

 


Clarice Lispector
É uma autora brasileira que transforma o leitor, tendo em vista que seus escritos são cheios de metáfora, escrita fluida e sensível, além de uma história que sai das páginas e cresce em nossa mente, desde muito nova leio Clarice, no entanto só depois de muito tempo que comecei a captar as nuances da literatura, e o subtexto. Um livro que recomendo a leitura é A hora da estrela. No qual Rodrigo S. M. é um escritor armador, que está escrevendo uma história que atormenta sua mente, uma história triste e amarga sobre uma jovem alagoana de 19 anos, chamada Macabéa,  Apesar de ter estudado pouco e não saber escrever direito, Macabéa faz um curso de datilógrafa, e muda-se para o Rio de Janeiro à trabalho, no qual recebe menos que o salário mínimo. Após a morte da tia, deixa de ir à igreja e passa a repartir um quarto de pensão com quatro balconistas de uma loja popular. 

Emily Bronte
Escritora de um livro único e muito influente na literatura, já li esse livro três vezes e ainda pretendo relê-lo, O morro dos ventos uivantes está comigo desde a adolescência, e na minha última leitura, em 2019 apreoveitei ainda mais a história e fiquei mais imersa nos acontecimentos.

No início da trama, o patriarca da família Earnshaw faz uma viagem e, ao retornar, traz consigo um pequeno órfão, que todos acham ser um cigano por sua procedência, contudo, não é revelada em hora alguma da narrativa. O órfão recebe o nome de Heathcliff. Rapidamente, toda a afeição que o patriarca lhe demonstra enciuma seu filho legítimo, Hindley, que acha que está perdendo a afeição do pai. Contudo, Catherine, a irmã de Hindley, se afeiçoa por Heathcliff. Quando o Sr. e a Sra. Earnshaw morrem, Hindley sujeita Heathcliff a várias humilhações. Este passa a ficar bruto e melancólico. Apesar do amor entre ele e Catherine, ela decide casar-se com Edgar Linton, por esse ter melhores condições de sustentá-la que Heathcliff.

Virginia Woolf
Absolutamente uma escritora importante e com livros que considero que não são para qualquer leitor, afinal alguns você tem que ter uma bagagem e um conhecimento prévio sobre alguns pontos como contexto história. O primeiro livro que li da autora foi Um teto todo seu, que apropósito adorei muito ter lido, e O sol e o peixe, que foi um dos mais difícies. Para esse ano ainda pretendo ler os romances, como Orlando e Mrs Dalloway.


9 de mar. de 2021

Leituras de Janeiro

 Sim, eu sei... Esse post era para ter sido postado a um mês atrás, mas como diz o ditado popular antes tarde do que nunca, afinal! Hoje tem sido um dia daqueles, estou morrendo de cólica e tentando ser produtiva, fiz o planejamento mensal, e tudo o que quero fazer nas próximas semanas, já terminei dois livros, e ainda pretendo ler um pouco mais antes de assistir um documentário, que muito provavelmente vou falar dele aqui no blog, sinto falta de falar da cultura pop e documentários em geral. 


Comecei o ano muito bem, e fiquei muito feliz, pois comparei com 2020 (apesar que eu estava trabalhando nesta época), li ao todo sete livros, dois livros a mais que o ano anterior. Bem provável que durante esses posts de leitura vou comparar com o ano passado, pois estou usando o mesmo jounal e  me divertindo bastante com isso, minha meta é sempre está melhorando de alguma forma, inclusive minha quantidade e qualidade de livros. Também estou lendo mais manga agora, estou acompanhando duas séries, happiness (terror vampirico), e 

✨Os livros com resenha aqui no blog estarão lincados

Ranger- A ordem dos arqueiros (Volume dois); 224 páginas

O pequeno príncipe, Antoine de Saint; 96 páginas

Para querer bem, Manuel Bandeira; 80 páginas

Homem-aranha Feroz (edição encadernada); 136 páginas

Drácula Bram Stoker; 580 páginas

Hegel em 90 minutosPaul Strathern, (Biografia); 37 páginas

Coletânea de poemas de Paulo Leminski, 212 páginas



5 de mar. de 2021

Coletânea de Paulo Leminski

 Desde 2019 estou lendo mais poesia, desde nacionais como é nesse caso, até contemporâneas como Rupi Kaur, ano passado li Claro enigma para o vestibular, contudo não falei dele ainda aqui no blog, talvez eu releia para fazer uma resenha. Neste post vamos falar de um escritor brasileiro muito talentoso e que deveria ser mais 're-conhecido' pelo grande público, afinal suas obras tiveram maior repercussão durante o século XX. 

 
Seleção feita por Fred Góes, compositor, dramaturgo e professor/doutor em teoria de Literatura da Faculdade de Letras da UFRJ, e Álvaro Marins, professor de Teoria Literatura e Literatura Brasileira da Escola de Letras da UniverCidade/Rio de Janeiro.

Paulo Leminski Filho teve um currículo extenso, professor, escritor, tradutor e crítico literário, nasceu em  Curitiba em  24 de agosto de 1944, e morreu em  7 de junho de 1989. Sua poesia é bastante marcante e característica, assim como Gregório de Matos com sua poesia irreverente e em certos pontos questionável (o que não se aplica a Leminski) que o consagrou como um dos primeiros poetas brasileiros. Leminski, não somente pelo jeito próprio de escrever, com trocadinhos, brincadeiras com ditados populares, influencias do haicai, mas também de abusar de gírias e palavrões, por isso fiz a comparação com Gregório de Matos (mas só no uso dos palavrões mesmo, e sua originalidade na escrita). 

Ademais, suas peculiaridades são instigantes, dão gosto de ler, além de serem bem imersivas e fluidas, tão envolventes com seu estilo e jogo de palavras e significados. A poesia concreta influenciou bastante seu estilo, além da escola modernista, afinal. Poesia concreta, caso você não saiba, caro leitore, é um tipo de poesia vanguardista, de carácter experimental, basicamente a mistura do visual, da estrutura, de acordo com a mensagem, além das palavras, que procura estruturar o texto poético escrito a partir do espaço, lembrando que sempre busca a superação do verso como unidade rítmico-formal, ou seja quebra com a métrica e toda a forma clássica.

Destarte, esse foi meu primeiro contato com o autor e já amei a escrita e a maneira de abordagem e a forma que é transmitida, inclusive temáticas cotidianas como "Por um lindésimo de segundo", ou um pouco mais filosóficas com "O mínimo do máximo".

"A nós, gente só foi dada

essa maldita capacidade,

transformar amor em nada."


A baixo deixo uma entrevista do autor, caso você queira assistir, para conhecê-lo ainda mais, e sua visão a respeito da literatura, contudo, não deixe de ler o livro e se aventurar por águas desconhecidas.

3 de mar. de 2021

A garota das laranjas, Jostein Gaarder

 Essa semana estou tendo uma crise de identidade, estou achando tudo uma loucura: algumas coisas que estou passando, nada grave sabe? Mas coisas curiosas da vida, que é um circulo maluco e sempre estamos conectados de alguma forma. Esse momento de devaneio coincidiu com minha leitura da semana, que foi agridoce, bem melancólica e com algumas discussões filosóficas, afinal um livro do Jostein Gaarder não seria por menos.



TítuloAppelsinpiken
Autor: Jostein Gaarder
Tradutor: Maria Luísa Ringstad 
páginas: 136
Editora: Presença
Onde Comprar: Amazon


Neste livro de Jostein Gaarder,  uma carta que ficou guardada por muito tempo revela ao adolescente Georg Roed uma história extraordinária. O autor da carta é o pai do menino, que morreu há onze anos - ele escreveu esta longa mensagem de despedida para que o garoto pudesse lê-la depois, quando estivesse mais maduro.

A história que o pai conta é do tempo em que ainda era um jovem estudante de medicina: a sua busca por uma moça desconhecida, que ele vê por acaso nas ruas de Oslo, sempre carregando um saco cheio de laranjas. Apaixonado, o rapaz persegue os diversos mistérios que cercam os seus encontros fugidios com a garota das laranjas, numa aventura que culmina numa grande revelação. Alternando entre a voz de Georg e a do pai, Jostein Gaarder constrói uma narrativa pontuada com perguntas filosóficas, que tratam de temas como o amor, a morte e a grandeza do universo.

Meu primeiro contato com essa história foi no ensino fundamental, sempre chegava aos 1/3 do livro e nunca seguia com a leitura, no entanto a oportunidade de relê-lo, de certa forma, apareceu quando minha irmã o adquiriu. E o gostinho da história, lembra muito Soul, o filme mais recente da Disney e Pixa.

Apesar da história ser interessante, a narrativa oscila entre o muito fluido, repetitivo e as vezes parece andando em círculos, dando tonturas com os rodeios filosóficos e  crises existenciais, ora quando Jan Olav (pai do Georg) escreve a carta está prestes a morrer, o que é até certo ponto compreensivo, mas o irritante é quando alterna para o filho e ele continua com as mesmas "dores" filosóficos, embora seja um adolescente, Georg tem um olhar irritantemente minucioso e politicamente correto da vida. O momento do pai, por outro lado é outro, o qual ele tira diversas reflexões tristes sobre o viver e ser "retirado" a força desse plano no momento mais feliz de sua vida. Ou seja, o livro é duplamente angustiante.

Ademais, o personagem mais profundo e interessante é Olav, não somente por sua forma questionadora e um pouco mística de ver a vida. mas a forma como foi construída também cativa o leitor. A garota da laranjas, personagem chave para toda a história, é misteriosa e ensina a Olav a ver os detalhes da vida. Agora, Georg é muito chato, é um adolescente, age como um e há cenas que não demonstra maturidade suficiente para a idade, ou talvez por ser jovem demais, ainda não tenha maturidade suficiente.

Um livro agridoce, portanto, ora doce, com as fantasias e delírios de um apaixonado em busca da garota das laranjas, ora azedo, com o amargor do fim da vida, isto é, o livro discorre sobre a efemeridade da vida, o quanto absolutamente tudo é líquido e inconstante, desde nossos contratos sociais até mesmo a vida em si. Considero como um livro profundo e muito, muito melancólico, o longo tempo que passamos vivendo em comparação com os longos anos do universo, a vida que passamos com quem amamos, em como a magia do viver está em coisas simples (sim, como em Soul), nos dando conta de que é lindo viver mesmo nas horas amargas. 

26 de fev. de 2021

Dracula, Bram Stoker

 Finalmente estou retornando com mais um post, infelizmente não conseguir postar com tanta frequência que eu queria, a segunda fase da FUVEST sugou minha alma e  não tive mais tempo para absolutamente nada, e no fundo estou bem apreensiva e ansiosa com o resultado, espero ter passado! Ah, também estive reformando o quarto; bom daqui para frente espero conseguir postar com mais frequência, em cada post digo isso, eu sei. 

O livro que vamos conversar hoje é um grande clássico da literatura gótica e da língua inglesa, espero conseguir exprimir tudo o que senti e tudo o que amei nessa resenha. É um romance de horror gótico lançado em 1897, escrito pelo autor irlandês Bram Stoker, tendo como protagonista o vampiro Conde Drácula. Tornou-se a mais famosa história de vampiro da literatura.

 

A história é contada em formato epistolar, cujos narradores são protagonistas do romance, e, ocasionalmente, suplementadas com recortes de jornais referentes a eventos não diretamente testemunhados. Os eventos contados no romance ocorrem em ordem cronológica e em grande parte na Inglaterra e, no começo e fim do livro, na Transilvânia . Tudo ocorre dentro do mesmo ano, entre 3 de maio e 6 de novembro. Uma nota curta situa-se no capítulo final escrita sete anos após os eventos descritos na obra.

O romance começa com Jonathan Harker, um advogado inglês recém-formado, visitando o Conde Drácula nas montanhas dos Cárpatos, na fronteira entre a Transilvânia, Bucovina e Moldávia, para prestar apoio jurídico para uma transação imobiliária supervisionada pelo empregador de Harker. Primeiramente atraído pelos bons modos de Drácula, Harker logo percebe que é prisioneiro ali. Outros detalhes tornam o anfitrião uma personagem excêntrica, não somente pelo modo de vida e cultura "exótica", mas por circunstâncias totalmente anormais, como não ter reflexo no espelho, não é visto de dia e nunca mostra ter fome, ou ao menos comer junto com Harker. Muitos acontecimentos culminam para Harker se vê preso, sufocado e sofrer diferentes 'abusos' no castelo e entender, não somente ele, mas os demais personagem, o plano do conde, posteriormente.

Algo que acho interessante que ocorre, assim como em Quincas Borba, o livro leva o nome do personagem que menos temos  visão e compreensão, ou ao menos mais falas ao longo do enredo. Por se tratar de um livro epistolar, apesar de termos diferentes pontos de vista, ainda sim são limitados, particulares e bem restritivos, afinal mesmo tendo o ponto de Mina e Sr. John Seward do mesmo fato, ainda continua fechado, ainda o leitor encontra-se limitado.

O que mais me surpreendeu foi a narrativa extremamente fluida, em pouco tempo me vi lendo várias e várias páginas, além disso enquanto estava longe do livro, me pegava pensando nos personagens, na história e como seria o desfecho. Sim, não importa quantos filmes sobre Drácula você tenha assistido, nenhum deles foi um spoiler significativo do livro, afinal a obra original sempre carrega um peso e detalhamento que não cabem no espaço de tempo do cinema. É um livro que não somente trás uma ótima ficção, mas é um excelente recorte da história, reflete a sociedade da época, o machismo, o patriarcado e como a mulher era considerada pelos homens e por ela mesma (apesar de ainda ter a visão do autor, homem branco, falando.

Ora, vale salientar aqui que antes de você querer "militar" ou "cancelar", lembre-se que é um livro de muitos e muitos anos passados, lançado no século XIX, no qual não havia conceitos de sociedade como temos hoje, sobre posição da mulher, o que é ou não politicamente errado etc, tudo isso é uma discussão atual, da nossa geração, além disso é uma discussão que não quero iniciar no post, não nesse momento e neste contexto. 
Drácula carrega um legado muito importante, portanto, para a literatura no geral, bem como para a cultura pop também, depois desse livro os vampiros foram remodelados, recontados, amados e cada vez mais fazendo parte do popular e imaginário, é até hilário pensar que o que a maioria das pessoas sabem sobre vampiros saio desse livro. Uma leitura mais que recomendada, que você, caro leitor desse singelo blog de deleite com essa literatura. 


9 de jan. de 2021

Rangers Ordem dos arqueiros - Pontes em chamas (livro dois), John Flanagan

Tenho esperanças que este ano seja melhor, mais fluido e com realizações. Contudo, esse ano será de adaptações e crise advindas do ano anterior que foi muito turbulento. Hoje é pré-vestibular, amanhã será o vestibular da FUVEST, estou bem animada e esperançosa até. Mas vamos para a resenha, do segundo volume de uma das minhas séries favoritas (apesar de ter lido apenas os dois primeiros livros).

 
 

Título: Rangerns 
Autor: John Flanagan
Número de páginas: 224
Editora: Fundamento
Tradução: E. Siegert & Cia Ltda
Onde comprar: Amazon

Pontes em chamas é o segundo livro da série: Ranger a ordem dos arqueiros, a qual pertence a lista dos mais vendidos do New York Times. Pego de surpresa o reino de Araluen se vê diante de uma guerra, que começa mais cedo do que o esperado. Enviado de uma perigosa missão para impedir o confronto, o jovem arqueiro Will parte para acompanhar o ex-aprendiz de seu mestre, Gilan, em uma missão diplomática que está repleta de situações inesperadas e mudança de curso da guerra que tanto se falou no primeiro livro, sendo que nos últimos quinze anos, o temível Morgarath conseguiu reunir um enorme exército de criaturas implacáveis, os Wargals. Eles não temem nenhum inimigo e são controlados mentalmente pelo próprio Morgarath, o Senhor da Chuva e da Noite. 

Sendo sincera, não sei como começar essa resenha sem dizer que comecei o ano muito, muito bem! Uma leitura certeira para quem quiser relaxar um pouco e se aventurar em um mundo medieval fantástico, com momentos de coragem, outros de medo, amizade e lutar pelos amigos.

A escrita de John Flanagan continua fluida, os personagens são um pouco mais desenvolvidos, principalmente aqueles que ficaram um tanto apagados no primeiro volume Como Gilan, que se mostra um excelente arqueiro, afinal foi treinado por um dos melhores; embora um dos personagens mais interessantes do enredo, Halt, tenha sido colocado um pouco de lado, o autor nos mostra como Will age sem a supervisão do mestre, no qual demonstra grande responsabilidade, senso de justiça e auto sacrifício pelo reino. 

Ademais, a  trama desenvolve-se de forma maravilhosamente gradativa, com um texto simples, visto que é um infanto juvenil, mas cheio do 'gostinho' de uma sessão de RPG, Will continua o mesmo, embora esteja um pouco mais maduro, não é anulado o quão jovem ele ainda é, vemos inseguranças e indecisão, além de que neste livro, ele coloca em prática o seu treinamento, bem como há uma maior reaproximação com Horace, seu amigo, aluno da escola de guerra do reino.

Todavia, mesmo gostando e recomendando de mais, saliento a todos que é um INFANTO JUVENIL, a trama foi um tanto previsível, salvo na luta com o Boss final, o que me deixou bem desgostosa, tendo em vista que desde o primeiro volume se faz tanto alarde pelo vilão principal, dizendo o quão poderoso O senhor da chuva e da noite é, ele me pareceu como uma caricatura de Kylo ren (analogia), só que beeeem mais fraquinho. O autor trás um texto simples, sem floreios e direto, contudo há momentos de repetição de fatos, ou retomada de explicações de ações dos personagens no mesmo capítulo, o que me incomodou um pouco, em contrapartida o "tom" que conta a história lembra LEVEMENTE o jeito que TOLKIEN fez em O Hobbit, a maneira que o narrador conversar com o leitor, envolvendo-nos ainda mais na leitura.



Leia esse post!

Razão e sensibilidade, Jane Austen

Esse é o segundo livro da maratona literária de inverno 2020 que termino, e como o escolhi para o desafio certo! "Um livro suspeito  de...