Antígona, Sófocles (teatro grego)

Antígona perante a morte de Polinice

Os dias passaram tão rápidos, nem nas minhas férias de 2 semanas (que foi em agosto) consegui fazer os posts no blog, levou uns dois dias para este post ficar pronto, só por conta do tempo super curto para fazer tudo o que devo fazer. Aqui me faz um bem incrível!! É super importante para mim, estar aqui!!

Bom, vamos a resenha do dia, um clássico da literatura, e deveras antiguíssimo. Estou falando de Antígona, um dos livros estudados no curso de letras nesse segundo semestre. Essa é uma das obras da literatura que desperta o ser humano, que nos faz criar e construir um mundo melhor. Sim! não é exagero quando dizemos isso, essa obra é uma das que nos fez criar os direitos humanos, ou ao menos nos inspirou, tendo em vista o debate das leis naturais (leis dada pelos deuses). 

Antígona Auxilia édipo 

Dentre os diversos temas debatidos ao longo da obra, o direito do morto receber os ritos fúnebres é um dos principais e que irá permear questões principais da tragédia. O direito do morto ser enterrado e não deixado aos cães e as aves rapinas.

Entre as sete tragédias de Sófocles (c. 496-406 aC) preservadas em sua totalidade, Antígona sem dúvida ocupa um lugar privilegiado. Como figura heróica, a transcendência da protagonista levou a inúmeras releituras ao longo dos séculos (com excelente recepção no teatro contemporâneo) e deu origem a especulações filosóficas de todos os tipos. A personagem, a encarnação do conflito entre o indivíduo e a sociedade, consente e o anima.

A leitura é bem fluida e rápida, afinal trata-se de uma tragédia que tinha um tempo bem defino para ser encenada, Aristóteles fala a respeito disso em A poética. Ao ler Antígona, o leitor se emociona e para ler essa peça deve-se ler "Édipo Rei", tendo em vista que se passa após o exílio de Édipo e a regencia passa para Creonte. A história tem início com a morte dos dois filhos de Édipo, Etéocles e Polinices, que se mataram mutuamente na luta pelo trono de Tebas. Com isso sobe ao poder Creonte, parente próximo da linhagem de Jocasta. Seu primeiro édito dizia respeito ao sepultamento dos irmãos Labdácidas. Ficou estipulado que o corpo de Etéocles receberia todo cerimonial devido aos mortos e aos deuses. Já Polinices teria seu corpo largado a esmo, sem o direito de ser sepultado e deixado para que as aves de rapina e os cães o dilacerassem. Creonte entendia que isso serviria de exemplo para todos os que pretendessem intentar contra o governo de Tebas

Não há como não se emocionar e envolver com a peça, a maneira como toda a trama se deslancha, como cada ação se desenrola e estão entrelaçadas é incrível. Esta ai uma das características da tragédia, uma ação desencadeia uma série de ações e consequências, já que as personagens envolvidas sedem as suas pulsões (termo freudiano). No entanto, as tragédias gregas são diferentes das romanas, enquanto a primeira mostra que os personagens estão intrinsicamente ligadas ao destino e não consegue fugir dele, quanto a segunda, o caráter dos personagens influenciam suas ações e o desencadeamento das ações. 

Ora, tendo isso em mente, sabe-se que o trágico é inevitável, irá vir como um tsunami que arrasta tudo à sua frente com forte violência. Porém, ao terminar a peça, ainda introspectivo, o leitor sai como um sobrevivente de um turbilhão de emoções, e fica extasiado ao ver a cartasse tão falada pelo mestre Aristóteles. Enfim, como é chegar no momento catártico e "sentir", ao longo do enredo, toda a espinha da tragédia e seu desenvolvimento e nuances é esplendido. Por isso, caro leitor deste blog singelo, recomendo que leia um pouco sobre as tragédias gregas e suas características para ter uma experiência mais completa possível. 

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