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Virginia Woolf, em “O sol e o peixe”, ensaio que dá título à presente coletânea, na qual se reúnem nove de suas prosas mais poéticas. Nelas, Virginia contrasta a visão de um eclipse total do sol com a dos peixes num aquário de Londres; discorre sobre Montaigne e sobre a paixão da leitura; relembra, em traços delicados e comoventes, a convivência com o pai; teoriza sobre a nascente arte do cinema e sobre as relações entre a literatura e a pintura; enaltece as paradoxais vantagens de se ficar doente; celebra as belezas naturais de Sussex e as delícias urbanas de uma caminhada fortuita por Londres. Eis aqui Virginia, em toda a força poética de sua prosa.
Autora: Virginia Woolf
Número de páginas: 59
Tradução: Tomaz Tadeu
Editora: Autêntica
“Aquários recortados na uniforme escuridão encerram regiões de imortalidade, mundos de luz solar constante onde não há chuva nem nuvens. Seus habitantes fazem, sem parar, evoluções cuja complexidade, por não ter nenhuma razão, parece ainda mais sublime. Exércitos azuis e prateados, mantendo uma distância perfeita apesar de serem rápidos como flecha, disparam primeiro para um lado, depois para o outro. A disciplina é perfeita, o controle, absoluto; a razão, nenhuma. A mais majestosa das evoluções humanas parece fraca e incerta comparada com a dos peixes.”
Esse é o segundo livro da Virginia Woolf que leio, apesar dele não estar na minha lista de preferidos, sem dúvida ele é importante e um ótimo agregado intelectual. A escrita da autora é fluida e imersiva, aqui Woolf fala de tudo um pouco, e mostra como coisas simples do cotidiano podem tornar-se extraordinárias, a forma de escrita é em "poema em prosa", seus contos são extremamente poéticos, e a forma que autora se expressa e analisa o mundo é incrivelmente encantadora.
Um dos meus contos favoritos foi "Objetos sólidos", que conta como um renomado político inglês perdeu a credibilidade e o prestigio social entre os eleitores e amigos, tudo começou com aquisição de um caco de vidro liso e "anormalmente" perfeito, sendo um gatilho para aquisição compulsória de novos objetos. A narrativa é fluida, visto que Woolf escreve em fluxo de consciência, em que se procura transcrever o complexo processo de pensamento de um personagem, com o raciocínio lógico entremeado com impressões pessoais momentâneas e exibindo os processos de associação de ideias, o conto torna-se extenso.
Dentre os meus textos preferidos estão A paixão da leitura, e Flanando por Londres, os quais são os mais fluidos e divertidos de serem lidos. O livro possui uma apresentação, divido em três partes e não tem capítulos, tendo também notas de leitura e dois textos de crítica literária escrita por Virginia Woolf. Visto que li em PDF pelo celular, obviamente não poderei discutir sobre a qualidade física do livro.
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