Teoria King Kong, Virginie Despentes

Esse ano comecei com livros um pouco densos e com temáticas polêmicas, só para sair da minha zona de conforto e conhecer outros gêneros literários, e um desses é um livro que descore sobre o feminismo e problemas sociais da França, e como problemas de repressão sexual e outros fatores influenciam a sociedade. 

Com humor, raiva e detalhes confessionais, Virginie Despentes - em suas próprias palavras "mais King Kong do que Kate Moss" - dá um relato altamente carregado da vida das mulheres hoje. Ela explode atitudes comuns sobre sexo e gênero,  e mostra como os mitos da beleza moderna estão prontos para se rebelar.

Este livro é um grito — de dor, de guerra, de liberdade. Em nome de todas as mulheres que não se enquadram, mas também de todos os seres que fogem de estereótipos, Virginie Despentes expõe sua intimidade: de punk a prostituta, de vítima de estupro a cineasta. Sua trajetória serve de disparo para estilhaçar a ditadura da imagem e os preconceitos a ela vinculados. Não à toa, o livro foi um fenômeno na França; ele é, afinal, um manifesto poderoso, ácido e provocante para um novo feminismo. Para Paul B. Preciado, em seu Testojunkie, “V.D. é um ser absolutamente perfeito […]. Convém destacar que existem muitos tipos diferentes de perfeição na pornografia e no feminismo, e que v.d. possui todos esses tipos reunidos e que cada um deles lhe pertence em seu grau máximo”.


Título Original: King Kong théorie
Autora: Virginie Despentes
Número de páginas: 111
Tradução: Marcia Bechara
Editora: N-1 Edições 


É incrível poder ler um livro sobre o feminismo por uma lente francesa,ver os problemas sociais franceses, que claramente não restringem-se ao mesmo, poder ler uma autora que não se prende em seu discurso e em como vai transmitir seus pensamentos e que também trás alguns trabalhos de sociólogos.

Em sua "autobiografia" que serve como ponto de partida para críticas ao machismo e como ele torna-se prejudicial também para os homens, Despentes fala sobre sua experiência de vida e sua visão inicial sobre o feminismo e como ela tornou-se feminista, assim como expõe problemas sociais e como coisas que a sociedade em si considera pequenas e irrelevantes mas afeta-a como um todo, como por exemplo, repressão sexual, prostituição, falta de liberdade da mulher, como muitos crucificam a pornografia, dentre outros assuntos que envolve a mulher. 

Narrativa fluida, ácida, crua, provocante e interessante. Algo que me chamou a atenção na escrita da autora é que ao mesmo tempo em que é agressiva, ela é leve, é possível terminar o livro em um dia, dois no máximo, mas os questionamentos levantados vai  perdurar por muito tempo na mente do leitor. 

Dentre os pontos altos do livro estão tópicos como estupro, ditadura da imagem perfeita da mulher, o papel da mulher - não somente na sociedade francesa- prostituição,pornografia e sexualidade tanto feminina quanto a masculina.Teoria King Kong encara o machismo que ainda sufoca mulheres e homens na sociedade atual. 

Destartes, não concordei 100% com a autora, ainda mais no final, que me soou  um pouco exasperado, digamos dessa maneira, mas acho sim que é uma leitura válida e que é uma boa analise da sociedade francesa, contudo (repito) não se restringe a mesma, há muita coisa que se repete em todo o lugar, tornando-o universal.

O livro possuí páginas amareladas, a fonte é média, há quotes no inicio de cada capítulo, pertencentes à escritoras e escritores famosos e que discorrem sobre o feminismo. Possui algumas páginas rosas para finalizar os capítulos.  




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