Nesse post trago os livros recebidos com a parceria da Livraria Unesp, localizada no número 108, Praça da Sé, Centro, São Paulo. É sempre com muita alegria e empolgação que trago os livros dessa parceria, poder escolher os títulos é extremamente importante para mim, aliás os livros escolhidos dessa vez são muito especiais (todo mês falo isso, eu sei), um deles está no meu desafio literário de 30 livros antes dos 30 anos. Até o momento a parceria com a Livraria Unesp só tem me proporcionado leituras incríveis, e transformado minha vida literária!
Todos os meses escolho cuidadosamente cada livro, folheio, leio a sinopse, penso, leio algum comentário sobre, analiso as editoras favoritas, penso no momento em que estou vivendo, o que mais estou buscando na vida e no universo, ou alguma discussão que estou tendo na faculdade...E por fim, pego finalmente os livros e anseio pelas leituras, algumas consigo ler o quanto antes, outras ainda sinto que preciso me preparar para fazê-las.
Incidente em Antares, Erico Verissimo
Em dezembro de 1963, uma sexta-feira 13, a matriarca Quitéria Campolargo arregala os olhos em sua tumba, imaginando estar frente a frente com o Criador. Mas logo descobre que está do lado de fora do cemitério da cidade de Antares, junto com outros seis cadáveres, mortos-vivos como ela, todos insepultos.
Uma greve geral na cidade, à qual até os coveiros aderiram, impede o enterro dos mortos. Que fazer? Os distintos defuntos, já em putrefação, resolvem reivindicar o direito de serem enterrados - do contrário, ameaçam assombrar a cidade. Seguem pelas ruas e casas, descobrindo vilanias e denunciando mazelas. O mau cheiro exalado por seus corpos espelha a podridão moral que ronda a cidade.
Em Incidente em Antares , Erico Verissimo faz uma sátira política contundente e hilariante que, mesmo lançada em 1971, em plena ditadura militar, não teve receio de abordar temas como tortura, corrupção e mandonismo.
Morangos mofados, Caio Fernando Abreu
Em sua obra mais célebre, publicada em 1982, quando tinha trinta e quatro anos, Caio Fernando Abreu faz transbordar de cada página a angústia, o desassossego e o estilo confessional que o consolidaram como uma das vozes mais combativas e radicais de sua época. A prosa visceral dos dezoito contos de Morangos mofados ― potencializada pela hesitação coletiva de um país que vislumbrava a redemocratização ante a falência incipiente do regime militar ― traduziu as inconstâncias humanas mais profundas e continua, ainda hoje, arrebatando leitores de todas as gerações. Para José Castello, que assina o posfácio desta edição, embora seja um livro de narrativas curtas, “a obra mantém uma férrea unidade, em torno da coragem de se despir, da fidelidade aos sentimentos mais íntimos e mesmo os mais terríveis, e ainda à dificuldade de ser”.
Neste clássico moderno da literatura australiana, publicado pela primeira vez em 1982 e até agora inédito no Brasil, Gerald Murnane apresenta uma meditação sobre território, memória, amor e cultura, a partir da busca existencial de um jovem cineasta nas planícies do interior da Austrália.