Resenha: Fahrenheit 451, de Ray Bradbury
Fahrenheit 451 é um romance distópico do escritor norte-americano Ray Bradbury, publicado em 1953. É considerado um de seus melhores trabalhos. O romance apresenta uma futura sociedade americana onde os livros são proibidos e os "bombeiros" queimam qualquer um que seja encontrado.
Nesse mundo distópico, os livros, qualquer que seja, são proibidos, são incinerados pelos bombeiros. O ato de queimar livros, torna-los inacessíveis é uma maneira de controlar a sociedade, impedir que as pessoas questionem e pensem por si mesmas. Seguimos os acontecimentos e angustias da vida do "bombeiro" Guy Montag, e sua jornada em busca de conhecimento e libertação.
"Você nunca lê nenhum dos livros que queima?" - página 28
Ademais, as próprias pessoas que foram deixando os livros de lado e permitindo que as universidades fossem fechadas, e o governo aproveitou o ensejo. A vida dos personagens resume-se em apenas divertir-se, televisão, programas sem sentido interativos, que dão a falsa sensação de felicidade. Um ponto bem interessante é que todos sabem ler, montar e desmontar algum aparelho digital, mas são todos analfabetos funcionais.
"Livros não são pessoas. Você lê e eu olho em volta, mas não há ninguém." -página 98
O protagonista , Guy Montag, nota como a sociedade é fútil, como as coisas são tão sem importância para os demais, e começa a questionar-se do por quê de queimar livros, o que tem neles. O "por que" das coisas começa a surgi no momento em que ele conhece Clarisse, uma garota de 17 anos, inteligente e super divertida e que deixa o protagonista perplexo.
Minha personagem favorita sem dúvida foi a Clarisse Mcclellan, ela é fofa, divertida e contemplativa, não aparece muito no livro, só no começo, e todas suas aparições são muito boas. Na escola as pessoas não dão falta dela, nem se importam se ela vai ou não, por ela se "esquisita" e diferente dos demais. Clarisse é o tipo de personagem que o leitor que ama livros vai se identificar.
Portanto, Fahrenheit 451 é uma leitura que recomendo a todos, é muito envolvente com uma narrativa fluida e personagens bem intrigantes e alguns um tanto contraditórios, como Beatty, o chefe dos bombeiros. Para quem já está familiarizado com a escrita de R. Bradbury sabe que o escritor sempre trás críticas à sociedade e seus costumes.
"A maioria de nós não pode sair correndo por aí, falar com todo mundo, conhecer as cidades pelo mundo. Não temos tempo, dinheiro ou tantos amigos assim. As coisas que você está procurando, Montag, estão no mundo, mas a única possibilidade que o sujeito comum terá de ver noventa e nove por cento delas está num livro." -página 113
Brasbury imaginou uma crítica para a sociedade americana no apogeu da Guerra fria, contudo todas as críticas são igualmente válidas para os dias atuais, talvez até um pouco mais. Trás uma filosofia profunda, todo o enredo faz o leitor refletir e questionar a realidade contemporânea.
Narrado em 3° pessoa, contém um prefácio de Manuel da costa pinto, um posfácio e um coda. É dividido em 3 partes sem enumeração de capítulos, as páginas são brancas e a fonte é pequena, a capa é de brochura (ou capa normal, como costumo chamar).
Título: Fahrenheit 451
Autor: Ray Bradbury
Número de páginas: 215
Editora: Globo
Tradução: Cid Knipel
Pontos positivos: História, Narrativa, personagens (bem peculiares), Clarisse (gostei de mais dela).
Pontos negativos: A cada livro que era queimado uma lágrima derramada pelo leitor.
( Parte de trás) |
Exemplar da biblioteca municipal |
Também adorei essa leitura!! Essa é uma das minhas distopias clássicas favoritas!! <3
ResponderExcluirhttp://livrelendo.blogspot.com
Tornou-se minha favorita também, é tão magnífico esse livro <3
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