28 de jun. de 2018

Resenha: O lado mais sombrio, de A. G. Howard

[Imagem via: Estante da nina ]
Alyssa Gardner ouve os pensamentos das plantas e animais. Por enquanto ela consegue esconder as alucinações, mas já conhece o seu destino: terminará num sanatório como sua mãe. A insanidade faz parte da família desde que a sua tataravó, Alice Liddell, falava a Lewis Carroll sobre os seus estranhos sonhos, inspirando-o a escrever o clássico Alice no País das Maravilhas. Mas talvez ela não seja louca. E talvez as histórias de Carroll não sejam tão fantasiosas quanto possam parecer. 



Para quebrar a maldição da loucura na família, Alyssa precisa entrar na toca do coelho e consertar alguns erros cometidos no País das Maravilhas, um lugar repleto de seres estranhos com intenções não reveladas. Alyssa leva consigo o seu amigo da vida real – o super ultra mega protetor Jeb –, mas, assim que a jornada começa, ela se vê dividida entre a sensatez deste e a magia perigosa e encantadora de Morfeu, o seu guia no País das Maravilhas. Ninguém é o que parece no País das Maravilhas. Nem mesmo Alyssa.

Alyssa tem uma cabecinha bem adolescente, sempre meia confusa e dependendo de Jeb, parece que ela tem um cordão umbilical com esse garoto, baseando suas decisões nele e reprimindo-se, sendo que ela é forte e tem a capacidade de se virar sozinha. Jeb é o personagem que achei mais chato em todo o livro, o leitor pode achar que ele é o vilão por tudo o que ele faz, e as decisões supostamente sensatas, sem contar que ele é insuportávelmente protetor e controlador com Alyssa. 

Por outro lado, o melhor personagem é Morfeu, um intraterreno morador do páis das maravilhas, amigo de infância de Alyssa e devotado a ela. Por ele ser tão misterioso, as vezes uma contradição e  manipulador, chama atenção do leitor e ganha carisma facilmente. Ele vive omitindo certos pontos da história, e isso deixava Alyssa louca, principalmente Jeb. 

Já suspirei por diversos livros fora da ficção científica, mas esse não me pegou, não sei se porque o público alvo seria mais jovem,
 ou realmente não estou acostumada com esse tipo de leitura. Ou se é por conta dos personagens mesmo e narrativa. Fiquei bem dividida com esse livro, gostei muito de algumas partes e outras nem tanto, por exemplo, as partes "fofinhas" entre Alyssa e o amigo dela, Jeb, achei que a maioria eram chatas demais, preferia todos os momentos dela com Morfeu.

Nessa edição as páginas são meia amareladas com uma textura grossinha, a fonte é grande e a narrativa é em 1° pessoa. O livro é dividido em capítulos todos nomeados e com detalhes nas pontas de cada página. O lado mais sombrio é uma releitura de Alice no país das maravilhas; a escritora se inspirou também no filme dirigido por Tim Burton. 


Título original: Splintered

Autora: A. G. Howard
Número de páginas: 364
Editora: Novo Conceito
Tradução: Denise Tavares Gonçalves

Pontos positivos: Morfeu, país das maravilhas, tons mais macabros nos personagens 


Pontos Negativos: Jeb ser super mega ultra protetor, as indecisões de Alyssa e como ela lida com Morfeu, e as vezes a narrativa fica um pouco cansativa. 







Exemplar da biblioteca municipal 

2 comentários:

  1. Antes de eu falar mais nada, tenho que dizer que meu coração doeu ao ver essa edição toda judiada. Pecado. Eu li esse livro há 4 anos e gostei muito dele na época. Não li o restante da trilogia, mas os tenho em ebooks e pretendo ler logo. Eu gostei muito das personagens e essa coisa fantasiosa é bem o meu tipo de leitura. Como vc curte ficção científica, te indico o nacional Cisne. É grande, mas é maravilhoso.

    Vidas em Preto e Branco

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    Respostas
    1. Nem me dica, esse livro é da biblioteca da minha cidade, visto que eles aceitam doações.. aceitaram essa edição um pouquinho maltratada.

      Ainda não li o Cisne, já está anotado, obrigada pela dica ;)

      Excluir

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