27 de jan. de 2025

Noites brancas, Fiódor Dostoiévski

Essa resenha está sendo escrita graças à livraria UNESP, parceira do Exploradora de páginas desde 2023! E hoje trago uma obra incrível! Esse foi meu primeiro livro lido do Dostô e já me apaixonei. Atualmente já deslanchei a ler outros tantos, os quais ainda não possuem resenha disponíveis, pretendo fazê-las futuramente. 

Antes de fazer esse post ouvi o podcast do G1 sobre a diminuição de leitores no Brasil, isso me preocupa muito, as pessoas estão cada vez mais fáceis de manobrar como massa, e não se dão conta. Quando ouço noticias como essa, só consigo pensar que estamos mais próximos da distopia de fahrenheit 451, escrita por Ray Bradbury, uma população viciada em tecnologia e distante do livros. 

Isso me absurda! Pois, pego um livro como Noites Brancas e sinto meu espírito sendo preenchido, e acho tão difícil compreender como as pessoas estão tão avessas a literatura, mesmo levando em conta todo o contexto social e econômico. A leitura me satisfaz, se eu não estiver lendo não me sinto viva! E para você, caro leitor (a), como a literatura se enquadra na sua vida? Enfim, vamos ao post...


Dostoiévski escreveu Noites Brancas em 1848, em São Petersburgo, aos vinte anos de idade. A novela foi publicada no mesmo ano na revista mensal Otietchéstvenii Zapíski [Anais da pátria]. Em uma São Petersburgo do século XIX. Um jovem homem solitário vaga pela cidade noite adentro, deixando que o sentimento de cada rua, esquina ou calçada o penetre. Durante a caminhada, avista uma mulher aos prantos encostada no parapeito de um canal. Ao acudi-la, tem início um diálogo fadado a se dissipar como a tênue claridade das noites de verão na Rússia.

Quanto mais o anônimo narrador se aproxima da jovem Nástienka, mais parece se distanciar de sua melancólica vida anterior. Em quatro encontros, no entanto, a crescente intimidade dos dois personagens chega a um inesperado desfecho, quando a última noite por fim termina. Aliás, essas noites brancas são um evento meteorológico, o qual as noites são quase um eterno crepúsculo (entardecer), são clarinhas. 

A novela de 1848, tida como uma das obras-primas de Dostoiévski no gênero breve, é acompanhada neste volume da Pengui Companhia pelo conto "Polzunkov", escrito no mesmo ano, que mostra uma faceta mais caricata de um dos maiores autores da literatura russa. A tradução direta do russo, apresentação e notas ficou ao encargo de Rubens Figeiredo. 
"Era uma noite maravilhosa, caro leitor, uma noite como só pode existir, talvez, quando somos jovens. O céu estava tão estrelado, tão luminoso, que, depois de olhar para ele, era impossível não perguntarmos a nós mesmos se debaixo de um céu assim, podiam viver pessoas mal-humoradas e caprichosas."

Nosso narrador personagem é extremamente emotivo, é observador, melancólico, e como ele próprio se chama, um sonhador. Isto é, mergulha em si mesmo e na paisagem a sua volta, imagina histórias dos transeuntes e tudo o que vê ao seu redor. Particularmente, vejo ele muito como um romântico inveterado (ele é quase um retrato de um personagem da fase ultra-romântico do Romantismo). 

É um texto muito poético e fluido! Os personagens são bem típicos do romantismo, inclusive a forma da narrativa, construção dos cenários, a importância da natureza para o enredo e como tudo isso dialoga para o desenvolvimento dos personagens e da história. É um livro que me acompanhou durante três dias, simplesmente não queria larga de tão gostosa que estava a narrativa. Foi meu primeiro livro lido do autor, e como havia dito anteriormente, me apaixonei pela sua escrita, e desde então tenho lido muito sua produção literária. No ano de 2024 li Gente pobre, A dócil e O sonho de um homem ridículo, já nesse ano de 2025 estou com planos de ler outros livros do autor, aproveitar que ganhei de amigos! 

Abaixo, vou deixar a resenha que postei no ano de 2023 sobre a leitura de Noites Brancas. No vídeo falo um pouco mais do autor e sua biografia, e uma introdução à Noite Brancas. 





3 comentários:

  1. Ainda não tive a oportunidade de ler essa história. Estou um pouco encalhada com O Idiota, mas a sua resenha me fez relembrar como a escrita de Dostoivski é interessante e como ele trabalha bem o psicológico de suas personagens. Fiquei muito envolvida mesmo por esse fenômeno das Noites Brancas, com certeza vou ler essa novela!

    PS.: como boa pisciana que sou, me identifico bastante com o narrador! hahaha

    https://www.livrelendo.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Super recomendo, é uma delicinha a leitura, acho que é uma ótima maneira de conhecer o autor e começar ir avançado com Gente Pobre, A dócil, e O sonho de um homem ridículo. ^^
      Quero ler o idiota tbm 🤩

      Excluir

OS COMENTÁRIOS OFENSIVOS E INCOMPREENSÍVEIS SERÃO EXCLUÍDOS!!!
Assim como:
-Contendo qualquer tipo de preconceito!!!
-misóginos
- Uso de palavras de baixo calão
Dê sua opinião de maneira elegante e respeitosa, e caso for discordar de algo respeite o ponto de vista alheio!!
Ressalto que os comentários de visitantes e leitores não refletem necessariamente a minha opinião.
QUALQUER COMENTÁRIO QUE NÃO ESTEJA DENTRO DAS DIRETRIZES SERÁ EXCLUÍDO

Leia esse post!

Razão e sensibilidade, Jane Austen

Esse é o segundo livro da maratona literária de inverno 2020 que termino, e como o escolhi para o desafio certo! "Um livro suspeito  de...