Resenha: A seleção, de Kiera Cass
Exemplar da biblioteca municipal |
Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, que é uma maneira de delimitar as classes sociais, a competição que reúne moças de dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a algumas delas ainda no berço, assim como em muitas culturas, quem nasceu pobre morrerá pobre.
A seleção é a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de oportunidades. Para América Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás (o insuportável) Aspen, o rapaz que realmente ama e que está em uma casta abaixo da dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes.
A história se passa após a 4° Guerra mundial, sim, estamos falando de uma distopia, tudo está destruído, a oralidade é predominante, é como uma idade média repaginada, poucos tem acesso a tecnologia e a sociedade é machista. Nesse mundo a história é estudada apenas pela oralidade, sendo proibida a escrita dela em livros, ninguém sabe realmente a origem do pequeno país, ou como a família real veio ao poder, muito menos porque existem rebeldes que são opositores ao reino.
"Pensei como nos contavam várias coisas e tínhamos que adivinhar quais era verdade. Por que simplesmente não nos davam livros de história?" - página 172
Ademais, toda a sociedade é dominada por esse sistema de castas, onde fica bem definido o lugar de cada um, é muito difícil alguém ascender socialmente. As pessoas mais simples não têm acesso ao básico para viver, elas tentam sobreviver como podem, e América, a protagonista, está apenas três castas acima da oito (mendigos).
The selection é uma espécie de distopia romantizada, vemos tudo no ponto de vista da América, temos suas dúvidas, anseios, suas descobertas e conhecemos mais sobre a seleção, que é o foco principal da história, como funciona e tudo o que ocorre nela. É o primeiro livro da série, então não temos tanta trama política (como eu queria), mas é ótimo como introdução.
América, Maxon, May foram meus personagens preferidos, May é super divertida e é irmã de América, aparece mais no inicio do livro e algumas aparições através de cartas, e perto dos capítulos finas. O príncipe Maxon me fez rir em algumas partes, por ser tão estranhamente fofo e fora que ele é quase a personificação do cavalheirismo. América é uma personagem forte e humilde, não desiste por nada de seus sonhos (ou dela mesma) e tenta adaptar-se a vida que terá depois de ter sido "sorteada" para a seleção; achei bem legal o contraste dela com uma casta mais elevada, e como, apesar de tudo, ela continuava a mesma.
Não obstante, é uma história singela, é focada mais no romance, há mensagens nas entrelinhas muito boas, que faz o leitor parar para refletir e questionar a estrutura social e o papel fundamental que políticas públicas têm na vida das pessoas no geral. Ao decorrer do livro o leitor notará que a escritora bebeu de diversas fontes de distopias bem conhecidas (não tem como não comparar com jogos vorazes, mas sem uma disputa sangrenta). Me divertir muito lendo esse livro, a escrita da autora é muito fluente e apesar de ser facilmente previsto ele é muito gostosinho de ser lido, tudo na história me conquistou, exceto Aspen, nesse primeiro livro, não nem como engolir esse personagem (bem babaca).
O livro é dividido em vinte e cinco capítulos, não nomeados e têm uma coroa abaixo da numeração, as páginas são brancas, a fonte é okay e tem uma página de agradecimentos ao final.
Título: The selection
Autora: Kiera Cass
Número de páginas: 269
Editora: Seguinte
Tradução: Cristian Clemente
Pontos positivos: Narrativa extremamente fluida, personagens carismáticos e bem trabalhados, crítica a sociedade e a estruturas sociais
Pontos negativos: Aspen é muito insuportável (apesar de aparecer relativamente pouco), pouco foco na situação mundial e política do país.
(Essa capa é bem bonita ) |
(capítulo) |
(Exemplar da biblioteca) |
Eu simplesmente amooooo a seleção!!! Foi uma das minhas primeiras distopias junto com divergente. América e Maxon= <3
ResponderExcluirBeijossss!! Te mandei um email haha
AHhh também shippo muito América e o Mexon, ainda não li divergente, se acredita, mas adorei de mais o filme heheh.
ExcluirJá respondi o e-mail =D
Beijoss!!!
Olá
ResponderExcluirLogo que os livros começaram a ficar conhecido, eu também meio que torci o nariz pro achar que seria bem água com açúcar, mas ai ganhei a trilogia em um sorteio e, depois de quase um ano com eles na estante, resolvi ler. Eu me apaixonei pela escrita da Kiera. Já li outro livro dela, mas não tenho vontade de ler os outros que ela lançou envolvendo A seleção. Muita gente fala que não vale a pena.
Vidas em Preto e Branco
Adorei sua resenha!
ResponderExcluirAo contrário de você, quando li esse livro estava com as expectativas bem altas e acabei me desiludindo um pouco, não com esse volume especificamente, mas com os demais.
Senti falta de um pouco mais de realidade sabe? Como você apontou, a autora poderia ter trabalhado melhor a situação mundial e econômica da população, enfim.
Bjs
http://livrelendo.blogspot.com