7 de jun. de 2025

Orange Vol. 5, Ichigo Takano

Quando terminei de ler essa história foi como se eu tirasse um peso dos meus ombros...Foi uma narrativa que me intrigou, deixou questionamentos e me fez teorizar muito e analisar os personagens e suas decisões. Sim, julguei muito algumas partes, outras detestei e outras foram realmente interessantes. Foi uma saga que não gostei, porém não conseguia parar de ler por conta da curiosidade que estava me incomodando. 


O quinto volume de Orange, da mangaka Ichigo Takano, encerra a história principal com um tom de esperança: Kakeru é salvo, os amigos sorriem sob o pôr do sol e o futuro parece, finalmente satisfatório e o amigo está a salvo. Mas por trás desse final sereno, há camadas emocionais e simbólicas que merecem um olhar mais atento — e talvez menos romântico. 

3 de jun. de 2025

Orange Vol. 4, Ichigo Takano

 Está quase acabando... Mais um post falando de Orange e só falta mais um volume para finalizar a série, quero dizer aqui nos posts mesmo, pois não me aguentei e já li tudo e cheguei a conclusão de que essa série definitivamente tem sim data de validade e certamente um público alvo para alcançar e definitivamente não me enquadro, não sei se me sinto muito velha ou aceito a passagem do tempo sem precisar me "cobrar" a gostar de uma série de mangás que alguns amigos gostam.




No quarto volume de Orange, a história atinge um ponto crucial. Naho e Kakeru finalmente reconhecem seus sentimentos um pelo outro, mas a sombra do destino ainda paira sobre eles. A tensão aumenta à medida que o grupo de amigos, agora ciente das cartas do futuro, unem forças para mudar o trágico desfecho que se aproxima para o amigo. Este volume é marcado por momentos de ternura e angústia entre os personagens e o desenrolar (mais doido possível) da trama. 

O festival esportivo se torna um símbolo de esperança, com os amigos se esforçando para criar memórias felizes para Kakeru. No entanto, a preocupação com os sentimentos de Suwa adiciona uma camada de complexidade emocional, já que ele também recebeu uma carta do futuro e sabe que, ao salvar Kakeru, pode estar abrindo mão de seu próprio futuro com Naho, porém é algo que ele mesmo não tem certeza do que pode acontecer. Suwa é o grande herói silencioso da história. Abrir mão da mulher que ele ama, sabendo o que no futuro aconteceria com eles, é MUITO pesado. É o tipo de gesto que carrega maturidade emocional, altruísmo real — quase um anti-herói romântico, porque ele ama em silêncio e age pelo bem do outro. Essa parte, confesso, me abalou muito, pois eu não sou do tipo boazinha e que abre mão das coisas pelos outros, e sempre acho que tudo tem várias vias e alternativas.

A narrativa de Ichigo Takano continua a explorar temas profundos como amizade, arrependimento e a luta contra o destino. No entanto, as coisas se desenrolam de um jeito totalmente estranhos e cheio de heroísmos e auto sacrifício por parte dos personagens. Orange tenta equilibrar entre o drama emocional e uma leve pitada de ficção científica, mas quando força a explicação do tempo com Triângulo das Bermudas e buraco de minhoca, quase derruba o que estava construindo. Enfim, foi um volume intenso, cheio de cargas emocionais e explicações forçadas sobre viagem no tempo, como alguém que ama ficção científica...fiquei doida com essa parte.

1 de jun. de 2025

Recebidos de abril e maio [Livraria unesp]

Como eu estive em crise por conta da depressão nessas últimas semanas, não consegui fazer os post durante esse meio tempo. Porém, consegui ir na livraria e fazer um vídeo mega fofo promovendo a livraria e indicando vários títulos lá no instagram. Algo que sempre escrevo nesse blog é o quanto escrever aqui é importante para mim, é parte de quem eu sou! Construir esse "lugar" me fortalece e me transforma, é como se fosse parte do meu diário realmente! Dessa forma, estar longe do blog por alguns dias, o que resultou em poucos posts, me deixou um pouquinho triste.

31 de mai. de 2025

CROWLEY – O MAGO DO NOVO AEON | Minha experiência mágica

No começo do mês de maio, mais especificamente em um sábado da primeira semana, eu assistir essa peça junto com o meu marido. Foi algo espetacular e que nos trouxe muitas reflexões e conversas boas após nossa ida ao teatro e finalmente, depois de digerir essa peça, as sensações e momentos vividos na magia do teatro...trago para você, caro leitor(a)(e) minha experiência.

O espetáculo mergulha na vida de Aleister Crowley, figura emblemática do ocultismo no século XX, explorando desde sua infância marcada por repressão religiosa até sua autoproclamação como "A Besta 666" e profeta da Era de Hórus. Com roteiro e direção de Claudiney Prieto e atuação de Alexandre Jabali, a peça oferece uma experiência imersiva, abordando temas como magia, liberdade pessoal e as complexidades da moralidade humana.

25 de mai. de 2025

O Caçador de Pipas, de Khaled Hosseini [30 livros antes dos 30 anos]

Um livro que não sei muito bem descrever as reações que tive com ele! Desde muito nova ouvia falar desse livro, não de seus por menores, e um dia na casa da minha sogra eu o vi na estante dela, inclusiva ela comentou na ocasião que o livro pertencia ao falecido pai. Durante meses esse exemplar me acompanhou, deixando diversas sensações....

A literatura é algo extraordinário, nosso cérebro deixa-se tomar completamente pelas histórias e mergulhamos em diversas  sensações e pensamentos, tornando as leituras mais ricas e profundas ainda! 

A complexidade dessa história e como me envolveu deixou-me completamente absurdada, acho que um livro não mexeu tão negativamente comigo (até o momento) como esse mexeu. Algo nele me deixou mais que choca, mais que irritada e com uma revolta interna. Uma mistura de revolta social com algo que me tocou profundamente, tocou tão fundo que nem mesmo sei o que tocou exatamente. Falar de O caçador de pipas é falar de um livro que não consegui terminar, avancei um pouco mais do que um terço e, infelizmente, não consegui completar essa história. 



21 de mai. de 2025

Se os gatos desaparecessem do mundo, Genki Kawamura

Mais uma leitura de 2024 que estou postando agora. Apesar de não ter conseguido publicar quase o ano inteiro e ter voltado apenas na última semana de dezembro daquele ano, não parei meus hábitos de leituras, logicamente. Vários e vários livros que foram lidos estou tentando trazê-los aqui para registrar essa leituras marcantes. Se os gatos desaparecessem do mundo foi mais um livro que li pelo Kindle e foi extremamente gostoso e fluido.


Imagine descobrir que tem poucos dias de vida. Agora imagine que uma figura misteriosa — que se parece muito com você — aparece oferecendo um acordo: para cada dia extra que você viver, algo precisará desaparecer do mundo para sempre. É esse o ponto de partida do delicado e emocionante romance Se os gatos desaparecessem do mundo, do autor japonês Genki KawamuraA escrita de Kawamura é leve, quase como se estivéssemos lendo os pensamentos do próprio narrador, um carteiro solitário que nos guia por sua breve e profunda jornada de autoconhecimento. Com uma prosa fluida e honesta, o autor nos convida a refletir sobre as coisas que tomamos por garantidas: o telefone, os filmes, os relógios... e, claro, os gatos.

Sem dúvida é uma obra filosófica que propõe uma profunda reflexão sobre o valor das pequenas coisas e a efemeridade da vida. Narrado em primeira pessoa, o livro acompanha a trajetória de um homem comum diante de um dilema existencial que o leva a revisitar suas memórias, afetos e escolhas. Com uma escrita fluida e envolvente, Kawamura constrói uma narrativa tocante, que mescla leveza e melancolia, convidando o leitor a contemplar o que realmente importa em nossa breve passagem pelo mundo.

O enredo pode parecer simples à primeira vista, mas é justamente essa simplicidade que emociona. Cada capítulo nos aproxima um pouco mais de memórias sutis, de relações quebradas e de reconciliações silenciosas com os outros e consigo mesmo. É um livro sobre perdas inevitáveis, mas também sobre o valor das pequenas alegrias cotidianas. 

Ao final da leitura, portanto, é impossível não deixar de pensar em nossas vidas e em tudo aquilo que construímos sem perceber, e em como os afetos moldam nosso mundo de formas invisíveis. Kawamura não força lágrimas, mas deixa uma saudade agridoce no ar, como quem se despede sem dizer adeus. É um livro que dá um embargo na voz e deixa um quentinho no coração meio amargo, meio doce.

Se você, caro leitor, gosta de histórias curtas, porém marcantes, com uma boa dose de filosofia existencial e ternura felina, esse livro é para você. Prepare uma xícara de chá, um cobertor e talvez uns lencinhos.


18 de mai. de 2025

Antes que o café esfrie, Toshikazu Kawaguchi

Mais uma leitura concluída no fim do mês de abril e apenas agora consegui terminar esse texto. Em parte estou feliz por estar avançando nas leituras, ainda que aos poucos. Durante esses dias que fiquei mais off estava passando por uma das minhas crises depressivas. A vida e seus altos e baixos...Esses dias eu tenho passado bem depressiva e me sentindo de cabeça para baixo, bem revirada mesmo, mas acho que aos poucos estou tentando ficar bem.

26 de abr. de 2025

Diário de leitura: O Caibalion para bruxas, Claudiney Prieto

O post de hoje será um diário de leitura. Estou trazendo de volta ao blog o quadro Diário de Leituras, que há tempos não atualizo. Compartilharei algumas das obras que estou lendo no momento — embora ainda não as tenha finalizado, elas já vêm provocando reflexões e impactando a minha vida. Para marcar o retorno desse espaço, começarei apresentando o primeiro livro.

Tenho lido em doses homeopáticas e sem pressa O caibalion para bruxas. Esse livro tem sido meu companheiro de cabeceira, não significa necessariamente que leio ele todo dia, ou que antes de dormi eu esteja especificamente lendo este livro. É uma expressão que tenho usado para dizer que sempre está comigo de alguma forma. 

 

13 de abr. de 2025

Livros de Março [Parceria Livraria UNESP]

O mês de março foi estranhamente longo, com pinceladas de rapidez. Senti que precisei viver várias vidas, e ir na livraria UNESP é um daqueles momentos que o tempo parece parar, ao mesmo tempo que não quer... Não sabia muito bem o que eu iria pegar para ler futuramente, mas apostei nos clássicos e nas edições da Peguin.

Esses livros recebidos são em parceria com a Livraria Unesp, localizada no número 108, Praça da Sé, Centro, São Paulo. Como sempre digo por aqui, é sempre com muita alegria e empolgação que trago os livros dessa parceria, poder escolher os títulos é extremamente importante para mim. Lembrando que temos cupom de desconto de 15% com: jessica15. Aproveitem para adquirirem seus exemplares com desconto!

Escolhi dois grandes clássicos, uma literatura de peso para minha biblioteca particular. Enquanto escrevo essa postagem, está um friozinho delicioso aqui em São Paulo, finalmente, depois de dias a fio com calores e temperaturas elevadas.

 

Até ser expulso de um lindo castelo na Westfália, o jovem Cândido convivia com sua amada, a bela Cunegunda, e tinha a felicidade de ouvir diariamente os ensinamentos de mestre Pangloss, para quem “todos os acontecimentos estão encadeados no melhor dos mundos possíveis”. Apesar da crença absoluta na doutrina panglossiana, do primeiro ao último capítulo, Cândido sofre um sem-fim de desgraças: é expulso do castelo; perde seu amor; é torturado por búlgaros; sobrevive a um naufrágio para em seguida quase perecer em um terremoto; vê seu querido mestre ser enforcado em um auto da fé; é roubado e enganado sucessivas vezes. 

Cândido só começa a desconfiar do otimismo exacerbado de seu mestre quando ele próprio e todos os que cruzam seu caminho dão provas concretas que o melhor dos mundos possíveis vai, na verdade, muito mal. Cândido, ou o Otimismo é um retrato satírico de seu tempo.

Escrito em 1758, situa o leitor entre fatos históricos como o terremoto que arrasou Lisboa em 1755 e a Guerra dos Sete Anos (1756-63), enquanto critica com bom-humor as regalias da nobreza, a intolerância religiosa e os absurdos da Santa Inquisição. Já o caricato mestre Pangloss é uma representação sarcástica da filosofia otimista do pensador alemão Gottfried Leibniz (1646-1716). Antecipando o sucesso desbragado e a carreira de escândalo do livro, Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet, assinou a obra com o enigmático Sr. Doutor Ralph.


Caninos Brancos é um lobo nascido no território de Yukon, no norte congelado do Canadá, durante a corrida do ouro que atraiu milhares de garimpeiros para a região. Capturado antes de completar um ano de idade, é usado como puxador de trenó e obrigado a lutar pela sobrevivência em uma matilha hostil. 

Percorrendo o caminho inverso ao do traçado em O chamado selvagem (1903), em que um cão domesticado é obrigado a se adaptar à vida na natureza, em Caninos Brancos (1906) Jack London narra a história de um animal que precisa suprimir seus instintos para sobreviver na civilização. Grande sucesso de público desde o lançamento, já foi traduzido para mais de oitenta idiomas e adaptado diversas vezes para o cinema, os quadrinhos e a TV.




11 de abr. de 2025

Orange Vol. 3, Ichigo Takano

E mais um post falando de Orange. Esse mangá tem me intrigado com algumas coisa, a forma como a autora constrói e desenvolve seus personagens é uma delas. Ela com certeza tem uma sensibilidade para tratar diversos assuntos, inclusive a falta de tato social de Naho e Kakeru. Porém, algumas coisas na forma de tratar esses dois personagens me irrita durante a leitura, uma delas é essa total falta de traquejo social chegar a ser quase do nível infantil.  

8 de abr. de 2025

Amantes Eternos | Preciso de doses vampirescas


Eu precisava desse filme! Sou intensamente melancólica e solitária que encontro refugio na literatura e filmes sombrios, densos, tristes e melancólicos. Amo vampiros, talvez eu me sinta tão atraída por eles por conta dessa tristeza sem igual. De alguma forma, histórias de vampiros e sua estética me trazem uma sensação de "completude", não sei bem definir direito. É um emaranhado de sentimentos e emoções.

Essa semana assisti um filme que a muito tempo venho "namorando", dirigido por Jim Jarmusch, Amantes Eternos é um drama romântico com toques de fantasia e melancolia. O filme acompanha a história de Adam (Tom Hiddleston), um músico vampiro recluso e desiludido com os rumos da humanidade, que vive em Detroit. Ele é casado há séculos com Eve (Tilda Swinton), uma vampira sábia e serena que vive em Tânger. Quando percebe que Adam está mergulhando em depressão existencial, Eve viaja para vê-lo, reacendendo que algo aconteça com seu amado, seu vínculo profundo e sua paixão.

O longa mostra como o casal precisa lidar com os desafios modernos de viver como vampiros em um mundo caótico — incluindo a escassez de sangue puro (pelo que dá a entender, seria um sangue sem muitas contaminações) e a presença incômoda da impulsiva irmã de Eve, Ava (Mia Wasikowska). Com uma estética sombria, trilha sonora docemente hipnótica e uma atmosfera contemplativa, o filme explora temas como amor, arte, imortalidade e a decadência cultural do mundo contemporâneo. A sabedoria de ambos, a forma como veem o mundo denunciam seus anos de vivencia e tempo que tiveram para contemplar a existência. 

Ao  longo do filme fiquei com uma vontade tremenda de conhecer Tânger, toda a estética, os detalhes que compõem desde figurino, trilha e a própria interpretação dos atores torna tudo muito perfeito. Simplesmente amei cada minuto. 

A cada filme sobre vampiros, bem construído e que conversa de forma extraordinária com a literatura, me deixa sedenta por doses diárias de histórias vampirescas.  

Amantes Eternos é mais do que uma história de vampiros — é uma elegia à arte, ao amor e ao tempo que consome tudo.  Em sua cadência lenta e hipnótica, o filme nos convida a contemplar a fragilidade da cultura em um mundo que esquece da arte, da literatura e das ciências, e a imortalidade como um fardo daqueles que assistem à lenta decomposição do que um dia foi sublime. Adam e Eve, amantes milenares, caminham por ruínas e bibliotecas, agarrando-se à música, à poesia e ao toque do outro como relíquias sagradas. Em um universo que se move rápido demais para sentir, Only Lovers Left Alive é um sussurro eterno dizendo que o amor e a arte ainda importam — mesmo que seja apenas para aqueles que se recusam a esquecer.



Leia esse post!

Não pise no meu vazio, Ana Suy

Essa foi mais uma leitura terminada nesse mês de março, a qual me fez bem no geral! O livro possui, em muitos poemas, uma metalinguagem sobr...