No começo do mês de maio, mais especificamente em um sábado da primeira semana, eu assistir essa peça junto com o meu marido. Foi algo espetacular e que nos trouxe muitas reflexões e conversas boas após nossa ida ao teatro e finalmente, depois de digerir essa peça, as sensações e momentos vividos na magia do teatro...trago para você, caro leitor(a)(e) minha experiência.
O espetáculo mergulha na vida de Aleister Crowley, figura emblemática do ocultismo no século XX, explorando desde sua infância marcada por repressão religiosa até sua autoproclamação como "A Besta 666" e profeta da Era de Hórus. Com roteiro e direção de Claudiney Prieto e atuação de Alexandre Jabali, a peça oferece uma experiência imersiva, abordando temas como magia, liberdade pessoal e as complexidades da moralidade humana.
O espetáculo nos convida a pensar sobre os limites entre moralidade, liberdade e magia — não apenas no tempo de Crowley, mas também nos nossos. Fica claro, contudo, que o impacto de sua figura depende do recorte histórico: se hoje suas ideias já não escandalizam como antes, é justamente porque ele, e outros como ele, abriram caminhos. Talvez, em nossa época, ele não causasse o mesmo abalo. Mas essa constatação só reforça a sua importância no contexto em que viveu.
Crowley foi um corpo estranho, quase uma força disruptiva, no tecido moral, religioso e cultural do início do século XX. Justamente por isso, suas ideias sobre liberdade, sexualidade, magia e autoconhecimento causaram tanto escândalo e tanto impacto. Hoje, num mundo onde o discurso da liberdade individual já circula com mais naturalidade (ao menos em certos contextos), ele talvez não fosse visto como um revolucionário, mas como mais um entre tantos performers da transgressão. Isso não diminui sua importância, claro — mas nos faz refletir sobre como o valor de uma figura histórica está profundamente ligado ao tempo e espaço em que ela age.
Adorei o quanto a peça trás as provocações e o sarcasmo do mago — porque isso era quase uma ferramenta mágica em si: a palavra afiada como forma de libertação e de ataque aos dogmas tanto da sociedade, quanto dos meios magisticos que frequentava. Ao fim, Crowley – O Mago do Novo Aeon não é apenas uma peça sobre um personagem excêntrico. É um espelho voltado à nossa sensibilidade contemporânea, lembrando-nos de que a verdadeira magia é questionar, provocar e transformar.
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