Um livro que não sei muito bem descrever as reações que tive com ele! Desde muito nova ouvia falar desse livro, não de seus por menores, e um dia na casa da minha sogra eu o vi na estante dela, inclusiva ela comentou na ocasião que o livro pertencia ao falecido pai. Durante meses esse exemplar me acompanhou, deixando diversas sensações....
A literatura é algo extraordinário, nosso cérebro deixa-se tomar completamente pelas histórias e mergulhamos em diversas sensações e pensamentos, tornando as leituras mais ricas e profundas ainda!
A complexidade dessa história e como me envolveu deixou-me completamente absurdada, acho que um livro não mexeu tão negativamente comigo (até o momento) como esse mexeu. Algo nele me deixou mais que choca, mais que irritada e com uma revolta interna. Uma mistura de revolta social com algo que me tocou profundamente, tocou tão fundo que nem mesmo sei o que tocou exatamente. Falar de O caçador de pipas é falar de um livro que não consegui terminar, avancei um pouco mais do que um terço e, infelizmente, não consegui completar essa história.
Khaled Hosseini, em O Caçador de Pipas, apresenta uma narrativa densa e emocionalmente carregada que percorre décadas da história do Afeganistão como um pano de fundo, tendo a amizade entre Amir e Hassan como um dos focos principais do enredo. O livro é amplamente reconhecido por sua carga dramática e por dar visibilidade a aspectos históricos e culturais pouco abordados na literatura ocidental. No entanto, minha experiência de leitura foi marcada por um desconforto profundo, difícil de nomear, mas impossível de ignorar.
A estrutura narrativa é bem construída: a história é contada em primeira pessoa, com um narrador que alterna momentos de introspecção com relatos de eventos marcantes, tanto pessoais quanto históricos. Hosseini sabe explorar os silêncios e as culpas do protagonista de maneira eficiente, criando uma atmosfera emocionalmente tensa. Justamente por isso, a leitura se tornou para mim um desafio — não pela complexidade textual, mas pela intensidade emocional que me atingiu de forma negativa.
Algumas passagens são particularmente duras, com descrições de violência, abandono e injustiça que, embora verossímeis e importantes para a construção do enredo, causam um incômodo difícil de superar. Pela primeira vez, me vi diante de um livro cuja força narrativa me afastou da história, ao invés de me envolver. A sensação era de estar sendo atravessada por algo maior do que eu conseguia processar naquele momento.
Reconheço a relevância literária e histórica da obra, assim como sua habilidade em gerar empatia e reflexão. Mas também reconheço que nem toda leitura precisa, ou deve, ser confortável. No meu caso, O Caçador de Pipas foi um livro que, apesar de bem escrito, não conseguiu me tocar de forma positiva. Talvez por isso ele seja tão poderoso: porque nos obriga a encarar partes do mundo que preferiríamos deixar intocadas.
Esse livro está na minha meta dos 30 livros antes dos 30, até o momento tenho avançado bem pouco nesse desafio, apesar de ter livros interessantíssimos, estou passando por momentos muito tensos de saúde mental, consequentemente não tenho lido tanto quanto eu queria, e estou priorizando leituras obrigatórias dos estudos, fora o cansaço do trabalho misturado nesse mix que é a vida.
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