25 de mai. de 2025

O Caçador de Pipas, de Khaled Hosseini [30 livros antes dos 30 anos]

Um livro que não sei muito bem descrever as reações que tive com ele! Desde muito nova ouvia falar desse livro, não de seus por menores, e um dia na casa da minha sogra eu o vi na estante dela, inclusiva ela comentou na ocasião que o livro pertencia ao falecido pai. Durante meses esse exemplar me acompanhou, deixando diversas sensações....

A literatura é algo extraordinário, nosso cérebro deixa-se tomar completamente pelas histórias e mergulhamos em diversas  sensações e pensamentos, tornando as leituras mais ricas e profundas ainda! 

A complexidade dessa história e como me envolveu deixou-me completamente absurdada, acho que um livro não mexeu tão negativamente comigo (até o momento) como esse mexeu. Algo nele me deixou mais que choca, mais que irritada e com uma revolta interna. Uma mistura de revolta social com algo que me tocou profundamente, tocou tão fundo que nem mesmo sei o que tocou exatamente. Falar de O caçador de pipas é falar de um livro que não consegui terminar, avancei um pouco mais do que um terço e, infelizmente, não consegui completar essa história. 




Khaled Hosseini, em O Caçador de Pipas, apresenta uma narrativa densa e emocionalmente carregada que percorre décadas da história do Afeganistão como um pano de fundo, tendo a amizade entre Amir e Hassan como um dos focos principais do enredo. O livro é amplamente reconhecido por sua carga dramática e por dar visibilidade a aspectos históricos e culturais pouco abordados na literatura ocidental. No entanto, minha experiência de leitura foi marcada por um desconforto profundo, difícil de nomear, mas impossível de ignorar.

A estrutura narrativa é bem construída: a história é contada em primeira pessoa, com um narrador que alterna momentos de introspecção com relatos de eventos marcantes, tanto pessoais quanto históricos. Hosseini sabe explorar os silêncios e as culpas do protagonista de maneira eficiente, criando uma atmosfera emocionalmente tensa. Justamente por isso, a leitura se tornou para mim um desafio — não pela complexidade textual, mas pela intensidade emocional que me atingiu de forma negativa.

Algumas passagens são particularmente duras, com descrições de violência, abandono e injustiça que, embora verossímeis e importantes para a construção do enredo, causam um incômodo difícil de superar. Pela primeira vez, me vi diante de um livro cuja força narrativa me afastou da história, ao invés de me envolver. A sensação era de estar sendo atravessada por algo maior do que eu conseguia processar naquele momento.

Reconheço a relevância literária e histórica da obra, assim como sua habilidade em gerar empatia e reflexão. Mas também reconheço que nem toda leitura precisa, ou deve, ser confortável. No meu caso, O Caçador de Pipas foi um livro que, apesar de bem escrito, não conseguiu me tocar de forma positiva. Talvez por isso ele seja tão poderoso: porque nos obriga a encarar partes do mundo que preferiríamos deixar intocadas.

Esse livro está na minha meta dos 30 livros antes dos 30, até o momento tenho avançado bem pouco nesse desafio, apesar de ter livros interessantíssimos, estou passando por momentos muito tensos de saúde mental, consequentemente não tenho lido tanto quanto eu queria, e estou priorizando leituras obrigatórias dos estudos, fora o cansaço do trabalho misturado nesse mix que é a vida. 

Um comentário:

  1. Ah, amiga, se não conseguiu terminar esse, nem vou recomendar A cidade do sol, porque é bem pior, visto ser uma história sobre mulheres durante o regime Talibã...
    Li O caçador de pipas quando era adolescente, nem lembro mais quando foi, mas por não ter post no blog, eu devia ter uns 13 ou 14 anos. Lembro de ter ficado absurdada também e de ter demorado mais de um mês para terminar a leitura, peguei emprestado na biblioteca da escola. Nunca mais li e acho que é o tipo de livro que só se lê uma vez, pelo menos para mim foi assim.

    PS.: Você é a primeira pessoa além de mim que vejo usando a palavra "absurdada" kkkkkkkkkkkk

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