Não gosto de pessoas vazias. Não gosto de pessoas que não possuem várias paixões, aquelas que não são interessantes e só tem um única coisa que as definem. Não gosto delas, e não gosto de ser assim também, por isso busco várias definições, maneiras de ser e viver e coisas para fazer.
Não quero ser linear, muito menos um personagem sem desenvolvimento na série tragicômica da vida. Onde se esconde as pessoas interessantes? Talvez só com um olhar atento podemos observá-las pelo trânsito da vida e ao longo das horas em nosso cotidiano....
Enfim, ando observando pelas redes a moda do "clean girl", além de todos os problemas envolvidos nessa estética, o que me deixa ainda mais embasbacada com essa gente é ver que elas estão dispostas até mesmo higienizar suas personalidades, seja apagando tatuagens antigas, seja em uma estética minimalista, ou tentando alcançar rotinas irreais e objetivos que nem faz sentido para a vida individual delas.
Como sou da geração do final da década de 1990, que viveu em uma vila pequena e afastada do centro, onde todo mundo conhecia todo mundo, tive que lutar muito e aguentar muito mais do que um olhar torto por ser alternativa, e não vai ser agora que vou abrir mão de tudo isso!
São muitas histórias, cargas emocionais e muito DIY feito. Lembro de vários post pela blogosfera sobre como customizar roupas, fazer acessórios, makes góticas e afins...O artesanato sempre me acompanhou durante todos esses anos, para poder criar meu estilo.
Vejo que, atualmente, tudo está ficando cada vez mais cinza, limpo, sem personalidade, sem cor, sem vida e sem histórias. As pessoas estão ficando vazias. Vazias de personalidade, consequentemente de sentido e proposito. Aliás, depois se sentem cada vez mais infeliz e pressionadas socialmente, pois vivem apenas para seguir uma trend, algo efêmero e que não encaixa nas individualidade. Qual o papel social de uma estética? Tudo contém ideologias e possuem discursos.
Higienizam suas personalidades e abstraem suas ambições e depois não sabem o porquê de estarem vazias. Sou tão intensa quanto o romantismo, tão fatalista quanto Álvares de Azevedo, tão introspectiva quanto Clarice Lispector. Sou uma mistura de todas minhas vivências, todos meus livros, e todo meu universo que construo e reconstruo. Tenho necessidade de vida, de música, de composição estética, tenho necessidade de absorver cada página que a vida escreve.
Faz tanto tempo que não leio um texto cheio como esse, um texto sentimentos sinceros, intimo, intenso, vivo em suas cores. Também faz muito tempo que não acompanho as tendências das redes sociais, desinstalei o instagran e meu tiktok só da vídeo de gente que cuida e ensina a cuidar de plantas, estou velha? Talvez! Fico triste quando vejo as pessoas apagando suas individualidades em prol de se encaixar em não sei o que... Esse último paragrafo onde você se descreve me fez ter vontade de te abraçar (nem sei se você gosta de abraços) e dizer que você é maravilhosa. Que texto maravilhoso!
ResponderExcluirAdorei esse texto, amiga!
ResponderExcluirConcordo com você na estranheza diante da estética "clean girl" e das pessoas mono assunto. Também não consigo entender como uma pessoa consegue viver sem ter algo que goste, que ame, que queira fazer por si mesma porque é uma paixão, sabe? Tenho muito isso com a leitura, a escrita do meu blog, o tarô e a Astrologia, não entendo mesmo esse povo que quer ficar com a mesma cara, mesmo "estilo" mesmo tudo, como se fosse boneco em esteira de fábrica! Aff, cansativo isso.