Meus livros favoritos de 2022 e duas menções honrosas
Finalmente eu escrevo esse post com a maior felicidade, nem acredito que já estamos em 2023 e nem acredito que já estamos no meio do mês de janeiro, o qual estou aproveitando para descansar e me recuperar de tanto estresse emocional, físico e mental do ano de 2023. Bom, nesse post vou falar de coisas boas: livros, e não qualquer livro, mas sim os favoritos de 2022.
Esse ano de 2022 li poucos livros, ao todo foram 48 além de textos teóricos de literatura e textos acadêmicos para a faculdade. Em meio ao caos consegui encontrar alguma ordem e significado, dentre os que li poucos foram realmente favoritados e adorados, aqueles que lemos com voracidade e ímpeto de engoli-los. Há, contudo, aqueles que farei uma menção honrosa e amai relê-los, são eles:
Frankenstein
Reli em conjunto com algumas amigas da faculdade, eu fiquei muito empolgada e falava toda hora o quanto o livro era incrível e a leitura extremamente imersiva. A obra põe criatura versus criador e propósitos de existência em pauta, além de diversas questões existencialistas, e sobre a natureza do homem, se é bom ou mal, e se é mal é apenas uma anomalia, pois somos feitos a imagem e semelhança de Deus? Através da criatura vemos uma humanidade que julga pela aparência, classe e sexo.
É um romance de terror gótico com inspirações do movimento romântico, de autoria de Mary Shelley, escritora britânica nascida em Londres. É considerada a primeira obra de ficção científica da história.
Dom Casmurro
Já é a segunda releitura que faço, e sempre acho interessante a forma como o narrador de se apresenta, um ser mesquinho, elitista e com uma visão machista e de posse tanto para com Capitu quanto para as demais personagens que se relaciona de alguma forma. É um livro que não envelhece e trás o podre da sociedade em seus críticos desde o século XIX.
Agora, iriei falar dos livros que ficaram entre os melhores do ano e que me prenderam de uma forma inacreditavelmente gostosa, esses são os que devorei não apenas os li.
A morte anunciada, Gabriel Garcia Marquez
O diário de Anne Frank, Anne Frank
Ao fim desse livro eu senti como que se eu tivesse perdido alguém próximo, li bem na época das polêmicas envolvendo um certo podcast famoso e deputados federais, algo que me horrorizou de mais. Acredito ser uma leitura obrigatória e recomendo ir sem medo de ler, lembre que foi escrito por uma garotinha de 13 anos até aos seus 15 anos.
1984, George Orwel
Eu mergulhei nesse livro, eu amei demais a construção de personagem, a narrativa, os detalhes e como o personagem tentava descrever tudo o que estava sentindo, o quanto algumas personagens queriam apenas sentirem-se livres e vivos, o quanto queriam uma liberdade que está muito além de poder sair de mãos dadas. Uma liberdade de sentir e de aproveitar momentos de ócios e de apenas sentarem e pararem para processar o que está à volta deles. É uma obra política, social e que critica também a forma de vida moderna (época do autor) e o quanto estamos distantes da vida.
As bacantes, Eurípides
Um clássico dos clássicos, é uma obra pertencente ao teatro grego, e que marcou a tragédia e hoje influencia a literatura. Foi uma peça que me fez mergulhar nela e amar cada vez mais os estudos clássicos, mexeu de uma forma profundo e que só os livros conseguem fazer.
A história secreta, Donna Tartt
História incrível e ficou muito próxima de mim, pois eu estava estudando grego, latim e literatura clássica na faculdade e foi no primeiro semestre de 2022, então me deu uma empolgação acima de qualquer outra, inclusive eu lia no caminho para a faculdade no transporte público. É uma história que conta sobre o assassinado de um dos integrantes do grupo de alunos do grego, já sabemos na primeira página quem morreu, mas ao longo do livro vamos ler porque ele morreu, como morreu e como seus colegas estão envolvidos nisso, não somente isso, mas saberemos como afeta seus colegas universitários e como se segue a vida deles depois de todo o período letivo.
Corpo, Carlos Drummond de Andrade
Sou apaixonada por Drummond e por poesia, o que tem feito esse amor crescer cada vez mais é a faculdade e como vou entrando em contato com esse tipo de texto através dela. Corpo não é um livro canônico das universidades brasileiras, ou seja não é um livro que iriamos estudar normalmente/"obrigados", porém meu professor de literatura brasileira I quis trabalhar alguns poemas, o que foi a melhor coisa. Eu amei de mais, como o próprio título já diz, vai tratar dos corpos com toque erótico e extremamente poético, mexe não somente com o imaginário romântico idealizado, mas como se é enxergado o corpo feminino e ao ato sexual em si. É simplesmente maravilhoso e e delicioso.
Carmilla, Joseph Sheridan Le Fanu.
É narrada por Laura, uma jovem estiriana que conta os dias passados na companhia da misteriosa Carmilla e os eventos estranhos que ocorreram na região após a sua chegada. Um clássico da literatura britânica, Carmilla apresenta a primeira vampira feminina da literatura, criou o tropo de vampira lésbica, inspirou diretamente Dracula (1897) e marcou a literatura gótica. Uma história envolvente, sombria e que beira quase um 'romântico tóxico', sexualidade reprimida e o quanto ceder para os instintos sexuais e atração para o mesmo sexo é extremamente complexo e caótico para uma adolescente do final do século XVIII.
O lugar, Annie Ernaux
Livro que lançou Annie Ernaux à fama, O lugar, inédito no Brasil, estabelece as bases para o projeto literário que Ernaux levaria adiante por três décadas de consagração crítica e sucesso de público. Nesta autossociobiografia, uma das mais importantes escritoras vivas da França se debruça sobre a vida do próprio pai para esmiuçar relações familiares e de classe, numa mistura entre história pessoal e sociologia que décadas mais tarde serviria de inspiração declarada a expoentes da auto ficção mundial e grandes nomes da literatura francesa como Édouard Louis e Didier Eribon. O resultado é um clássico moderno profundamente humano e original. Extremamente atual, creio que estará dentre os clássicos indispensáveis no futuro, trás questões sociais, familiares e relacionamentos interpessoais delicados e que o sistema capitalista pode separar e quebrar eles, mesmo que dentro do individuo.
São Bernado, Graciliano Ramos
São Bernardo: Como a paisagem árida e impiedosa do sertão nordestino, esta narrativa se vale apenas do essencial. Para o autor, o mundo não libera encantos, as paisagens são apenas pontos de referência entre os quais os personagens se movem. Essa linguagem crua e despojada está fortemente presente nessa obra que tem a força de uma tragédia rural brasileira e conta a história de Paulo Honório, um homem simples que, movido por uma ambição sem limites, acaba por se transformar num grande fazendeiro do sertão alagoano e casa-se com Madalena para conseguir um herdeiro. Incapaz de entender a ótica humanitária pela qual a mulher vê o mundo, ele tenta anulá-la com seu autoritarismo.
Esse livro representa muito para mim, um dos meu favoritos do ano e do autor, bem como foi tema do meu trabalho de literatura brasileira II na USP, eu realmente mergulhei na história, nos personagens e me deixei levar pela narrativa, foi um livro que me fez transportar para suas páginas e me deixar entorpecida. Fiz análise e tente escrever o melhor possível, não fui ruim, mas também não fui a melhor da turma, no entanto o que aprendi durante o 4° semestre na letras na USP é que é muita coisa cada notinha que tiramos, e que é mais difícil do que tudo tirar uma nota 10 (rindo de nervoso agora).
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