Resenha- A revolução dos bichos - George Orwell [Atualizado]

título original: Animal Farm: a fairy Story

Autor: George orwell - pseudônimo para Eric Arthur Blair

Ano de publicação: 1945

Total de páginas: 150

Tradução: Heitor Aquino Ferreira

Cansados da exploração  a que são submetidos pelos humanos, os animais da granja do Solar rebelam-se contra seus donos e tomam posse da fazenda, com o objetivo de instituir um sistema cooperativo e igualitário, sob o slogan "Quatro pernas bom, duas ruim".   Mas, não demora muito para que açguns bichos - em particular os mais inteligentes, os porcos- voltem a usufruir de privilégios, reinstituindo aos poucos um regime de opressão, agora inspirado no lema "todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros". A história da insurreição libertária dos animais, é reescrita de modo a justificar a nova tirania, e os dissidentes desaparecem ou são silenciados à força. 

Sentindo que logo morrerá, pois está muito velho, o porco Major, reúne os animais da granja do Solar para partilhar um sonho: serem governados por eles próprios, sem a exploração do homem. Ensinou-lhes uma antiga canção, Bichos da Inglaterra (Beasts of England), que resume a filosofia do Animalismo (analogia para o socialismo) exaltando a igualdade entre eles e os tempos prósperos que estavam por vir. Após a morte do porco Major, dois jovens, Napoleão e Bola-de-neve, influenciados pelo animalismo, decidem tomar a liderança - pois são mais inteligentes do que os demais animais- para se rebelarem contra Jones, o humano opressor.

 Tudo dá certo e vai as mil maravilhas, tudo incrível, entretanto, com o passar do tempo as coisas vão mudando, o porco Napoleão comete um "golpe de estado" contra seu companheiro bola-de-neve, ai começa a ditadura. Animais morrem, passam fome, são coagidos, enganados e ignorados. Até mesmo as sete leis dos animais são obstruídas e são criadas "emendas", que as mudam completamente, claro que,  a favor dos porcos.

Sendo uma sátira/crítica com a revolução russa, na qual surgiu a ditadura Stalinista. É interessante observar também, que toda essa analogia no livro pode servi para qualquer governo autoritário e ditador. As consequências da corrupção e interesses pessoas em detrimento do povo é amplamente explorada e destacada.

   

Cada animal é um arquétipo, representando a miséria da classe trabalhadora às forças militares, movimentos, etc, tudo descrito com muita fluência.

Destarte, quando você está familiarizado com a história da Rússia a experiência é mais profunda, pois cada página é um sofrimento com os animais, sendo  tão sombrio quando  lembra-se que aconteceu não somente na história de um país, basta  lembrar de tantas outras ditaduras que houvera e ainda existem espalhadas pelo globo.

 Considerações sobre o livro 

Gostaria de ressaltar dois pontos históricos: Na época em que foi publicado, o livro foi altamente criticado e rejeitado por todos aliados, críticos de literatura (até mesmo T. S Eliot) visto que os russos lutaram contra o nazifascismo. As tropas americanas chegaram a queimar os exemplares deste livro. 

Todavia, posterior à segunda guerra, quando as duas maiores potencias fizeram do mundo seus reféns durante a guerra fria, a obra de George Orwell foi usado como "arma" contra o comunismo, para influenciar o restante do mundo e demonstrar o quão era prejudicial à saúde da humanidade, e que os mocinhos eram os capitalistas, mesquinhos e  hipócritas americanos da época.

Entretanto, o autor ficou bem desgostoso com isso, pois ele mesmo é socialista democrático, e o objetivo do livro é reavivar o verdadeiro socialismo e igualdade, denunciando o totalitarismo e opressão.

Sobre a Obra 

 É um livro satírico do escritor inglês George Orwell, publicado no Reino Unido em 17 de agosto de 1945 e apontado pela revista americana Time entre os cem melhores da língua inglesa. Melhor romance do século XX Modern Library List.

Fontes que me ajudaram a compor a resenha:   

livro: A revolução do bichos, posfácio: Repensando A revolução- por Christopher Hitchens (2006), páginas 113 a 122.

Modern library 100 best Novels <acessado dia 25/01/2018>