30 de mai. de 2019

A cura de Schopenhauer, de Irvin D. Yalom

Essa resenha vai ser um pouco grande, tenho muito para falar desse livro, afinal é meu primeiro contato com Schopenhauer e sua filosofia, que em certos aspectos achei muito interessantes, outros achei muito massante, apenas pelo fato de alguns aspectos parecerem muito repetitivos, ou porque meu espirito atual não condiz com alguns pensamentos do filosofo. enfim, vamos a resenha.

A história se passa em torno das terapias em grupo coordenadas por Julius Hertzfeld, e a influência e participação de um antigo paciente, Philip Slate. O Livro utiliza de atualidades no mundo da psiquiatria e psicologia fazendo um enredo com a filosofia de Arthur Schopenhauer, filósofo do século XIX que afirma "viver é sofrer". Instigando o auto-conhecimento de cada um.

Autor: Irvin D. Yalom 
Número de páginas:334
Editora: Ediouro 
Tradução: Beatriz Horta 
Onde comprar: Amazon  
Demorei demais para terminei esse livro, e não sei bem o porquê. a narrativa é fluida, os personagens são bem interessantes, e atrevo-me a dizer que o que mais prende o leitor ao livro é a história do grupo de apoio, não a biografia do filósofo alemão, Schopenhauer. Algo interessantíssimo da narrativa, é que o autor intercala a biografia de Schopenhauer com a história do grupo de apoio, exemplificando a filosofia de Schopenhauer com situações dos indivíduos do grupo, assim como alguns personagens tomam mais destaques. 

O autor trás personagens um tanto complexos, com seus problemas psicológicos já sendo tratados pelo psicanalista Julius, então o estado de seus problemas já estão meio caminho andado para o desenvolvimento de suas paranoias, ansiedade, medos, etc. Apesar de durante a leitura os personagens acabam crescendo ainda mais, e vão revelando mais ainda seus problemas e medos, avançando ainda mais no tratamento do grupo de apoio. 

"Adquirimos um conhecimento através do corpo que não podemos conceituar e comunicar porque a maio parte de nossa vida interior é desconhecida para nós. A vida interior é reprimida e não pode ser conscientizada porque conhecer nossa natureza mais profunda (nossa crueldade, medo, inveja, desejo sexual, agressividade, egoísmo) seria um peso maior do que poderíamos aguenta."- Página 222
Os personagens são bem peculiares e bem diferentes entre sim. Pam, é uma amante da literatura, professora universitária de literatura inglesa e da língua inglesa, que não consegue se desvencilhar de pensamentos obsessivos sobre seu ex amante e ex marido, além de guardar muita raiva dentro de si, e odiar Philip, o qual teve um envolvimento sexual com ela na época da faculdade, ele sendo um professor assistente e ela aluna. Philip  é um ex obsessivo em sexo, doutorado em filosofia, que quer tornar-se orientador usando a filosofia para mudar as pessoas, mas que nunca viveu plenamente, nunca se aproximou ou amou alguém, que tem problemas em se relacionar com as pessoas, e muitas vezes mostra-se uma pessoa desagradável e arrogante.

Bonnie, é uma personagem um tanto clichê, pois ela é gorda, sente-se solitária,  é insegura com a aparência e acha que não é importante como os demais, por vezes despreza sua profissão, bibliotecária (meu sonho ser bibliotecária hahaha), o progresso dela é legal, contudo...pareceu que ela foi um pouco esquecida no final, por causa de conflitos de dois personagens.

Rebecca, era a típica popular do colégio que formou-se em advocacia, ela tem problemas em aceitar que ela não é sua aparência, autoafirmação, e sente-se muito triste por não ter mais a beleza de quando ela tinha 20.
Gill, é um médico com problemas no casamento e fantasmas de seu passado ainda o assombram, assim como não consegue ser parcial ou pessoal em suas observações no grupo. Ao decorrer da leitura foi um dos personagens que fez muitas mudanças, e confessou várias coisas de seu passado ao grupo. 

Tony é o personagem rustico do grupo, ele é carpinteiro e por vezes ele não entende muito das citações filosóficas que Philip faz ou livros que Pam comenta, ele parece que representa o público que por ventura venha a ler o livro e não tenha muito uma bagagem literária ou filosófica abrangente, assim como tony pode ser uma representação da porcentagem da população americana que não tem muita instrução e tem sempre os mesmos pensamentos do "homem hétero branco", tendo em vista que está no grupo de terapia devido a sua relação destrutiva com a esposa. 

Julius, o terapeuta, é um personagem interessante, em meio a uma crise de existencialismo, após descobrir que tem câncer de pele, ele pondera sobre seu trabalho e se fez alguma melhora significativa na vida de algum paciente, então trata de buscar os arquivos de alguns de seus pacientes que foram seu fracasso profissional, vasculhando os arquivos encontra o de Philip, o qual foi seu maior fracasso. Julius em seu desespero momentâneo liga para Philip, marca alguns encontros para conversar sobre seu tratamento de 20 anos atrás.

É um livro bem profundo, portanto, foi muito bom poder conhecer mais um filósofo alemão, sua maneira de pensar e algumas de suas influências, com uma narrativa fluida, personagens interessantes e um enredo, não obstante mirabolante, apenas pessoas normais com problemas normais, prende o leitor do começo ao fim, com diversas situações emocionantes, o crescimento do grupo é incrível e bem emocionante. Ora, é uma leitura para conhecer Schopenhauer e um pouco mais sobre relações sociais e como somos seres sociáveis e mutáveis. 

24 de mai. de 2019

A função da Academia brasileira de letras


Inspirada em post que vi no blog da Livraria Nobel, decidir pesquisar mais sobre a ABL, consequentemente quis compartilhar com vocês, fiquei mega empolgada por saber mais um pouco sobre a literatura nacional e conhecer mais um pouquinho sobre a academia. 😉 

A academia foi fundada na cidade do Rio de Janeiro pelos escritores Machado de AssisLúcio de MendonçaInglês de SousaOlavo BilacAfonso CelsoGraça AranhaMedeiros e AlbuquerqueJoaquim NabucoTeixeira de MeloVisconde de Taunay e Ruy Barbosa em 20 de julho de 1897, tendo por objetivo o cultivo da língua portuguesa e da literatura brasileira.

 É-lhe reconhecido o mérito por esforços históricos em prol da unificação do idioma, do português brasileiro e do português europeu. Nomeadamente, teve um papel importante no Acordo Ortográfico de 1945, conseguido em conjunto com a Academia das Ciências de Lisboa, assim como foi de novo interlocutora quanto ao ainda "polêmico" Acordo Ortográfico de 1990.

A Academia tem por fim, segundo os seus estatutos, a "cultura da língua nacional", sendo composta por quarenta membros efetivos e perpétuos, conhecidos como "imortais", escolhidos entre os cidadãos brasileiros que tenham publicado obras de reconhecido mérito ou livros de valor literário, e vinte sócios correspondentes estrangeiros.
À semelhança da Academia francesa, o cargo de "imortal" é vitalício, o que é expresso pelo lema "Ad immortalitem", e a sucessão dá-se apenas pela morte do ocupante da cadeira. Formalizadas as candidaturas, os acadêmicos, em sessão ordinária, manifestam a vontade de receber o novo confrade, através do voto secreto.
Ademais, qualquer um pode se candidatar a uma vaga, basta enviar uma carta com o currículo ao presidente. No entanto, é necessário ser brasileiro e ter publicado pelo menos uma obra, em qualquer gênero literário, que seja reconhecida por sua qualidade ou valor literário.
Os interessados têm um mês para fazer a candidatura. A eleição ocorre três meses depois da vaga ser declarada aberta. É necessário fazer campanha.
Os números de cada cadeira não têm nenhuma hierarquia. Eles se referem aos primeiros 40 imortais quando da criação da Academia, em 1896, inspirada pela Academia Francesa. O primeiro presidente foi Machado de Assis. 
E esse foi o resumo de hoje, espero que tenham gostado!
Não deixe de me seguir no Good Reads, a rede social para os amantes de livros, assim você acompanha minhas leituras em tempo real.

22 de mai. de 2019

O poder do hábito de Charles Duhigg


Finalmente terminei essa leitura, e finalmente venho trazer para vocês, meus queridos leitores, a resenha deste livro, de antemão já digo que não é que eu não tenha gostado do livro, pelo contrário gostei bastante, contudo um dos pontos que atrapalhou minha leitura foi o tanto de exemplos. 

Uma jovem entra em um laboratório. Durante os últimos dois anos, transformou quase todos os aspectos de sua vida. Parou de fumar, correu uma maratona e foi promovida. Neurologistas descobriram que os padrões dentro de seu cérebro mudaram de maneira fundamental. 

De acordo com o jornal The Daily, O poder do Hábito é "Uma pesquisa fascinante sobre como somos patologicamente comandados pelos hábitos".  

Título original: The power of habit 
Autor: Charles duhigg
Número de páginas: 403
Editora: Objetiva
Tradução: Rafael Mantovani

" [...] Para modificar um hábito, você precisa decidir muda-lo. Deve aceitar conscientemente a dura tarefa de identificar as deixas e recompensas que impulsionam as rotinas do hábito e encontrar alternativas. Você precisa saber que possui o controle e ser autoconsciente o bastante para usá-lo [...]" -Página 283

O poder do hábito explica didaticamente como os hábitos podem ser modificados ou criados, o autor  trás pesquisas sociais, psicológicas, assim como da neurociência, e até mesmo casos empresariais para exemplificar o que são os hábitos e como funcionam. 

Ademais, o livros está repleto de entrevistas de diversos casos, desde emagrecimento, sonambulismo, CEO de empresas, e diversas outras áreas, para mostrar o que o ponto em comum em meio a tanta distinção são os hábitos. Narrativa é bem fluida, apesar de ser oscilante em alguns capítulos, por conterem excessivos exemplos e detalhamento de pesquisa e relatos do entrevistados, a leitura pode tornar-se lenta e maçante em alguns pontos do livro, principalmente para leitores que não têm uma bagagem literária mais didática e acostumados com livros mais densos. 

O livro possui notas sobre as  fontes de pesquisa e entrevistas, assim como também, agradecimentos e apêndice, impresso em papel polén soft, as páginas são amareladas, a fonte é média.

O poder do hábito, portanto, é um livro que recomendo para leitores que estejam mais acostumados com leituras mais didáticas, tendo em vista o abarrotamento de exemplos e entrevista que torna a leitura mais lenta, exigindo mais atenção e dedicação do leitor. Em parte acredito que o autor trouxe muitos exemplos para leitores que não tenham muito contato com as ciências sócias, todavia parte desse excesso de exemplos atrapalham a leitura, tornando-a maçante, lenta ou até certo ponto desinteressante. 


16 de mai. de 2019

Educação é mais que investimento, é fundamento

Já ponderou que nosso futuro pode ser pesquisando outros mundos?

Esse é  meu manifesto para apoiar a educação e investimentos na área. Primeiramente gostaria de dizer que meu foco é falar da educação; não importa o governo que seja regente, seja aquele ou este, o que importa é que o governo faça aquilo que é a obrigação dele, trabalhar em prol da população. Ora, uma das bases da sociedade moderna é a educação, que mostrará seus frutos no futuro, e refletirá no comportamento social tanto coletivo, quanto do individuo. Sendo assim, torna-se imprescindível investimentos na educação, desde do ensino básico até na pesquisa de base em uma universidade, para que haja avanço em diversas setores de um país. 

O governo efetuou, no total, um bloqueio de R$ 7,4 bilhões sobre todo o Orçamento de 2019 do Ministério da Educação, que é de R$ 149 bilhões e engloba despesas para custear todos os níveis educacionais, da educação básica ao ensino superior. -BBC News

Por que é importante a educação, a ciência de base, e todas as pesquisas que estudantes universitários fazem? Vamos fazer um quadro mental e analisar como seria o mundo se não tivéssemos descoberto como transmitir informações instantâneas facilmente. Ou como seria o mundo se não tivesse a tecnologia que você está usando para ler esse texto, ou a tecnologia necessária para sua recreação, trabalho e outras possibilidades quase infinitas com tudo o que possuímos hoje, sabendo que a tecnologia de amanhã será inovadora, e mexe com imaginativo, nos tornando sedentos pelas novidades. Não somente isso, voltemos muito mais no tempo,  como séria se não tivéssemos parado para entender o mundo à nossa volta e achado alguma maneira de manipula-lo, como cozinhar a caça, aquecer e alimentar a cria, ou então criar laços sociais para garantir nossa sobrevivência em meio ao perigo  dos tempos do paleolítico?

Somos seres sociais e pensantes, que encontrou formas de adaptar-se ao meio hostil em que vivia, e com o passar das eras foi elaborando formas de manipulação de animais e plantas de acordo com que necessitávamos, posteriormente as formas de estudar foi evoluindo, chegamos na Grécia. Nasce a filosofia, opondo-se à respostas religiosas, e dando lugar a razão, surge as  explicações que exigissem a analise e testes da hipótese. 

Ademais, áreas do conhecimento surgem, o método científico é fundamental para realizarmos nossas pesquisas; avanços na tecnologia, psicologia, e em todas as áreas tem um crescimento absurdo, refletindo na sociedade da época, por exemplo, o século XVIII, que é conhecido com 'o século da razão', que se refletiu até mesmo na literatura, surgindo a escola literária Naturalismo. Temos então a base para entendermos o mundo a nossa volta, tornando-nos cada vez mais questionadores e investigativos. Essa contextualização é importante para entendermos que todo o conhecimento que temos até agora foi acumulado durante séculos de estudos, milênios desde as primeiras tentativas de explicar o mundo à nossa volta. 

Houve épocas que estudiosos foram considerados hereges e queimados, houve tempos que as mulheres não podiam estudar, pois eram mulheres. Houve épocas mais conturbadas do que outras e hoje entendemos que sem essas contribuições, nossos avanços seriam ainda mais lentos. Não podemos desprezar todos os livros que temos, pois em algum momento seus autores tiverem que lutar contra o moralismo, dogmas sociais ou religiosos para pública-los, como A origem das espécies, Madame Bovary, O retrato de Dorian Gray, e muitos, muitos outros. 

Tudo isso tem haver com nossa realidade, nossa sociedade brasileira, pois estamos lutando por todo esse conhecimento; novamente vemos estudantes, universitários, docente e outros lutarem pelo direito de saber, o direito de cursarem o que querem, principalmente humanas, todos estão batendo o pé no chão dizendo o quão estão insatisfeitos com o que estamos sendo submetidos. Não deixemos a literatura, a filosofia, a física, química, biologia, história  morrerem, não deixe a ciência morrer, pois todo o conhecimento é fundamental para uma sociedade bem desenvolvida, questionadora e prospera.

Precisamos, portanto, mostrar-nos mais, expor nossas áreas de estudos, mostrar para os leigos o quanto nosso estudo vale e implica na vida social deles. Ainda não entrei na universidade, e mesmo assim me importo com o corte de gastos, ou não é só porque terminei o ensino médio que não me importo com a falta de valorização do ensino ou a falta de uma reestruturação adequada, muito pelo contrário. Precisamos de cientistas sociais, filósofos, matemáticos, físicos, biólogos e muitos outros, precisamos de oportunidades para todos aqueles que querem ingressar no meio acadêmico e fazer disso sua profissão, pois uma boa educação  hoje, é um país rico amanhã. 



15 de mai. de 2019

O que o Sol faz com as flores, de Rupi Kaur

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Ultimamente estou mais lendo do que postando, geralmente estou fazendo resenhas no Good Reads, essa semana estou muito doente, está difícil lidar com a vida com uma gripe terrível. Enfim, vamos a resenha desse livro que me deixou intrigada.

Da mesma autora de outros jeitos de usar a boca, best-seller com mais de 100 mil exemplares vendidos no Brasil. O que o sol faz com as flores é uma coletânea de poemas arrebatadores sobre crescimento e cura. ancestralidade e honrar as raízes. expatriação e o amadurecimento até encontrar um lar dentro de você. Organizado em cinco capítulos e ilustrado por Rupi Kaur, o livro percorre uma extraordinária jornada dividida em murchar, cair, enraizar, crescer, florescer. uma celebração do amor em todas as suas formas.


Título original: The sun and her flowers 

Autora: Rupi Kaur 
Tradução: Ana Guadalupe
Número de páginas:277
Editora: Planeta 
Onde ComprarAmazon

O livro é dividido em 5 partes, Murchar, Cair, Enraizar, Crescer e Florescer. Cada qual traz poemas de temas variados, com tom de auto-ajuda e bem abrangentes, como por exemplo, termino de relacionamentos, aceitação corporal e de suas raízes, relacionamentos tóxicos, amadurecimento, crescimento emocional, abuso tanto físico quanto emocional, com destaque para estupro, é importante frisar que este livro possui gatilhos.

A forma como você fala de si mesma
A forma como você se humilha
Até ficar minúscula
É abuso
-Autodestruição 

São poemas que mostram a vida pessoal da autora e seu ponto de vista sobre o mundo, igualdade de gênero, assim como xenofobia e diversos outros temas, são textos políticos, pertinentes à debates atuais, assim como temas mais pessoais como a relação dela com a mãe. 

Ademais, a escrita da autora é bem fluida, levando em conta que são poemas e o livro possui ilustrações, a leitura é bem rápida e interessante, muito do que é abordado é intrigante pelo simples fato de não ser muito discutido no dia a dia. Apesar de já ter ouvido falar sobre autoaceitação, visto alguns debates em filmes e com celebridades, por exemplo, não debatemos como isso nos afeta e aos outros a nossa volta, não sabemos como nos aceitar, para podermos aceitar as diferenças à nossa volta, assim como não nos  é apresentado como um problema social.

Livros poéticos são uma experiência excepcional, pelo fato de que cada leitor terá um sentimento, uma visão extremamente diferente um do outro. Portanto, tive emoções bem variadas enquanto lia os poemas, alguns me trouxeram surpresa, náuseas, identificação. É uma leitura que recomendo, apesar de não ter amado de um todo o livro, gostei de diversas partes, alguns me marcaram profundamente, outros nem tanto, mesmo assim me deixou reflexiva. 

7 de mai. de 2019

O retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde



Ao terminar essa leitura incrível, fiquei maravilhada com o livro, desde suas discussões filosóficas sobre moralidade, tanto quanto por personagens contraditórios, cheios de si e suas verdades. Com absoluta certeza recomendo esse clássico estonteante. 

Título original: The picture of Dorian Gray 
Autor: Oscar Wilde
Editora: Abril 
Número de páginas: 270
Tradutor: Oscar Mendes 
Onde comprar:  Amazon

O jovem Dorian Gray é o tema de um retrato de corpo inteiro de Basil Hallward, um artista que está impressionado e encantado com a beleza de Dorian; ele acredita que a beleza de Dorian é responsável pela nova modalidade em sua arte como pintor. Através de Basil, Dorian conhece Lord Henry Wotton, e ele logo se encanta com a visão de mundo hedonista do aristocrata: que a beleza e a satisfação sensual são as únicas coisas que valem a pena perseguir na vida.
Após ver a pintura acabada, Dorian entende que sua beleza irá eventualmente desaparecer, e acaba expressando o desejo de vender sua alma, para garantir que o retrato, em vez dele, envelheça e desapareça. O desejo é concedido, e Dorian persegue uma vida libertina de experiências variadas e amorais; enquanto isso seu retrato envelhece e registra todas as coisas ruins que o corrompem na alma.

"Ao vê-lo, recuou e, por um momento, as suas faces se enrubesceram de prazer. Uma centelha de alegria brilhou nos seus olhos, como se se tivesse reconhecido pela primeira vez. Permaneceu imóvel por algum tempo, maravilhado, percebendo confusamente que Hallward lhe falava , mas sem compreender o significado das suas palavras." - Página 37


Publicado pela primeira vez como uma história periódica em julho de 1890 na revista mensal Lippincott's Monthly MagazineO Retrato de Dorian Gray ofendeu a sensibilidade moral dos críticos literários britânicos, alguns dos quais disseram que Oscar Wilde merecia ser acusado de violar as leis que protegiam a moralidade pública. 

Esse livro trouxe tanta polêmica na época pois crítica a moralidade, mostrando que por trás de um bom cavalheiro inglês existe corrupção, imoralidade e desejos funestos, não importando-se quem atingirá ou se de fato atinge alguém. 

Ademais, é um livro que aborda sobre a paixão pela paixão, o amor a si e como atos imorais corrompe a alma, isto é, o cerne da personalidade, mesmo que sua aparência seja a mais bela e agradável. Algo extremamente interessante no livro, é que trás a beleza como algo fútil, apesar de bem quisto, passageiro, apesar de desejável por toda a vida e sobre tudo  que não é um definidor de caráter. 

Embora o romance seja baseado no conto de Narciso e também no de Fausto, não tem como objetivo nos dar um ensinamento, sendo que o próprio autor, no prefácio, diz que a arte é pela arte, não tendo nenhuma obrigação moral, ética ou política, sendo que os livros apenas são bem ou mal escritos. Contudo, o leitor pode interpretar e absorver algo à mais do livro, como suas extensas discussões filosóficas e ideias do século XIX.

O livro possui, portanto, longas exposições de ideias e conceitos tendo muitos desafios intelectuais para alguns leitores, com uma narrativa que oscila entre o extremamente fluido e o muito descritivo e cheio de conjecturas filosóficas dos personagens. Este livro, apesar de não ter sido a intenção do escritor, trás muitas reflexões para o leitor, que anceia por um livro bem escrito, tendo um enredo que lhe prende do inicio ao fim, com personagens com pensamentos profundos e contraditórios, como todo ser humano. 

Leia esse post!

Não pise no meu vazio, Ana Suy

Essa foi mais uma leitura terminada nesse mês de março, a qual me fez bem no geral! O livro possui, em muitos poemas, uma metalinguagem sobr...