Mercury 13 | "você não pode porque é mulher"
Membros do Mercury 13. Elas foram testadas para ver se as mulheres poderiam se tornar astronautas. Da esquerda: Gene Nora Jessen, Wally Funk, Jerry Cobb, Jerri Truhill, Sarah Rutley, Myrtle Cagle e Bernice Steadman. [Via: New week] |
Mercury 13 mostra um outro lado ainda mais denso do preconceito contra a mulher na NASA dos anos 60. O documentário nos apresenta 13 mulheres que foram desprezadas no teste para decidir quais astronautas iriam ao espaço, é mulher? está fora de cogitação.
Os testes mostravam que essas mulheres eram tão habilidosas quanto os homens— algumas até se saíram melhor nas provas –, mas todas elas são mulheres e por isso foram desclassificadas do processo seletivo.
Aos longo do documentário é torneado o papel da mulher na sociedade, na aviação tanto militar durante a segunda guerra mundial, onde as mulheres tinham instrução em todas as aeronaves, mas não podiam combater, quanto civil, que tiveram um pouco mais de liberdade.
Contando a história de 13 dessas aviadoras civis, que passaram pelos mesmo testes que os astronautas da NASA. Quando a agência espacial descobriu, no entanto, que o empresário Lovelace pretendia continuar testando e treinando as mulheres da Mercury 13 em Pensacola, Flórida, o programa foi encerrado. Seguiu-se com uma audiência no Congresso, mas as mulheres nunca chegaram ao espaço - ou às fileiras da NASA.
Por que ao invés de ter sido Buzz Aldrin não poderia ter sido uma mulher, ou um homem negro? há uma critica muito forte à sociedade americana da década de 1960, que era misogena, preconceituosa e totalmente conservadora, isso se evidencia por além de serem apenas homens testados, eram todos brancos, da mesma religião e muitos dos que foram testados eram até do mesmo estado americano.
É incível como o documentário explora os teste realizados nas canditadas da Mercury 13, como o impedimento da mulher ir ao espaço afetou a sociedade mundial, e o que acarretaria ao mundo se na Apollo 11 fosse 3 mulheres, ou pelo menos uma mulher a pisar na Lua, e como um ato egoísta pode prejudicar uma sociedade inteira.
Ademais, Mercury 13 serve de alerta para a nossa sociedade atual, visto que em muitos lugares do mundo e do Brasil ainda existe um preconceito com as mulheres e suas áreas de atuação, o questionamento de se a mulher é capaz de ser racional. Por que a capacidade da mulher é sempre mais questionada do que a do homem?
Destarte, com entrevistas incríveis, imagens históricas e várias curiosidades sobre a corrida espacial e porque em muitos aspectos a URSS estava à frente dos Estados Unidos, compõem um documentário memorável, que nos faz criticar a sociedade da época e também a atual, e a posição da mulher. Foi tão longo caminho de 1960 até 1983 onde a primeira mulher americana, Sally Ride, pode ir ao espaço como tripulante no ônibus espacial Challenger. Claro que recomendo muitissímo esse documentário para você meu(minha) caro(a) leitor(a), independente da sua idade e ideologia, assista!
Curiosidades sobre a mulher no espaço
As primeiras mulheres a irem para o espaço foram as soviéticas Valentina Tereshkova em 1963 e Svetlana Savitskaya (1982).
A primeira mulher americana a tripular uma missão foi Sally Ride, formada em Física e Inglês pela Universidade de Stanford, Ride foi uma das 8 mil mulheres que responderam a um anúncio da NASA, para selecionar o primeiro grupo de astronautas femininas do programa espacial norte-americano em 1978, contudo só iriam ao espaço em 1983.
A primeira mulher negra a ir ao espaço foi a médica Mae Jemison em 1992.
Elleen Collins foi a primeira mulher a ser piloto de um ônibus espacial em 1995 da nave Discovery, missão STS-63, e fez uma acoplagem em órbita com a estação russa Mir. E em julho de 1999 tornou-se a primeira mulher a comandar um ônibus espacial, subindo ao espaço a bordo do ônibus espacial Columbia.
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