Resenha: A máquina do tempo, de H. G. Wells
Arte conceitual do filme de 1960 |
O personagem conhecido apenas como "O Viajante do Tempo", desenvolve, com base em conceitos matemáticos, uma máquina capaz de se mover pela Quarta Dimensão, a dimensão do tempo. Com ela, viaja até ao ano de 802.601 d.C. onde encontra os Elóis, pacíficos e dóceis remanescentes dos humanos, aparentemente vivendo num mundo paradisíaco, sem qualquer tipo de preocupações, até perceber que eles, na realidade, servem de alimentos para uma outra raça.
Acompanhamos o relato de um cientista amador, o qual nunca sabemos o nome, cria uma maquina do tempo e vai para o futuro de 802.601, onde encontra um mundo que não esperava, destruído e corroído, com criaturas animalescas, outras pacificas e que agem como crianças, ambas evoluídas a partir da raça humana. Com o desenrolar do enredo o viajante do tempo deve resolver alguns problemas usando a ciência do século XIX, para recuperar sua maquina do tempo, que fora roubada por alguém ou alguma coisa, caso queira voltar para sua época.
"Encare este mundo. Aprenda como ele funciona, observe-o, tenha cuidado para não tirar conclusões precipitadas sobre seu significado" -Página 65
O tempo todo o livro fica apenas na Inglaterra em dois momentos, o "agora" por volta de 1890, e o futuro em 802.601, não se sabe o que aconteceu ao resto do mundo, ou se aquela desolação é apenas local.
Wells usa uma narrativa que começa com um narrador do ponto de vista externo, ou seja, narrativa objetiva, feita por um observador/personagem de fora, e posteriormente a narrativa torna-se em primeira pessoa, que conta os acontecimentos do futuro, O viajante do tempo.
No prefácio, escrito por Braulio Tavares, descobrimos que o livro foi duramente criticado na época, e por grandes nomes, como Julio Verne, pois não tinha um embasamento científico, o personagem criou a maquina do tempo, como se fosse algo trivial e só com o uso da geometria plana e seus conceitos abstratos, como planos, pontos e retas.
Todavia, uma das qualidades do livro é sua descrição. Os cenários, as épocas, acidentes e criaturas, apesar de ser um pouco abstrata em alguns pontos a descrição do futuro. Talvez o cenário da cidade em ruínas em , pode remeter a "Eu sou a lenda", uma floresta no meu de construções urbanas, ajuda a se ambientar nesse futuro distópico, deveras o escritor não tinha uma visão otimista do futuro, e critica a forma social de sua época.
"A natureza nunca apela para a inteligência senão quando o hábito e instinto são incapazes de resolver um problema. Não existe inteligência onde não existe mudança ou a necessidade de mudança. Os únicos animais que demonstraram inteligência são aqueles que tiveram de enfrentar uma grande variedade de necessidades e perigos". -Página 120
Nos capítulos finais, a narrativa fica mais angustiante e interessante ao mesmo tempo, devido a tantos perrengues que o viajante enfrenta, momentos de insanidade, dúvidas e erros, sendo que o leitor fica se perguntando como será/foi que a maquina do tempo será recuperada. Leitura obrigatória para os amantes de ficção científica!!
Pontos positivos: Viagem no tempo, primeiro livro a contar com uma maquina para viajar no tempo, Critica a estrutura social da época, os Elois.
Pontos negativos: Pessimismo quanto ao futuro, muita arrogância inglesa do século XIX, que nós trás o Darwinismo social , nenhuma personagem feminina significativa.
Título original: The time machine
autor: H.G Wells
Editora: Objetiva LTDA
Tradução: Braulio Tavares
Revisão: Rita Gody, Bruno correia, Leonardo Alves
Páginas: 148
Sobre a obra
É o primeiro romance de ficção científica de H. G. Wells, com primeira edição em 1895, Julga-se ser a primeira obra de ficção científica a propor o conceito da viagem no tempo usando um veículo que permite ao seu operador viajar propositadamente e de forma seletiva, usando a ciência da época para explicar como ocorria.
Filmes
O livro recebeu uma versão cinematográfica em 1960, dirigida por George Pal e tendo Rod Taylor como ator principal, sendo relativamente fiel ao livro original apesar de adicionar alguns conceitos de sua época, o por adicionar licenças poéticas que tornam a história mais rápida e simples.
Já na outra versão de 2002, dos diretores Gore Verbinski e Simon Wells, por sinal bisneto de H.G.Wells, ocorrem alterações mais extensivas.
O personagem central da história é o cientista Alexander Hartdegen, interpretado por Guy Pearce, um homem obcecado por duas coisas: sua bela noiva Emma e a possibilidade de viajar no tempo; porém uma tragédia acaba vitimando a noiva do cientista. Desesperado ele resolve construir uma máquina do tempo para voltar no tempo e mudar o passado.
Li A máquina do tempo no ano passado, estava tentando ler mais livros de ficção cientifica e distopias e gostei bastante.
ResponderExcluirÉ um livro bem simples né? É fácil de ler, fácil de entender e rápido =D
Fiquei com vontade de ler mais livros do H.G. Wells XD Dizem que A guerra dos mundos é o melhor livro dele, mas queria ler O homem invisível também.
Também assisti uma adaptação deste livro, mas foi a versão mais recente de 2002... Acho que A máquina do tempo merecia uma adaptação melhor e mais nova XD
Ótima resenha, seu blog está ficando cada vez melhor =D
Beijão
Eu também estou querendo ler mais livros do Wells, e A guerra dos mundos é uma das minhas metas, espero conseguir cumprir XD
ExcluirAs adaptações de A maquina do tempo eu ainda não vi, pretendo ver em breve.. sou o tipo de pessoa que faz uma lista de filmes e vai acumulando heheh
Obrigada pela visita e pelo comentário! fico feliz em saber que gostou da resenha =D
Beijão