O lado bom da vida, Matthew Quick

Esse livro está a muito, muito tempo na minha estante, acho que um pouco mais de um ano, então decidir pega-lo logo para ler, e por incrível que pareça ainda não assisti o filme, apesar de ter acompanhado o Oscar do ano em que Jennifer Lawrence foi indicada ao premio por sua atuação em O lado bom da vida. Esperei todo esse tempo pois queria ler o livro primeiro e depois de tanto postergar, achei o livro bem mediano, e cheio de falhas, e em muitas passagens entediantes e outras que me irritaram.

Título original: The silver linings playbook
Autor: Matthew Quick
Número de páginas: 160
Tradução: Alexandre Raposo
Editora: Intrínseca
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Pat, é um ex professor de história que acaba de sair de uma instituição psiquiatra, convencido de que passou apenas alguns meses naquele "lugar ruim", não lembrando-se da do que fez para ir para lá, nem de parte de sua estadia no local. Ele precisa enfrentar sua realidade, a qual resiste em aceitar e resistência em aceitar as mudanças e transformações que ocorreram no mundo enquanto esteve internado, bem como a mudança trágica que ocorreu com seu casamento. Agora viciado em exercícios, para lidar com suas frustrações e ansiedade, tenta se reorganizar após sua vida se transformar totalmente, ainda busca por um final feliz.

O "mistério" que o autor  quis trazer, ao meu ver, foi bem desnecessário, tendo em vista que o enredo é bem dedutível, com exceção dos acontecimentos com Tiffany, uma das protagonistas, bem como entediante as desnecessárias páginas e páginas para descrever o jogo do Eagles, e falar sobre Football americano, e qual isso chega tornar-se doentio para Pat, seu pai e seu irmão. Algo que acho bem interessante na relação familiar do protagonista, é que começamos a entender um pouco mais as origens das crises de violência de Pet, bem como o meio machista em que vive o influenciou a ver o mundo de modo machista, prejudicando-o ainda mais emocionalmente.

Outrossim,  tornou-se quase insuportável de ler, chega eu revirava os olhos, são as frases de efeito de Pet como "o jeito que os homens fazem", "sou mais rápido, porque sou homem", "arremesso de mulherzinha", "meu amigo negro", e assim por em diante. Talvez o autor quisesse reforçar o ambiente em que os personagens estavam inseridos, e o machismo inerente na família, contudo foi muito desagradável e desnecessário essa repetição de termos, bem como "porque estou tentando ser gentil e não ter razão" frase essa que é usada constantemente, principalmente quando o Pet discorda dos outros e não sabe argumentar e internamente fica repassando o quanto ele tem sido bom, empobreceu além da escrita do autor que ficou cansativa, o enredo ficou cheio de repetições.

Só que não gostei dele como um todo, achei ele intenso em algumas partes, e até gostei de algumas passagens com Pat, também gostei do fato de ser um protagonista masculino que está frágil, psicologicamente instável e precisando de muito, muito apoio e ajuda dos amigos, da família, e claro a ajuda médica. Também achei divertido e triste ao mesmo tempo a busca de Pet por finais felizes nos livros para encontrar e acreditar no final feliz dele, que ao decorrer do livro passa cada vez mais achando que a vida é um filme  e que tudo tem um drama triste, mas que pode acabar em finais felizes.  Tiffany, para mim, é a melhor personagem, uma mulher também na faixa dos 30 e poucos anos, que sofre de depressão profunda, e ainda tem muito para lutar, bem calada e às vezes parece que está na beira de uma crise. Sendo que ela é uma personagem fundamental para ajuda Pet a lidar com sua perda de memória, dores e aflições.

O livro não me prendeu emocionalmente como prendeu muita gente, assim como não achei ele grande coisa como todo mundo diz, eu o achei bom mais puxado para o mediano, com uma história interessante e com temas delicados, como depressão, crises de violência, machismo e outros.

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