O morro dos ventos uivantes, Emily Brontë

Essa é a segunda leitura que faço deste livro, apesar de ter gostado bastante de lê-lo, não foi uma leitura  fácil, nem me agradou de todo, mas em suma gostei da leitura e tirei muito proveito. Único romance escrito por Emily Brontë foi publicado em 1847.  

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Hoje considerado um clássico da literatura inglesa, caracterizado como uma história de amor amaldiçoado e de vingança, e visto como a mais intensa história de amor já escrita na língua inglesa, O morro dos ventos uivantes consegue até hoje, em pleno século XXI dividir opiniões.

No início da trama, o patriarca da família Earnshaw faz uma viagem e, ao retornar, traz consigo um pequeno órfão, que todos acham ser um cigano por sua procedência, contudo, não é revelada em hora alguma da narrativa. O órfão recebe o nome de Heathcliff. Rapidamente, toda a afeição que o patriarca lhe demonstra enciuma seu filho legítimo, Hindley, que acha que está perdendo a afeição do pai. Contudo, Catherine, a irmã de Hindley, se afeiçoa por Heathcliff. Quando o Sr. e a Sra. Earnshaw morrem, Hindley sujeita Heathcliff a várias humilhações. Este passa a ficar bruto e melancólico. Apesar do amor entre ele e Catherine, ela decide casar-se com Edgar Linton, por esse ter melhores condições de sustentá-la que Heathcliff.

Autora: Emily Bronte

Número de páginas: 313

Tradução:Oscar Mendes 

Editora: Abril editora

Edição: 1971

A história se inicia com o  locatário da propriedade de Thrushcross Grange, adoecendo. Durante este período, a governanta Ellen Dean, chamada de Nelly, conta-lhe a história que presenciou da propriedade do Morro dos Ventos Uivantes. Durante todo o enredo, outros personagens participam da  narrativa em primeira pessoa, cobrindo alguns fatos que a governanta Dean não sabe.

Sinceramente, desgosto de narrativas em primeira pessoa, por vez me deparei com uma narrativa em primeira pessoa mal escrita, sem diferenciações da narração de cada  personagem. Infelizmente, apesar de ser um livro clássico, tem esse defeito de não ter uma diferenciação muito distinta.

A narrativa é oscilante entre o muito fluido e o bem arrastado, há capítulos que possuem acontecimentos que são prolongados, contudo a história é envolvente e prende o leitor até o final. Ademais, os personagens em sua grande maioria são desprezíveis, mesquinhos, impulsivos , fanáticos religiosos ou demasiados inocentes e um tanto intolerantes. Talvez esse tenha sido o objetivo da autora, que tenha deixado os personagens, talvez, tão próximos da realidade da sociedade inglesa da época.

O livro em si é mais sobre vingança, violência e abuso do que amor, é uma leitura que não é doce ou fácil para ser lida por leitores mais sensíveis à violência de forma geral, teve momentos da leitura que eu realmente me senti mal por tudo o que estava acontecendo com determinada personagem. É uma leitura válida, proveitosa e é interessante, sob uma perspectiva histórica e antropológica, ler sobre o modo de vida do século XVIII.

O Morro dos ventos uivantes possui, portanto, características ímpares diante de seus contemporâneos: enquanto outros se baseavam em ações complexas, geralmente tortuosas, sua estrutura dramática era resultado do choque de vontades, através de uma rica mistura de romantismo e realismo, transbordando de paixão, turbulência e misticismo.

Minha edição é antiga da editora abril, edição da coleção Os imortais da literatura de 1971, as páginas estão amareladas a fonte é pequena, e a gramática é bem diferente da atual e tem alguns pequenos erros de impressão.