Estilhaça-me de Tahereh Mafi


Quando peguei esse livro para ler não sabia o que esperar, nem sabia sobre o que a história se tratava, esse foi um dos livros que queria começar a ler sem saber nada a respeito, não foi uma leitura extraordinária, mas teve algumas passagens que gostei bastante.

O enredo conta a história de Juliette, uma garota de 17 anos que está presa a 264 dias em um "hospício", e tem um histórico um tanto conturbado, já que é acusada de assassinato e é alegado que a jovem não possui sanidade mental. O toque de Juliette é letal (é como se ela fosse a vampira dos X-men), ninguém se arrisca a chegar perto, ela vivi em um mundo muito diferente do nosso, já que mudanças climáticas, escassez de alimentos, morte da fauna e flora e diversos acidentes biológicos tornaram a civilização hostil e desesperada por salvação. Ergue-se um organização intitulada O restabelecimento, que alega ter a solução para os problemas, com isso começa uma ditadura, desigualdade e lástima ficam cada vez mais evidente, e para essa organização, a jovem Juliette pode ser usada como arma. 

Título original: Shatter Me
Autora: Tahereh Mafi
Número de páginas: 304
Editora: Novo Conceito
Tradução: Robson Falchetti Peixoto


"O restabelecimento prometeu que consertaria as coisas. No entanto, mesmo que a saúde humana tenha encontrado um pouco de alívio sob o novo regime, no fim das contas morreram mais pessoas de uma arma carregada que de um estômago vazio." -página 29

A autora trás em sua obra além de críticas sociais e politica, trás temas como sanidade mental, estresse pós traumático, TOC, depressão e ansiedade e como essas doenças afetam o cotidiano de quem as têm; não sendo um tema jogado de qualquer jeito, é trazido através da protagonista que demonstra todo os sintomas. Outro ponto positivo é que a obra mostra como as pessoas estão suscetíveis ao  controle político e manipulação populacional.

A escrita da autora tem uma certa fluidez e às vezes tem interrupções de pensamentos da protagonista, como se ela pensasse e repensasse, contudo algo que me incomodou muito durante a leitura e foi muito recorrente é a frase "prendi o ar" "soltei o ar que segurava, não sei a quanto tempo".

A  protagonista é interessante, apesar de ser muito jovem ela tem muitas reflexões sobre a situação política e social do mundo em que está inserida, ela tem um senso de humanidade muito grande, contudo a partes que ela é demasiadamente inocente, ao decorrer do livro a escritora coloca situações um tanto desnecessárias para mostrar ao leitor que Juliette está amadurecendo ou "ela nunca foi tão inocente assim".

Destarte, o livro tem muitas frases "soltas", muitas metáforas, cenas um tanto desnecessárias, o começo foi intrigante, mas havia tão pouca trama além do romance que rapidamente se tornou entediante e extremamente rápido. Eu não gostei muito da prosa, não senti nada pelos  personagens, é bem provável que esta série termina aqui para mim.
"Nós, novos cidadãos de nosso mundo seremos reduzidos a nada senão números, facilmente substituíveis, facilmente removíveis, facilmente destruídos por desobediência. Perdemos nossa humanidade." -Página 38


O livro possui 50 capítulos não nomeados, têm um epílogo e uma página de agradecimentos; as páginas são amareladas e um pouco grossinhas, e a fonte é média, encontrei alguns erros de digitação e uns poucos de conjunções.


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