31 de jan. de 2022

TODAS as leituras de Janeiro 2022

Já faz um tempo que não trago esse tipo de postagem, um resumo literário do meu mês, e vou contar que o saldo foi bem mais interessante e mais variado do que eu esperava, levando em conta que fiquei doente. Não quis preocupar meus amigos e alguns parentes, sendo assim não mencionei muito como eu estava, mas confesso que foi terrível, até fiquei de cama. Enfim, não vamos começar esse post com notícia ruim, eu estou bem melhor agora, só preciso voltar a minha rotina e arrumar meu sono (Estou dormindo muito tarde e isso me faz um mal danado).


Voltando a falar das leituras, considero, novamente, que comecei muito bem o ano, consegui ler no total de 7 leituras, quase 8 se eu tivesse terminado os contos de H.PLovecraft, mas infelizmente não consegui. Ano passado no mesmo mês havia lido 7 livros também, fiquei feliz ao comparar as leituras e ver que não mudei minha marque, consegui manter e ver que os gêneros não estavam tão discrepantes do que estou acostumada. Caso você queira ler também sobre minhas leituras de Janeiro de 2021, é só clicar aqui!

✔Caso tenha resenha disponível no blog, vai estar lincado!

A missa do galo, Machado de Assis - 8 páginas
Memórias de um sargento de milícias, Manuel antonio de Almeida - 257 páginas
Pauliceia desvairada. Mario de Andrade - 92 páginas
As vantagens de ser invisível, Stephen Chbosky - 288 páginas
O amanhã não está a venda - 28 páginas 
Crônica de uma morte anunciada - 57 páginas

Sobre as leituras, eu fiquei feliz de ter alternado os gêneros, estou tendo com o costume de ler mais poema, principalmente por causa da graduação. Só notei que precisava ter contato com poemas, quando percebi que conhecia muito pouco a respeito e não havia muitos livros lidos do gênero. Desde então, comecei a adquirir mais livros, e atualmente poemas são tema dos meus estudos na faculdade de letras, não há escapatória para mim.

Enfim, para um começo de ano altamente reflexivo, um tanto solitário, apesar de estar cercada de pessoas, esse dois anos de isolamento tem sido bem difíceis de serem engolidos a seco, tanta coisa aconteceu, e sinto que me fragmentei ainda mais. O que mais tem me ajudado é focar na literatura e deixá-la me salvar. Ah, essa semana iriei disponibilizar algumas resenhas dos livros lidos em janeiro, fique atento ao canal!

14 de jan. de 2022

Frankenstein ou o prometeu moderno, Mary Shelley (2° leitura)

 Não pensei que releria Frankenstein tão cedo. Alias eu li esse livro porque estou em um clube de leitura, o qual lemos todos os livros mencionados na série Gilmore Girls com duas amigas da USP. A primeira vez que li foi em 2019, quando  eu estava na primeira faculdade (eu desisti dessa graduação, lembra?), e me fez mergulhar profundamente na história, algo que não foi diferente dessa vez. Caso você queira ler a resenha de 2019 é só clicar aqui!


É narrada a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais empenhado em descobrir o mistério da criação e que acaba por construir um ser humano - ou seria um monstro?- em seu laboratório. Livro é epistolar; a introdução é feita por cartas de um personagem fora da história de Victor. Um viajante/aventureiro que está indo para o ártico (naquela época, século XIX, era comum haver expedições para essa região, pois permeava tanto o imaginativo quanto despertava a curiosidade). Em um dado momento no início do livro esse personagem, R. Walton, se encontra com Victor, e então conhecemos a história dele. Partimos de flashs da infância do protagonista, seu ingresso na universidade até a criação da criatura, que é tão desprezada que não tem nome, até o momento de sua caçada, que seria o encontro de Victor e de Robert Walton.
[...] “Um ser humano perfeito deve sempre preservar uma mente calma e pacífica e jamais permitir que a paixão ou um desejo transitório pertube sua tranquilidade. p.81-82

Como na minha primeira leitura, continuo vendo que é um livro que fala muito sobre as aparências, o que é aceitável perante a sociedade ou não, tratando-se da natureza humana tanto sua capacidade de fazer coisas boas, quanto ruins. Outrossim, algo que ficou bem mais evidente é a sobre a influência da sociedade, uma criatura nasce neutra, não necessariamente ruim ou necessariamente boa, contudo a sociedade que vai corrompe-la, vê-se que tem uma linha filosófica dominada por Rousseau. 

Outro tema, que já tinha observado na primeira leitura, é o trato da solidão. A solidão é uma temática recorrente, além de ser retratada em diversos personagens. Primeiro em Robert Walton, que carece de um amigo, depois no próprio Victor Frankenstein, e chegamos no ápice com a criatura. Diversas vezes a criatura, quando vai narrar, destaca o quão só ela está, o quanto ela não faz parte do mundo humano. Nesse sentindo, ao observar a complexidade da criatura, o leitor se depara com diversos outros subtemas, como a não aceitação, importância da aparência física, status sociais, a situação de pessoas de rua e quão invisíveis elas são (esse paralelo pode ser feito quando a Criatura encontra-se morando na floresta e próximo à outros chalés também). Algumas passagens e diálogos me lembraram um pouco do estoicismo, escola filosófica grega que prega o equilíbrio entre nossos desejos, e formas como vemos o mundo. Tal equilíbrio polpa o ser humano de sofrimentos e dores, o controle dos desejos descontrolados resulta em uma vida satisfatória, algo que permeia o livro todo.  Sêneca e Epiteto, grandes nomes que representam essa filosofia – enfatizaram que, porque "a virtude é suficiente para a felicidade", um sábio era imune ao infortúnio. 
[...] “Você acha, Victor -disse ele- que também não sofro? Nínguem poderia amar uma criança mais do que eu amava seu irmão. -As lágrimas vieram aos seus olhos enquanto ele falava.-Mas é um dever dos sobreviventes evitar que não apenas a infelicidade dos demais aumente com uma aparencia de tristeza imoderada, mas também a de nós mesmos. A tristeza excessiva impede nosso crescimento, o prazer e até mesmo as funções diárias, sem as quais nenhuma pessoa é adequada para a sociedade. p.132
Os personagens são memoráveis, seja negativa ou positivamente, portanto, como o protagonista, Victor, que tem uma personalidade egoísta, mesquinha e mimada. Em sua narrativa, que remete ao romance de formação, destaca o quanto foi bajulado quando criança e o quanto a vida de seus pais dependia da felicidade dele; Destacando-se como um "personagem negativo", em contraste com sua futura esposa, a qual é lembrada pela doçura, justiça e fé na humanidade. Enfim, um livro que traz diversas questões consigo, não somente "criador X criatura", ou "certo X errado", pois há momentos que não são tão certos ou tão errados, mas há suas consequências. 



  

4 de jan. de 2022

Já pensou o quanto é estranho 2022?

 


Feliz ano novo leitores!!!!! Faz tanto tempo que não escrevo aqui, sempre morro de saudades, finalmente estou de férias, poderei escrever bem mais ativamente, além disso, tenho planos para os conteúdos publicados no youtube, quero trazer muitas novidades e espalhar o amor à vida acadêmica e a literatura. Uma  postagem para 2022 finalmente chegou, não que eu estava me preparando...Mas é muito estranho estar em 2022.

Convenhamos, querido leitor, nunca pensei que chegaria, enfim, a 2022. Também nunca pensei no fato de escrever no canto superior direito do caderno a data com 2022; Quando eu era criança isso parecia impossível para mim, afinal, não pensava muito nas datas até chegar de fato a escrevê-las no papel e talvez pensasse no fundo que não viveria até tanto, pois na minha cabeça de criança já era muita coisa 2022. 

Agora estou em 2022 e não tem como fugir das minhas angustias de criança. Começou o ano e estou com aquele pique clichê de resolver o que não está me agradando, de pintar aquela parede manchada de mofo do meu quarto; pensando também em viver de internet (não me adaptei ao mundo tradicional); fazer mais exercícios físicos, caminhar, correr, amar, ler mais, escrever mais e mais e mais e mais e mais...Sempre mais!

Ora, quando chego em um "ano novo" continuo com meus medos de quando era pequenina e também com minhas incertezas de quando eu era adolescente. Talvez, lá no fundo sabemos que ainda somos os mesmo. Antes do café da manhã, quando retornamos dos nossos sonhos ou pesadelos, voltamos a realidade que temos que aceitar. Já eu, antes do meu café da manhã, preciso acomodar todas as Jessys que existem em mim e depois me acostumar com o 2022. Sim, estou cismada, cabreira, escabreada, reflexiva, com a pulga atrás da orelhas e todas aquelas outras coisas que são, em algum grau, sinônimos de "rapaz-estou-em-2022".  Você por acaso se lembra do setembro de 2001 ou do Setembro de 2003? Não faz tempo? Pois é, faz, mas ao mesmo tempo passou como um flesh! Contudo, ao mesmo tempo em que tento me lembrar de 2019 ou de  2020....Parece que foram a anos distantes (mais distantes do que Setembro de 2003). Distantíssimos. Anos que foram uma vida passada, uma vida de há muito, muito esquecida, confusa, deixada em um canto para tentar entender o que houve ou (talvez) nem tentar.

Enfim, já pensou o quão estranho é 2022? Eu pensei tanta coisa que já nem penso mais, penso que tanto há para guardar e descartar e renovar e esbanjar e tantos "e" quanto for possível. Tudo é tão efêmero quando se trata de 2022...Ainda acredito que é um sonho; Fui dormi quando criança e agora estou preso nele..2022. Um ano que está começando, cheio de promessas, enganos, desenganos, morte e vida, começo e fim, um ano que se não cabe e nem vai caber, foge e não foge...Talvez leitor...Tudo isso que você leu não passe de um sonho, de um delírio,  momento de sua distração. Você se sentou, tomou seu café, talvez outra bebida de seu agrado, passou pelas notícias, umas amargas, outras neutras, umas poucas que lhe trouxe curiosidade e uma que o fez se arrepender de ler o "jornal". Foi ler algo a mais relacionado ao seu nicho e de repente aqui! PUM! Um texto sobre 2022 que não faz sentindo, já que a Jessy que escreveu é aquela menina que tem medo de 2022, ou que não compreende exatamente o que é viver em 2022. Pode ser que 2022 ensine essa menina a não ter medo de 2022 ou pode ser que tudo não passe de um delírio, um momento de sua distração, caro leitor. 


Leia esse post!

Não pise no meu vazio, Ana Suy

Essa foi mais uma leitura terminada nesse mês de março, a qual me fez bem no geral! O livro possui, em muitos poemas, uma metalinguagem sobr...