O retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde
Ao terminar essa leitura incrível, fiquei maravilhada com o livro, desde suas discussões filosóficas sobre moralidade, tanto quanto por personagens contraditórios, cheios de si e suas verdades. Com absoluta certeza recomendo esse clássico estonteante.
Título original: The picture of Dorian Gray
Autor: Oscar Wilde
Editora: Abril
Número de páginas: 270
Tradutor: Oscar Mendes
Onde comprar: Amazon
O jovem Dorian Gray é o tema de um retrato de corpo inteiro de Basil Hallward, um artista que está impressionado e encantado com a beleza de Dorian; ele acredita que a beleza de Dorian é responsável pela nova modalidade em sua arte como pintor. Através de Basil, Dorian conhece Lord Henry Wotton, e ele logo se encanta com a visão de mundo hedonista do aristocrata: que a beleza e a satisfação sensual são as únicas coisas que valem a pena perseguir na vida.
Após ver a pintura acabada, Dorian entende que sua beleza irá eventualmente desaparecer, e acaba expressando o desejo de vender sua alma, para garantir que o retrato, em vez dele, envelheça e desapareça. O desejo é concedido, e Dorian persegue uma vida libertina de experiências variadas e amorais; enquanto isso seu retrato envelhece e registra todas as coisas ruins que o corrompem na alma.
"Ao vê-lo, recuou e, por um momento, as suas faces se enrubesceram de prazer. Uma centelha de alegria brilhou nos seus olhos, como se se tivesse reconhecido pela primeira vez. Permaneceu imóvel por algum tempo, maravilhado, percebendo confusamente que Hallward lhe falava , mas sem compreender o significado das suas palavras." - Página 37
Publicado pela primeira vez como uma história periódica em julho de 1890 na revista mensal Lippincott's Monthly Magazine, O Retrato de Dorian Gray ofendeu a sensibilidade moral dos críticos literários britânicos, alguns dos quais disseram que Oscar Wilde merecia ser acusado de violar as leis que protegiam a moralidade pública.
Esse livro trouxe tanta polêmica na época pois crítica a moralidade, mostrando que por trás de um bom cavalheiro inglês existe corrupção, imoralidade e desejos funestos, não importando-se quem atingirá ou se de fato atinge alguém.
Ademais, é um livro que aborda sobre a paixão pela paixão, o amor a si e como atos imorais corrompe a alma, isto é, o cerne da personalidade, mesmo que sua aparência seja a mais bela e agradável. Algo extremamente interessante no livro, é que trás a beleza como algo fútil, apesar de bem quisto, passageiro, apesar de desejável por toda a vida e sobre tudo que não é um definidor de caráter.
Embora o romance seja baseado no conto de Narciso e também no de Fausto, não tem como objetivo nos dar um ensinamento, sendo que o próprio autor, no prefácio, diz que a arte é pela arte, não tendo nenhuma obrigação moral, ética ou política, sendo que os livros apenas são bem ou mal escritos. Contudo, o leitor pode interpretar e absorver algo à mais do livro, como suas extensas discussões filosóficas e ideias do século XIX.
O livro possui, portanto, longas exposições de ideias e conceitos tendo muitos desafios intelectuais para alguns leitores, com uma narrativa que oscila entre o extremamente fluido e o muito descritivo e cheio de conjecturas filosóficas dos personagens. Este livro, apesar de não ter sido a intenção do escritor, trás muitas reflexões para o leitor, que anceia por um livro bem escrito, tendo um enredo que lhe prende do inicio ao fim, com personagens com pensamentos profundos e contraditórios, como todo ser humano.
Esse é o meu livro favorito de minha vida! Lembro quando o li pela primeira vez (aos 17 anos), fiquei tão encantada que não conseguia ler mais nenhum outro livro, só ficava ponderando sobre essa obra (isso durou umas duas semanas ou mais).
ResponderExcluirNem preciso dizer que adorei sua postagem, né?!
Beijinhos <3
Nossa como adorei esse livro, adorei como o autor desenvolveu a história e como trouxe discussões sobre sociedade e moralismo.
ExcluirAi fico mega feliz que tenha gostado, muito obrigada pela visita <3
Beijos!! S2