[Resenha] Um teto todo seu - Virginia Woolf
Porque um sexo é mais prospero do que outro? Porque o homem bebe vinho e a mulher água? Quais as condições financeiras para escrever ficção? Qual o efeito que a pobreza tem sobre a ficção?
Essas e outras "mil e umas perguntas" são feitas pela escritora Virginia Woolf, que em seu livro critica duramente a sociedade, e aponta o quanto ela é machista, coisas sutis ou não que para os homens eram(são) normais, são na verdade, para mulher, inteiramente desmoralizantes ou um corte em suas asas, que a impede de voar.
Aliás, no capítulo 2, a escritora destaca de maneira antropóloga, o quanto o homem tem a necessidade de se sobrepor aos demais, a necessidade de ser engrandecido, de estimular o sistema nervoso com um senso falso de supremacia. Com perícia filosófica e rigor técnico, a autora demonstra como esse pensamento prejudica a estrutura da sociedade e até mesmo a convivência social, usando vários exemplos que estendem-se da política ao cotidiano.
Dissecando a história e o "bom" convívio social inglês, e o como ele massacrou a mulher do século XIX e XX, a qual era obrigada a se submeter a convenção social, inteiramente masculina. Criticando notoriamente como a mulher, ao decorrer da história, era crucificada ao crítica uma obra, um livro, ou qualquer coisa feita por um homem. Interessante que, isso se arrasta até hoje, por exemplo, se uma mulher/garota vai criticar uma obra consagrada por um determinado grupo, é crucificada, e malhada mais que Judas, pois muitos acreditam que a mulher não possui um órgão conhecido como cérebro, ou que não é dotada de plenas faculdades mentais, e que não possui o direito de discordar da maioria.
Virginia, também demonstra o quanto o assunto "mulher"já foi discutido ao longo dos anos e nada é falado, tudo escrito por homens, o quanto é escrito para serem criticadas e achar defeito, quando não sexualizadas ao extremo. Por que, desde séculos esquecidos , a visão masculina despeito da mulher é moral, intelectual, e fisicamente inferior?? Ademais, se olharmos para a sociedade do século XXI, em pleno 2018, vemos que a diferença é pouca nesse sentido, o quanto ainda falta para a nossa sociedade ter igualdade de gênero.
Além disso, a escritora disseca a personagem feminina ao longo da história, inclusive em escritos famosos. Muito é discutido no livro desde feminismo e o lugar da mulher na sociedade, à críticas em obras famosas tanto de escritores, quanto escritoras, crítica a sociedades, lideres políticos e a forma patriarcal da Inglaterra ao longo da história.
Esse livro é essencial, a narrativa é excelente, muito envolvente com certo tom humorado, para abordar temas pesados, como política, sociedade e machismo. Woolf é mais profunda, analítica e coerente do que correntes contemporâneas sobre o mesmo assunto que, muitas vezes, falham na argumentação por não observarem a crítica do passado. Excelente para ser sitado em uma redação da FUVEST , ENEM, ou qualquer outro vestibular.
Qual a finalidade de sempre esmurrar a mesma tecla? qual o objetivo de sempre falar do lugar da mulher na sociedade? Você pode contar nos dedos as mulheres que são citadas na história por feitos significativos; da idade média a guerra dos cem anos, até a idade contemporânea, toda a linha temporal dos feitos humanos, quantas são citadas? ou como era a educação das mulheres no século XIX, como eram tratadas? Se esquecermos da história e não debatermos tais temas, serão esquecidos e posteriormente uma sociedade igualitária tornar-se-a distante.
Leia para saber o que é machismo, e antes de falar que a mulher do século XXI não sofre pelo machismo, leia esse livro!
Sobre a Obra
Aliás, no capítulo 2, a escritora destaca de maneira antropóloga, o quanto o homem tem a necessidade de se sobrepor aos demais, a necessidade de ser engrandecido, de estimular o sistema nervoso com um senso falso de supremacia. Com perícia filosófica e rigor técnico, a autora demonstra como esse pensamento prejudica a estrutura da sociedade e até mesmo a convivência social, usando vários exemplos que estendem-se da política ao cotidiano.
Dissecando a história e o "bom" convívio social inglês, e o como ele massacrou a mulher do século XIX e XX, a qual era obrigada a se submeter a convenção social, inteiramente masculina. Criticando notoriamente como a mulher, ao decorrer da história, era crucificada ao crítica uma obra, um livro, ou qualquer coisa feita por um homem. Interessante que, isso se arrasta até hoje, por exemplo, se uma mulher/garota vai criticar uma obra consagrada por um determinado grupo, é crucificada, e malhada mais que Judas, pois muitos acreditam que a mulher não possui um órgão conhecido como cérebro, ou que não é dotada de plenas faculdades mentais, e que não possui o direito de discordar da maioria.
"A literatura está aberta a todos. Recuso-me a permitir que você, mesmoque seja um bedel, me negue acesso ao gramado. Tranque as bibliotecas, se quiser; mas não há portões, nem fechaduras, nem cadeados com os quais você conseguirá trancar a liberdade do meu pensamento." - página 55
Virginia, também demonstra o quanto o assunto "mulher"já foi discutido ao longo dos anos e nada é falado, tudo escrito por homens, o quanto é escrito para serem criticadas e achar defeito, quando não sexualizadas ao extremo. Por que, desde séculos esquecidos , a visão masculina despeito da mulher é moral, intelectual, e fisicamente inferior?? Ademais, se olharmos para a sociedade do século XXI, em pleno 2018, vemos que a diferença é pouca nesse sentido, o quanto ainda falta para a nossa sociedade ter igualdade de gênero.
Além disso, a escritora disseca a personagem feminina ao longo da história, inclusive em escritos famosos. Muito é discutido no livro desde feminismo e o lugar da mulher na sociedade, à críticas em obras famosas tanto de escritores, quanto escritoras, crítica a sociedades, lideres políticos e a forma patriarcal da Inglaterra ao longo da história.
Esse livro é essencial, a narrativa é excelente, muito envolvente com certo tom humorado, para abordar temas pesados, como política, sociedade e machismo. Woolf é mais profunda, analítica e coerente do que correntes contemporâneas sobre o mesmo assunto que, muitas vezes, falham na argumentação por não observarem a crítica do passado. Excelente para ser sitado em uma redação da FUVEST , ENEM, ou qualquer outro vestibular.
Qual a finalidade de sempre esmurrar a mesma tecla? qual o objetivo de sempre falar do lugar da mulher na sociedade? Você pode contar nos dedos as mulheres que são citadas na história por feitos significativos; da idade média a guerra dos cem anos, até a idade contemporânea, toda a linha temporal dos feitos humanos, quantas são citadas? ou como era a educação das mulheres no século XIX, como eram tratadas? Se esquecermos da história e não debatermos tais temas, serão esquecidos e posteriormente uma sociedade igualitária tornar-se-a distante.
Leia para saber o que é machismo, e antes de falar que a mulher do século XXI não sofre pelo machismo, leia esse livro!
Sobre a Obra
A Room of One's Own é um ensaio de Virginia Woolf publicado em 24 de outubro de 1929. O ensaio foi baseado em uma série de palestras que ela deu em outubro de 1928 no Newnham College e Girton College, duas escolas para mulheres na Cambridge University.
Apesar de ensaio deixar explícito um narrador ficcional e uma narrativa para explorar tanto escritoras quanto personagens fictícias, o manuscrito inicial, intitulado de Woman and Fiction e publicado pela The Forum em março de 1929, e posteriormente a sua versão final, são considerados não-ficcionais.
Título original: A Room of One's Own
Autora: Virgina woolf
Ano de publicação: 24 de outubro 1929
Número de páginas: 99
Tradução: Bia Nunes de souza
Sobre a Autora
A excelentíssima escritora Virginia Woolf |
Adeline Virginia Woolf, foi uma escritora, ensaísta e editora britânica, conhecida como uma das mais proeminentes figuras do modernismo.Estreou-se na literatura em 1915 com o romance The Voyage Out, que abriu o caminho para a sua carreira como escritora e uma série de obras notáveis. Morreu em 1941, tendo cometido suicídio.
Woolf foi membro do Grupo de Bloomsbury e desempenhou um papel de significância dentro da sociedade literária londrina durante o período entre guerras. Seus trabalhos mais famosos incluem os romances Mrs. Dalloway (1925), To the Lighthouse (1927), Orlando: A Biography (1928), e o livro-ensaio A Room of One's Own (1929), onde encontra-se a famosa citação "Uma mulher deve ter dinheiro e um teto todo seu se ela quiser escrever ficção". [Via:Wikipédia]
Romances como Miss Dalloway e Rumo ao Farol se destacaram e pontuaram-na como modernista, fundadora de um estilo narrativo conhecido por fluxo de consciência, alinhando-se a James Joyce e Clarice Lispector como representantes deste cânone que parte da complexa linha de pensamento como base narrativa.
Ficou interessada (o) no livro? gostaria de lê-lo de Graça? Clique aqui para ler!
Romances como Miss Dalloway e Rumo ao Farol se destacaram e pontuaram-na como modernista, fundadora de um estilo narrativo conhecido por fluxo de consciência, alinhando-se a James Joyce e Clarice Lispector como representantes deste cânone que parte da complexa linha de pensamento como base narrativa.
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Devo dizer que já faz alguns anos que quero ler as obras de Virginia Woolf, mas acontece o mesmo que com outros autores, nunca sei por onde devo começar, quando devo começar o que preciso saber antes e essas coisas haha Acabo nunca lendo =/
ResponderExcluirMas amei a resenha, Woolf parece ter um estilo de escrita muito cativante, mas só lendo para saber mesmo haha
Beijão =D
Esse é o primeiro livro da Virginia Woolf que leio, li em dois dias. A escrita é tão boa, que você lê a metade do livro sem perceber :D
ExcluirObrigada pela visita! :D
Conheço muito pouco dessa autora, mas ainda quero ler obras dela. Achei sua resenha muito boa, esse livro parece ser de muita qualidade, vou procurar para comprar =D
ResponderExcluirBeijinhos <3