Estrelas perdidas, Claudia Gray

 Nem acreditei quando havia notado que não tinha feito a resenha desse livro, e olha que ele foi um dos primeiros lidos nesse ano turbulento de 2020. Tanta coisa aconteceu desde 1° de janeiro que fui deixando de lado as resenhas, algo que me chateada profundamente. Enfim, como disse no post anterior, toda semana terá post novo aqui no blog. 


Título: Lost Stars
Autora: Claudia Gray
Número de páginas: 444
Editora: Seguinte
Tradução: Fábio Fernandes e Zé Oliboni

Ciena Ree e Thane Kyrell se conheceram na infância e cresceram com o mesmo sonho: pilotar as naves do Império, cujo poder sobre a galáxia aumentava a cada dia. Durante a adolescência, sua amizade aos poucos se transforma em algo mais, porém suas diferenças políticas afastam seus caminhos: Thane se junta à Aliança Rebelde e Ciena permanece leal ao imperador. Agora em lados opostos da guerra, será que eles vão conseguir ficar juntos?

Através dos pontos de vista de Ciena e Thane, você acompanhará os principais acontecimentos desde o surgimento da Rebelião até a queda do Império - como as Batalhas de Yavin, Hoth e Endor - de um jeito absolutamente original e envolvente. O livro relata, ainda, eventos inéditos que se passam depois do episódio VI, O retorno de Jedi, e traz pistas sobre o episódio VII, O despertar da Força!


"Era assim que o mal ganhava mais espaço: criava raízes nos jovens e crescia junto com eles. Cada geração elevava o abuso a outro nível. Estamos ensinando crianças a aprovar a escravidão. Estamos ensinando a elas que crueldade é uma virtude". -Páginas 177

A expansão do império Galáctico chegou à orla exterior, mais especificamente ao isolado planeta Jelucan. É ali que vivem Thane Kyrell e Ciena Ree. Os dois não podiam ter origens mais distintas: O garoto vem de uma família aristocrata e a menina mora numa vila rural nos vales. Por mais que fossem diferentes, e suas famílias fizessem de tudo  para separá-los, aos oito anos eles já eram melhores amigos com um amor em comum, amor às naves que atravessavam os céus de Jelucan, ambos tinham o sonho de voar nas melhores naves do Império Galáctico. Claudia Gray trás o relacionamento desses dois personagens de maneira profunda e verosímil, fazendo o leitor se envolver e se importar realmente com eles.

Ciena tem uma fé e lealdade ao Império inquestionáveis, capaz de sacrificar tudo em prol do que acredita; algo que no começo me irritou bastante, pois quem teria uma devoção tão cega à algo que todos veem que é tirânico e déspota? Foi neste momento que me voltei para a política brasileira, o caos entre as pessoas e nos líderes políticos; vive-se em uma sociedade fanática, disposta a fazer qualquer coisa para cair nas meras graças de fascistas e corruptos, os quais se pagam de santos e tem aprovação publica, que não sabe a diferença entre realidade e ficção.

Ademais, o livro aborda a política do universo de Star Wars de um ponto de vista diferente, a partir dos imperiais, muitos acreditam que estão servindo a sociedade, defendendo do "mal" e da anarquia. Passa-se por diversos acontecimentos dos filmes clássicos com a ótica dos protagonistas, mostrando o sofrimento deles ao perderem os melhores amigos na destruição da Estrela da Morte. Ora, nem tudo é "preto no branco", também não existe apenas bem e mal, há infinitos tons de cinzas entre meras concepções de certo e errado. Aqui  depara-se, talvez pela primeira vez, em questionar as ações de Luke e dos rebeldes, sim, pode-se entrar em uma discussão filosófica e ética sobre diversos episódios.    


A narrativa é fluida, o enredo é cheio de uma área cinzenta, mostra o fanatismo e manipulação política, romance, sacrifícios, certo e errado, bem e mal por óticas totalmente  diferentes. É um dos poucos livros da série "Jornada para o despertar da força" que gosto e recomendo à você leitor, com personagens cativantes, uma história que segue paralela aos filmes clássicos, além de uma boa dose de questionamento da realidade e da verdade e suas "verdades".


Comentários

Postagens mais visitadas