Essa semana assisti um filme que a muito tempo venho "namorando", dirigido por Jim Jarmusch, Amantes Eternos é um drama romântico com toques de fantasia e melancolia. O filme acompanha a história de Adam (Tom Hiddleston), um músico vampiro recluso e desiludido com os rumos da humanidade, que vive em Detroit. Ele é casado há séculos com Eve (Tilda Swinton), uma vampira sábia e serena que vive em Tânger. Quando percebe que Adam está mergulhando em depressão existencial, Eve viaja para vê-lo, reacendendo que algo aconteça com seu amado, seu vínculo profundo e sua paixão.
O longa mostra como o casal precisa lidar com os desafios modernos de viver como vampiros em um mundo caótico — incluindo a escassez de sangue puro (pelo que dá a entender, seria um sangue sem muitas contaminações) e a presença incômoda da impulsiva irmã de Eve, Ava (Mia Wasikowska). Com uma estética sombria, trilha sonora docemente hipnótica e uma atmosfera contemplativa, o filme explora temas como amor, arte, imortalidade e a decadência cultural do mundo contemporâneo. A sabedoria de ambos, a forma como veem o mundo denunciam seus anos de vivencia e tempo que tiveram para contemplar a existência.
Ao longo do filme fiquei com uma vontade tremenda de conhecer Tânger, toda a estética, os detalhes que compõem desde figurino, trilha e a própria interpretação dos atores torna tudo muito perfeito. Simplesmente amei cada minuto.
A cada filme sobre vampiros, bem construído e que conversa de forma extraordinária com a literatura, me deixa sedenta por doses diárias de histórias vampirescas.
Amantes Eternos é mais do que uma história de vampiros — é uma elegia à arte, ao amor e ao tempo que consome tudo. Em sua cadência lenta e hipnótica, o filme nos convida a contemplar a fragilidade da cultura em um mundo que esquece da arte, da literatura e das ciências, e a imortalidade como um fardo daqueles que assistem à lenta decomposição do que um dia foi sublime. Adam e Eve, amantes milenares, caminham por ruínas e bibliotecas, agarrando-se à música, à poesia e ao toque do outro como relíquias sagradas. Em um universo que se move rápido demais para sentir, Only Lovers Left Alive é um sussurro eterno dizendo que o amor e a arte ainda importam — mesmo que seja apenas para aqueles que se recusam a esquecer.
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