Lua nova, Stephenie Meyer

Gatilhos: Depressão

Esse foi o primeiro livro da maratona a ser encerrado, e apesar de não ser bem quisto, gosto bastante por diversos motivos, a escrita da autora é muito fluida, o livro trás diversas discussões sobre depressão, suicídio, solidão e desamparo, bem como perdão e outros mais. Nem parece que estou falando da saga Crepúsculo, estes são detalhes que passam despercebidos por muitos leitores e críticos da obra. (Clique em "leia mais", para ler o post completo).

 

Título origina: New moon 
Autora: Stephenie Meyer 
Número de páginas: 318
Editora: Intrínseca
Tradução: Ryta Vinagre 


O segundo livro da saga Crepúsculo conta com o rompimento de Edward com Bella, que alega estar a protegendo, pois em sua visão ele e sua família de vampiros "vegetarianos" são muito perigosos, sendo assim parte e deixa-a para trás em Forks. Bella é deixada, não somente com seus pensamentos e dúvidas sobre seu futuro, mas sim com risco eminente da Victoria lhe matar, enquanto muito começa acontecer sem ela ter a devida noção, Bella se refugia na amizade com Jacob Black. 

É inteiramente divertido e maravilhoso voltar à uma leitura que fez parte de sua adolescência, com um olhar mais crítico e uma bagagem literária totalmente diferente, sabendo-se que a leitora do passado não é mais a mesma. como aquela famosa frase de Heráclito: "Um homem não entra duas vezes no mesmo rio". Afinal tanto o rio quanto o homem já mudaram. 

Nesta leitura nota-se diversas passagens angustiantes que antes não notara, como a Bella afunda-se na depressão e uma das consequências é terror noturno, ela fica vazia, sem vida, sente-se solitária e sem forças para ter uma vida normal, tentado de todas as formas sentir-se mais viva recorre à sua antiga amizade, Jacob, para aliviar-se e por insistência de Charle, de voltar à vida. 

"Pela primeira vez em mais de quatro meses eu tinha dormido sem sonhar nem gritar. Eu não sabia qual emoção era mais forte - o alívio ou o choque." - Página 84

A amizade dos dois é necessária, leve, divertida e um pouco estranha que aos poucos começa a ajuda-la a sentir-se mais feliz, e conforme a leitura avança, faz o leitor se sentir feliz pela protagonista, uma das partes que evidencia tanto para Bella, quanto para nós é a frase da página 83: "Eu ri baixinho. O som fez com que eu regalasse meus olhos de surpresa. Eu estava rindo, rindo de verdade, e não havia ninguém olhando. Senti-me tão leve que ri de novo, só para que a sensação durasse mais."

A atitude de Edward é inaceitável, aparentemente ele esquece do aviso que Laurent dá, de que Victoria é vingativa, são tantas coisas questionáveis nele, que ao final é totalmente compreensiva a atitude de Belle para com ele. É interessante que ela tenta lidar com o perdão, de como vai levar a relação deles de agora em diante, e ele aprende a ser perdoado, não sem muito remorso. 

Lua nova, portanto, é um livro lento, com uma escrita muito fluida e poética, voltado ao psicológico de Bella e como ela vai lidar com todo um turbilhão de emoções, sendo assim é bastante melancólico e sombrio, como cada coisinha do cotidiano vai afeta-la, além de ter aquele destaque que autora faz questão de fazer à vida simples e "normal" de Bella, como lavar o banheiro, fazendo todo leitor se identificar com a protagonista e sua situação. O sobrenatural demora a acontecer, isso acontece é quase no final do livro, e toda aquela situação na Italia, que muitos já conhece. Acho que o filme não chega nem perto de expressar toda a carga emocional do livro e mensagens passadas.


Comentários

Postagens mais visitadas