Os sofrimentos do jovem Werther, Johan W. Von Goethe


Gatilhos: Suicídio e depressão. 

Estava muito empolgada com essa leitura, é um livro que considero como leitura obrigatória para todos os leitores, apesar de ser escrito a tantos anos continua sendo extremamente atual, não é atoa que é um clássico. Além de ter sido uma grande influencia em sua época, e responsável  pelo efeito Wether, muitos suicídios durante o o século XVIII foram atribuídos a leitura do livro, contudo visto que não havia um senso naquela época, fica difícil dar tal crédito. Eu tenho a edição física, só não tive tempo de tirar foto para coloca-la aqui no post.

Os sofrimentos do jovem Werther é considerado como o marco inicial do romantismo, considerado por muitos como uma obra-prima da literatura mundial, (sou uma das pessoas que acredita que esse livro é incrível) é uma das primeiras obras do autor, de tom autobiográfico ainda que Goethe tenha cuidado para que nomes e lugares fossem trocados e, naturalmente, algumas partes fictícias acrescentadas, como o final. Sem dúvida alguma, Werther, ou Os sofrimentos do jovem wether, foi um divisor ideológico e  literário do século XVIII, sendo uma oposição ao pensamento racional e iluminista. Isto é, que o homem deveria deixar-se pelos sentimentos e impulsos emocionais, sendo clássificado como pré-romantismo.



Autor: Johan W. Von Goethe
Editora: Abril
Número de páginas: 162
Tradução: Galeão Coutinho

"A vida humana não passa de um sonho. Mais de uma pessoa já pensou isso". - Página 19


Werther é marcado por uma paixão profunda, tempestuosa e desditosa. Werther acha que é correspondido, sofre com a impossibilidade de consumá-lo, pois o objeto do seu amor, a jovem Charlotte, Carlota em algumas edições, fora prometida a outro homem. Goethe põe um pouco de sua vida na obra, pois ele também vivera um amor não correspondido.  Para o herói, a vida só tem um sentido: Charlotte. A vida deixaria de ter sentido se ele perdesse sua amada. A cada gesto, dança e até mesmo em meio a bofetadas, Werther se apaixona cada vez mais por ela.

O livro é um romance epistolar, ou seja, todo escrito através de cartas, e o mais interessante é que essas cartas são só o ponto de vista de Werther, não vemos as respostas dos outros personagens, sendo que em sua grande maioria são endereçadas a Wilhelm, melhor amigo do protagonista. Haja vista, as cartas tem um tom peculiarmente focado apenas na vida do jovem Werther, pode soar até um pouco egoísta, é passível de interpretação  que o personagem demonstra diversos distúrbios emocionais ao longo da história, o que torna os problemas e acontecimentos com a parecia de muito grandes e tudo o que acontecia era exageradamente necessário dar-se prioridade. Em minha edição tem uma nota do "editor", um personagem que recolhe toda a informação sobre a história do protagonista, e que publica as partes interessantes para o seguimento e o trágico fim do jovem, explicando que organizou as cartas e algumas informações que seria mais interessantes ao leitor.

"Nós lamentamos com frequencia que haja tão poucos dias felizes e tantos dias infelizes; e isto, ao que me parece, é um erro. Se nosso coração estivesse sempre disposto a fruir, sem ideias preconcebidas, os bens que Deus nos dispensa cada dia, teriamos também força para suportar os maus dias, quanto eles nos chegam". - página 41

Ora, a narrativa é fluida, os personagens e acontecimentos são muito interessantes e intrigantes, além de conter um romance muito grande, mas observa-se que apesar de estar apaixonado por Charlotte, e adora-la de todas as maneira, Wether acha que ela está apaixonada e corresponde por ele, mas ao decorrer da leitura notamos que Carlota apenas o trata bem, como se fosse um amigo, sendo ela  apaixonada à quem  é prometida, em diversos momentos da história podemos captar isso. Com passar do tempo Wether também nota, e sente que está atrapalhando a relação de Charlotte e Albert, tendo diversas vezes uma crise moral, ficando entre não ter nem a amizade de Carlota ou atrapalhar o casamento dela. Há muitas passagens extremamente poéticas, românticas, e filosóficas, é uma leitura que está garantido o deleite com as palavras, com descrições de lugares e acontecimentos de um jeito sem entediar ou frustar por excesso ou pouca descrição. 

Destarte, é um livro que continua atual, com discussões sobre suicídio, amor, até que ponto é lealdade e onde começa a obsessão, crime passional, a essência e importância da religião,  e visão de mundo que destoa tanto da época, quanto poderia ser considerado melodramatismo, 'exagerismo', inconstância da juventude mesmo na atualidade. Werther até agora é um personagem que não sei se gostei, mas o compreendi, no começo até mais ou menos o meio do livro estava gostando dele, mas do meio para o final, o personagem foi decaindo muito, por defender coisas horríveis, tudo em nome do "amor".

Johann Wolfgang von Goethe



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