Quincas Borba, Machado de Assis

Preciso me organizar melhor para fazer posts constantes, ao menos um por semana, sinto falta de ser uma blogueira mais dedicada, estou na correria com as matérias do vestibular. Mas vamos falar do livro, ora foi por isso que você veio😁



Título: Quincas Borba
Autor: Machado de Assis
Número de páginas: 200
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Quincas Borba é um romance escrito por Machado de Assis, desenvolvido em princípio como folhetim na revista A Estação, entre os anos de 1886 e 1891 para, em 1892, ser publicado definitivamente pela Livraria Garnier.

Pedro Rubião de Alvarenga, ex-professor primário, torna-se, em Barbacena, enfermeiro e discípulo do filósofo Quincas Borba, que lhe apresenta o Humanitismo, em que a razão do homem é sempre buscar viver e que a sobrevivência depende muitas vezes de saber vencer os outros. Borba falece no Rio de Janeiro, em casa de Brás Cubas. Rubião é nomeado herdeiro universal do filósofo, sob condição de cuidar de seu cachorro, também chamado Quincas Borba.

"Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas"

Essa frase ilustra bem o que é o humanitismo a base de uma alegoria: Há duas tribos indígenas, e um pequena plantação de batatas, contudo não é o suficiente para a pequena população, já que precisam de muita energia para atravessar uma montanha, não tem como dividir, sendo assim eles precisaram guerrear e quem vencer fica com as batatas, e tem energia suficiente para fazer a travessia, onde há muitas outras batatas, claramente uma sátira a filosofia da época.
Ora, o livro, de fato, foca-se melhor nos temas secundários do romance anterior. Estes incluem uma paródia ao cientificismo e ao evolucionismo da época, bem como ao positivismo de Comte e à lei do mais forte, uma adaptação da seleção natural de Charles Darwin a nível social, ou seja, o Darwinismo social, muito usado na época como justificativa europeia de colonizar o continente africano e o oriente, "ensinar" a civilização para os demais.

Logo de início Quincas Borba morre, sucumbe a loucura e morre delirando que é santo Agostinho, filosofo cristão da idade média; visto que Rubião foi seu enfermeiro e meio que estava ali para ouvir sobre o humanitas, Quincas deixa tudo o que tem para ele: Ações no Banco do Brasil, apólices, escravos, propriedades, enfim toda sua riqueza. Ao longo do enredo nos deparamos com outros personagens que faram parte da vida de Rubião e se aproveitaram da inocência financeira dele, já que o protagonista não tem noção nenhuma do quanto recebeu e que esse dinheiro é finito, uma hora acaba, mas ele quer ostentar e mostrar que o dinheiro não importa para ele, isto é, começa a ter mania de grandeza, já que ao decorrer da obra torna-se bem conhecido e de certa forma influente.

Além disso, Rubião acaba se apaixonando pela esposa de seu amigo e sócio Cristiano Palha, e ao longo da narrativa a culpa por essa paixão, é culpa dela ser linda, é culpa dela ser cortês com ele, nos mostrando muito sobre a sociedade da época, bem como o episódio dos morangos, dá para ficar chateada(o) com o machismo e conjecturas sobre as mulheres, o interessante aqui é que Machado trás como uma crítica. Sofia, assim que Rubião se declara, conta a seu marido e já deixa claro que não o quer mais por perto, mas seu marido fala que é para continuar dando atenção e graça. apenas até ele conseguir pagar a dívida que tem com Rubião. 

Ademais, Quincas Borba faz parte da escola literária realista, sendo assim vai trazer uma analise psicológica dos personagens,  a escrita também tem ironia, é acida e há um toque de humor negro, o narrador onisciente é julgador, inclusive julga o leitor, usando o recurso da metalinguagem.. Machado de Assis mostra que as relações entre as pessoas são cheias de interesse, mostrando um lado nada romântico da sociedade carioca do século XIX, é um livro para você refletir sobre valores, moralidade, enfim comportamentos sociais no geral.

"engana-se, senhor; Trago esta máscara risonha, mas eu sou triste". - Cap30

Destarte, esse livro tem muito. muito mais para ser dito sobre e analisado, mas convido você, leitor, a ler essa obra tão magnífica, e recomendo estudar um pouco sobre a escola Realista antes de lê-lo, só para entender melhor a estrutura narrativa e as nuanças que o autor trás à sua obra, lembrando que está na lista da FUVEST desse ano. 

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