30 de out. de 2020

Quincas Borba, Machado de Assis

Preciso me organizar melhor para fazer posts constantes, ao menos um por semana, sinto falta de ser uma blogueira mais dedicada, estou na correria com as matérias do vestibular. Mas vamos falar do livro, ora foi por isso que você veio😁



Título: Quincas Borba
Autor: Machado de Assis
Número de páginas: 200
Compre aqui: Amazon

Quincas Borba é um romance escrito por Machado de Assis, desenvolvido em princípio como folhetim na revista A Estação, entre os anos de 1886 e 1891 para, em 1892, ser publicado definitivamente pela Livraria Garnier.

Pedro Rubião de Alvarenga, ex-professor primário, torna-se, em Barbacena, enfermeiro e discípulo do filósofo Quincas Borba, que lhe apresenta o Humanitismo, em que a razão do homem é sempre buscar viver e que a sobrevivência depende muitas vezes de saber vencer os outros. Borba falece no Rio de Janeiro, em casa de Brás Cubas. Rubião é nomeado herdeiro universal do filósofo, sob condição de cuidar de seu cachorro, também chamado Quincas Borba.

"Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas"

Essa frase ilustra bem o que é o humanitismo a base de uma alegoria: Há duas tribos indígenas, e um pequena plantação de batatas, contudo não é o suficiente para a pequena população, já que precisam de muita energia para atravessar uma montanha, não tem como dividir, sendo assim eles precisaram guerrear e quem vencer fica com as batatas, e tem energia suficiente para fazer a travessia, onde há muitas outras batatas, claramente uma sátira a filosofia da época.
Ora, o livro, de fato, foca-se melhor nos temas secundários do romance anterior. Estes incluem uma paródia ao cientificismo e ao evolucionismo da época, bem como ao positivismo de Comte e à lei do mais forte, uma adaptação da seleção natural de Charles Darwin a nível social, ou seja, o Darwinismo social, muito usado na época como justificativa europeia de colonizar o continente africano e o oriente, "ensinar" a civilização para os demais.

Logo de início Quincas Borba morre, sucumbe a loucura e morre delirando que é santo Agostinho, filosofo cristão da idade média; visto que Rubião foi seu enfermeiro e meio que estava ali para ouvir sobre o humanitas, Quincas deixa tudo o que tem para ele: Ações no Banco do Brasil, apólices, escravos, propriedades, enfim toda sua riqueza. Ao longo do enredo nos deparamos com outros personagens que faram parte da vida de Rubião e se aproveitaram da inocência financeira dele, já que o protagonista não tem noção nenhuma do quanto recebeu e que esse dinheiro é finito, uma hora acaba, mas ele quer ostentar e mostrar que o dinheiro não importa para ele, isto é, começa a ter mania de grandeza, já que ao decorrer da obra torna-se bem conhecido e de certa forma influente.

Além disso, Rubião acaba se apaixonando pela esposa de seu amigo e sócio Cristiano Palha, e ao longo da narrativa a culpa por essa paixão, é culpa dela ser linda, é culpa dela ser cortês com ele, nos mostrando muito sobre a sociedade da época, bem como o episódio dos morangos, dá para ficar chateada(o) com o machismo e conjecturas sobre as mulheres, o interessante aqui é que Machado trás como uma crítica. Sofia, assim que Rubião se declara, conta a seu marido e já deixa claro que não o quer mais por perto, mas seu marido fala que é para continuar dando atenção e graça. apenas até ele conseguir pagar a dívida que tem com Rubião. 

Ademais, Quincas Borba faz parte da escola literária realista, sendo assim vai trazer uma analise psicológica dos personagens,  a escrita também tem ironia, é acida e há um toque de humor negro, o narrador onisciente é julgador, inclusive julga o leitor, usando o recurso da metalinguagem.. Machado de Assis mostra que as relações entre as pessoas são cheias de interesse, mostrando um lado nada romântico da sociedade carioca do século XIX, é um livro para você refletir sobre valores, moralidade, enfim comportamentos sociais no geral.

"engana-se, senhor; Trago esta máscara risonha, mas eu sou triste". - Cap30

Destarte, esse livro tem muito. muito mais para ser dito sobre e analisado, mas convido você, leitor, a ler essa obra tão magnífica, e recomendo estudar um pouco sobre a escola Realista antes de lê-lo, só para entender melhor a estrutura narrativa e as nuanças que o autor trás à sua obra, lembrando que está na lista da FUVEST desse ano. 

23 de out. de 2020

Assassinato no campo de golfe, Agatha Christie

 Esse é o quarto livro da autora que leio, apesar de ter achado uma ou outra coisa um tanto anticlimax, gostei bastante do enredo e os rumos que a investigação se deu. Só um adendo antes de irmos à resenha propriamente, não gosto de histórias policiais, Agatha Christie é uma exceção. Assassinato no campo de Golfe foi publicado em 1923.


Uma carta de um desconhecido leva Poirot e seu amigo e ajudante, o capitão Hastings, à França. Eles não vão a passeio. Trata-se de um pedido de socorro. Os dois procuram respostas para intrigantes perguntas: Qual seria a relação entre dois assassinatos cometidos com um intervalo de mais de 20 anos?; qual a relação entre a esposa de um misterioso milionário e sua amante, moradora numa vila vizinha?; o que ligava uma linda corista e um horrível caso de chantagem?; e, por fim, qual a relação entre um fio de cabelo, uma espátula ensanguentada, um pedaço de cano de chumbo, pegadas meio apagadas e um cadáver encontrado num campo de golfe? 

Algum tempo depois, o detetive Hercule Poirot recebe uma carta da França, com um pedido de ajuda: o Sr. Renauld teme que sua vida esteja ameaçada, e sem deixar claro os detalhes da situação, pede a Poirot que se encontrem, para que este investigue a questão. Poirot e seu amigo Arthur Hastings partem imediatamente para Merlinville-sur-mer, no litoral francês. Mas quando chegam é tarde, e agora tem um assassinato para resolver. 

A história é  narrada pelo amigo de Hercule Poriot, capitão Hastings, que está  acompanhando o detetive neste caso, e ele é um pouco lento para pensar, além de deixar suas emoções influenciarem no caso, isso afeta a visualização dos fatos pelo leitor menos atento. Sendo assim a recomendação para essa leitura é: seja atento! 

Enredo cativante, escrita fluida e imersiva, gosto de salientar que as provas do crime estão ao decorrer da história, nos cabe juntar e decifra, o que vai de cada leitor, junto com Poriot. Sendo um dos pontos altos da autora. O que foi muito decepcionante, com toda a certeza foi o rival de Poriot, que não está a altura de ser um pária, ele é "bruto" e arrogante de mais, apesar de tentar seguir uma linha lógica de investigação, não se faz muito presente, bem como deixa passar muita coisa, subestima qualquer possível prova ou dedução alheia, e não se mostrou como alguém que realmente veio para competir com o detetive belga.

Destarte, o desfecho foi interessante e um pouco inesperado para mim, estava indo para um linha de raciocínio bem diferente, embora meus suspeitos e parte do que deduzi se confirmou. Enfim, esse foi um ótimo livro para começar a TBR de Halloween, e com uma atmosfera misteriosa que serviu para me preparar para um livro sensacional que estou lendo, Drácula. Fique ligado ao blog, em breve terá mais resenhas de clássicos. 

18 de out. de 2020

A batalha do labirinto (Parcy jackson e os olimpianos), Rick Riordan

Eu quase me esqueci de escrever esse resenha, li o livro a dias, mas não tem como esquece-lo. Estou tão perdida nos meus afazeres que deixei o blog de lado, mas não o canal ou instagram literário. Por isso acho importante você  me seguir por lá também, posto sobre a cultura pop, como fazia aqui, e muito sobre livros, e você me acompanha em tempo real! 

Acho que esse é o meu preferido da série, vamos ver o último, se vou gostar tanto quanto, vou lê-lo ainda esse mês, já que está na minha TBR de Halloween e estou mega empolgada. Vou ter que me equilibrar entre estudos, leituras obrigatórias e leituras que quero fazer, além da vida pessoa e "trabalho".

 

Percy está prestes a começar o ano letivo em uma nova escola. Ele já não esperava que a experiência fosse lá muito agradável, mas , ao dar de cara com líderes de torcida monstruosas e mortas de fome, percebe que tudo, sempre, pode ficar ainda pior. 

Neste livro vemos que o tempo está se esgotando e a batalha entre deuses, titans e meio-sangue está chegando cada vez mais perto, à medida que os exércitos de Cronos abrem caminho para atacar as fronteiras do  acampamento, até então impenetráveis.

A batalha do labirinto trás um Percy um pouco mais humilde, comparado nos livros interiores, e bem mais preocupado com seu grupo e com o destino que as coisas estão tomando. Apesar de trabalhar a coragem do personagem, há momentos um tanto exagerados; vemos, em algumas cenas, que Riordan mostra que seu protagonista também tem medo, afinal é um adolescente com suas preocupações de "ser" e "estar" e carrega responsabilidades muito grandes, bem como sua vida correndo riscos constantes. Por exemplo, toda vez que há a quebra da atmosfera, no final de cada livro, como se fosse um filme sessão da tarde,  apesar de Percy se "distanciar" de toda aquela mitologia, ainda o afeta, além de tentar levar uma vida normal. Embora, algo que me incomoda de mais no personagem é a falta dc vontade e esforço para conhecer  melhor a cultura grega e sua importância, deixando à cargo de outros personagens para explicar a mitologia.

Os personagens secundários continuam interessantes, com propósitos e histórias complementares, não sendo só filling, mas têm um propósito. Desde o livro anterior vemos que tudo está sendo cada vez mais urgente e a importância da profecia e de todos os envolvidos vem crescendo.  

O enredo apesar de ser rápido, fácil de ler, carrega uma história cheia de amizade e sacrifícios, que nos envolve na leitura de uma forma muito cativante. Foi uma leitura muito gostosa e maravilhosa, em nenhum momento achei a leitura entediante ou maçante. Sem dúvida gostei mais deste livro do que o anterior; agora estou ansiosa para o último (dessa "temporada").  


Leia esse post!

Não pise no meu vazio, Ana Suy

Essa foi mais uma leitura terminada nesse mês de março, a qual me fez bem no geral! O livro possui, em muitos poemas, uma metalinguagem sobr...