#projetoliteratura | Arcadismo
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Após deixar o blog às traças por algumas semanas, volto com nosso projeto de literatura, o qual consiste em divulgar e desmistificar a literatura, tornando-a mais fácil e acessível ao público em geral.
O Arcadismo surgiu na Europa do século XVIII, durante os anos de 1756 e 1825, e sua principal características é a exaltação da natureza, expressar crítica à burguesia, aos abusos da nobreza e do clero praticados no antigo regime.
Devemos entender o contexto histórico da época, para entender essa escola literária. O século XVIII, também referido como “Século das Luzes”, representa uma fase de importantes transformações no campo da cultura europeia. Na Inglaterra e na França forma-se uma burguesia que passa a dominar economicamente o Estado, através de um intenso comércio ultramarino e da multiplicação de estabelecimentos bancários. Paralelamente, a antiga Nobreza arruína-se, e o Clero, com as suas intermináveis polêmicas, traz o descrédito às questões teológicas.
Ademais, em toda a Europa a influência do pensamento Iluminista burguês se alastra e algumas instituições entram em conflito umas com as outras. Há valorização da Ciência e do espírito racionalista, o método experimental desenvolve-se; a análise crítica dos valores sociais e religiosos aguça-se, provocando polêmicas; há uma grande confiança na capacidade do homem em promover o progresso social, crença em que o bem-estar coletivo só pode advir da razão, e a tendência de libertar o universo cultural da influência da religião acentua-se cada vez mais.
Interessante notar que o nome arcadismo é uma referência a região de Arcádia, região campestre do Peloponeso, Grécia. Por essa razão muitos poetas do arcadismo adotaram pseudônimos de pastores gregos ou latinos. Caracteriza-se ainda pelo recurso a esquemas rítmicos mais graciosos. Em Portugal, o arcadismo iniciou-se oficialmente em 1756, com a fundação da “Arcádia Lusitana”, entidade em que se reuniam intelectuais e artistas para discutirem Arte. A “Arcádia Lusitana” tinha por lema a frase latina "Inutilia truncat" ("acabe-se com as inutilidades"), escrito por António Dinis da Cruz e Silva no capítulo II do Estatuto da Arcádia que vai caracterizar todo o movimento no país.
Ora, dentre os diversos aspectos do arcadismo destaca-se a imitação dos clássicos renascentistas, isto é o retorno da inspiração e influência da cultura greco-romana, sendo assim encontramos nos textos referência à mitologia grega, citações às divindades e suas características. Outro aspecto dessa escola literária é o racionalismo, preocupação com a verdade, com o equilíbrio, há moderação na expressão de sentimentos e também há uma repetição de termos como "ovelhas", "pastores", "estrelas". Não apresentando, porém, um estilo homogêneo, cheio de mitologia, simplicidade e racionalismo.
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